Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

terça-feira, janeiro 30, 2007

984. Cronologia do caso Bragaparques

Cada negócio tem uma história. Aqui fica um ponto de vista sobre a história do caso Bragaparques.

- Eleições Autárquicas 2001: Pedro Santana Lopes conquista a Presidência da Câmara Municipal de Lisboa com 41,98% dos votos. João Soares fica a 0,28 pontos percentuais.

1º erro: Eleger Santana Lopes para o cargo.

- Santana Lopes anuncia o seu plano para a renovação do Parque Mayer, arquitectado por Frank Gehry.

2º erro: A Revista como género de teatro – consiste na crítica satírica de situações políticas ou sociais – teve o seu apogeu natural durante o Estado Novo porque estava formatado para dizer tudo sem dizer nada. Após o 25 de Abril este género de teatro tem progressivamente perdido importância. É natural que assim seja. Será que apostar num “elefante branco” num género em pleno declínio não é um saudosismo bacoco?

- Carmona Rodrigues assume a Presidência da Câmara de Lisboa em 2004 e reformula o plano de Santana Lopes para o Parque Mayer. A Câmara não tem capacidade financeira para avançar com a obra tal como estava projectada e opta por outra estratégia que envolve a permuta de terrenos. A Assembleia Municipal, após várias hesitações, aprova o plano.

3º erro: Reinventar uma ideia já por si pouco brilhante foi juntar ao erro original um negócio de contornos no mínimo incompatíveis com as regras básicas de transparência (o famoso direito de preferência da hasta pública dos terrenos da antiga Feira Popular).

- Em 2005 Santana Lopes reassume a Presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Perante um negócio que já não é o seu avança, na mesma, com a permuta de terrenos. Classifica o plano para o Parque Mayer como “capaz, robusto e seguro” para os interesses municipais. Actualmente, como é seu hábito, contraria-se e afirma que o negócio era “confuso”, que esteve quase a “impugnar a venda” e que tinha "dúvidas relativamente ao direito de preferência".

4º erro: Se Santana Lopes reconhece agora que o negócio era “confuso” devia ter suspendido o processo. Ao invés disso resolveu insistir cegamente no erro.

- Durante a campanha eleitoral das Autárquicas 2005 o então candidato José Sá Fernandes interpela por várias vezes Carmona Rodrigues no sentido de obter esclarecimentos sobre o negócio. Carmona Rodrigues, sempre parco em explicações, garante a total transparência do negócio.

5º erro: Não se pode, em plena campanha eleitoral, garantir que o negócio é transparente quando já se sabe que há uma nuvem negra de suspeição a rodear todos os pormenores do negócio e não hipotecar a credibilidade. Agora que os contornos do caso são mais claros fica a sensação que Carmona Rodrigues teve um discurso oportunista e que escondeu voluntariamente informações ou suspeitas que já tinha sobre o negócio.

- Há uma tentativa de suborno a Ricardo Sá Fernandes para que o irmão, José Sá Fernandes, não avance com a investigação do caso para que a construção nos terrenos da antiga Feira Popular possam avançar. O sócio-gerente da Bragaparques, Domingos Névoa, foi o alegado autor desta tentativa de suborno.

6º erro: O cerco sobre o negócio continuava a ficar cada vez mais apertado mas, mesmo assim, Carmona Rodrigues mantém uma estranha apatia e o seu Vice-Presidente, Fontão de Carvalho, chega ao ponto de classificar o caso como algo que nada tem a ver com a Câmara, ou seja, que é um problema apenas entre o vereador Sá Fernandes e uma empresa (Bragaparques).

Esta sucessão de erros culmina na investigação a que todos estamos a assistir. Só há uma certeza até este ponto, concretizando, a transparência continua a não ser uma prioridade em Portugal.


Tópicos Relacionados:
978. O estranho negócio entre a Bragaparques e a Câmara Municipal de Lisboa
981. Santana Lopes e o caso Bragaparques

983. Álbum de Fotos: Zugspitze (1 de 5) (2006)

Nos Alpes da Baviera está o ponto mais alto da Alemanha, o Zugspitze. A fronteira entre a Áustria e a Alemanha atravessa a montanha e a estrutura que está construída no seu topo (Münchner Haus). O local exacto do topo, porém, pertence à Alemanha. Para chegar ao topo (para quem não faz escaladas) é possível fazê-lo por teleférico ou através duma combinação entre comboio (que faz a parte mais sinuosa do percurso através dum sistema com cabos e roldanas) e teleférico. Estar no topo do Zugzpitze dá uma sensação de tranquilidade difícil de explicar. Olhar para o horizonte dá-nos a sensação de estarmos no topo do mundo.

















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segunda-feira, janeiro 29, 2007

982. Álbum de Fotos: Palácio Imperial - Innsbrück (2006)

O Palácio Imperial de Innsbruck foi construído em 1460 mas foi completamente remodelado pela Imperatriz Maria Theresia entre 1754 e 1773. Como curiosidade acrescento que Marie Antoinette era a filha mais nova da Imperatriz. As fotografias que aqui reproduzo são do átrio principal e da capela do Palácio.














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sexta-feira, janeiro 26, 2007

981. Santana Lopes e o caso Bragaparques

A estratégia de Santana Lopes quando confrontado com o insólito negócio que a Câmara de Lisboa fez com a Bragaparques é não vi, não ouvi e nem sequer cheirei o negócio. Só que, curiosamente, Santana Lopes era o Presidente da Câmara. Declarações como "este não era o meu acordo", que esteve quase "a impugnar a venda", que requereu o acompanhamento do Tribunal da Relação, que durante o processo resolveu "envolver os serviços, ficando de fora", que só avançou porque "tinha sido aprovado pela Assembleia Municipal", que tinha "dúvidas relativamente ao direito de preferência", repito, declarações deste tipo são absolutamente insólitas e confirmam que, mesmo não beneficiando do negócio, deixou que algo que lhe parecia estranho fosse para a frente. O que Santana Lopes parece querer dizer é que o negócio parecia merda, cheirava a merda, sabia a merda e, por isso, devia ser merda mas, mesmo assim, avançou. Deixou que os lisboetas engolissem a matéria fecal porque, afinal, foram os serviços que a criaram, porque fez o seu papel ao enviar para o Tribunal uma amostra para que estes confirmassem que era excremento e porque esta não era a cagada que inicialmente tinha proposto.

Tópico Relacionado: 978. O estranho negócio entre a Bragaparques e a Câmara Municipal de Lisboa

quinta-feira, janeiro 25, 2007

980. Modelo de emprego na Administração Pública

O Governo está a propor algo simplesmente inédito. Um verdadeiro escândalo. É a destruição final dos direitos adquiridos e mais um ataque aos homens e mulheres, aos trabalhadores e trabalhadoras deste país. Então não é que, pasmem-se, o Governo propôs que se um funcionário público não cumprir as suas funções pode ser despedido. Ao ponto a que chegamos. E o pior ainda está para vir. Querem acabar com as promoções automáticas. Como é que estes pseudo-governantes foram-se lembrar de tal enormidade?

quarta-feira, janeiro 24, 2007

979. Debate Mensal sobre Política Ambiental

Acho importante que um debate mensal na Assembleia da República seja sobre a política ambiental. Esta é uma das áreas que a intervenção estatal parece ser menos controversa. Não há economia de mercado que, per si, consiga fazer face às questões ambientais. Por mais que se tente - e bem - envolver a economia de mercado na resolução dos problemas do ambiente - como é o caso da bolsa da poluição para adicionar ao custo do produto as externalidades negativas da poluição - esta é uma questão que tem que ser promovida pelos Governos e, inevitavelmente, com compromissos globais para que não hajam distorções nas trocas comerciais entre países. Este é talvez o tema que, por natureza, deve ser pioneiro na área da regulação a nível global.

Os objectivos do Governo são isso mesmo, objectivos. Não há país que consiga fazer face à redução da emissão de gases poluentes e outras descargas poluentes para o meio ambiente de forma isolada. Parece ser um bom sinal para a Presidência Portuguesa que se comece a delinear estratégias para a política energética e para a redução da poluição. Não é por isso de admirar que na área da poluição resultante dos meios de transporte as propostas do Governo sejam escassas porque esta é uma das áreas em que nenhum Governo isolado pode alcançar uma redução consistente. O desenvolvimento de novas tecnologias que não são aparentemente lucrativas nem sequer a médio prazo para as empresas produtoras de meios de transporte requer incentivos fora da perspectiva de mercado. Estes incentivos não devem ser só fiscais mas também no apoio directo ao desenvolvimento das tecnologias. Ninguém pode esquecer que as externalidades positivas que tecnologias limpas alcançam não se reflectem de imediato nem na rentabilidade do produto nem na utilidade do consumidor. Estas externalidades permitem, por exemplo, uma melhoria da Balança Comercial e uma menor dependência de combustíveis fósseis, uma redução nacional da emissão de gases poluentes, uma melhoria na qualidade do ar, tudo isso dificilmente aproveitável para a perspectiva da empresa quando opta pelo fabrico de um produto.

Quanto às medidas do Governo vou aguardar pela sua efectiva concretização. Todas parecem ser consensuais - incentivos fiscais (imposto automóvel, lâmpadas), aposta no biocombustível e na biomassa, aposta nas energias renováveis, aumento da capacidade de produção energética (hídrica), encerramento das centrais a fuel e gasóleo - e ambiciosas mas como o inferno está cheio de boas intenções vou aguardar para ver.

P.S. Relembro que Portugal é dos países mais dependentes do fornecimento de energia pelo exterior (cerca de 80%) e que há uma clara oportunidade para diminuir essa dependência e, ao mesmo tempo, ser pioneiro em formas mais "limpas" de obtenção e utilização dessa energia

978. O estranho negócio entre a Bragaparques e a Câmara Municipal de Lisboa

A Polícia Judiciária resolveu, finalmente, avançar a "todo o gás" com as investigações sobre o negócio entre a Bragaparques e a Câmara Municipal de Lisboa. Não é preciso ser um observador muito atento para perceber que este negócio não "cheirava muito bem". Não me cabe julgar ninguém mas há muito que este negócio necessitava de esclarecimentos cabais. Como não os houve há agora a suspeita de corrupção. Quem assistiu à insistência do então candidato do Bloco de Esquerda José Sá Fernandes à Câmara Municipal de Lisboa para que Carmona Rodrigues desse uma explicação nos múltiplos debates que antecederam as eleições autárquicas notou, concerteza, na dificuldade deste último - diria até no embaraço - em oferecer uma explicação racional para que, numa venda pública, a pior proposta financeira tivesse ganho.

O que é realmente curioso é que tenha sido, acreditando nas palavras de Carmona Rodrigues, a própria Câmara a solicitar a investigação. Que seriedade política tem um homem - Carmona Rodrigues de nome - quando solicita uma investigação depois de tantas vezes ter colocado a "mão no fogo" para garantir que o negócio era totalmente transparente (mesmo sem o conseguir explicar de forma razoável)?

O contrato, relembro, foi assinado entre a Bragaparques e a autarquia, então liderada por Pedro Santana Lopes, em 2005. O negócio envolveu a permuta de terrenos - da antiga Feira Popular e do Parque Mayer - e os valores envolvidos apresentam discrepâncias elevadas. O caso é ainda mais complexo porque envolve supostas tentativas de corrupção a Sá Fernandes (por intermédio do irmão) e outros negócios entre a autarquia e esta empresa. Enfim, um exemplo acabado das - supostas - relações pouco claras entre empresas e câmaras que espero que seja rapidamente esclarecido para não abalar ainda mais a relação de confiança que existe entre cidadãos e seus representantes.

terça-feira, janeiro 23, 2007

977. Álbum de Fotos: Igreja Imperial - Innsbrück (2006)

O Hofkirche (Igreja Imperial) de Innsbruck contém o memorial ao Imperador Maximiliano I. No centro tem a figura do Imperador e é "guardada" por 28 estátuas de bronze em tamanho ligeiramente maior que o real de quem o precedeu.








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976. Álbum de Fotos: Mercado de Natal - Innsbrück (2006)







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segunda-feira, janeiro 22, 2007

975. Álbum de Fotos: O Telhado Dourado de Innsbrück (2006)













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domingo, janeiro 21, 2007

974. Álbum de Fotos: Innsbrück (2006)

Innsbrück (que significa Ponte do Rio Inn), capital do Estado do Tirol, é o local ideal para estar no "centro" de inúmeras actividades na neve. Vale a pena visitar esta cidade austríaca porque, em qualquer ponto da cidade, temos a sensação de estarmos no coração dos Alpes.
















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sexta-feira, janeiro 19, 2007

973. Ana Gomes e os "voos da CIA"

Há muita polémica na nossa "pequenina" vida política por causa do comportamento da deputada do Parlamento Europeu Ana Gomes enquanto membro integrante da comissão que investiga os alegados voos da CIA. Quanto às acusações de vários elementos do Partido Socialista - veladas ou públicas - de desconforto ou de falta de solidariedade desta perante o partido aproveito para esvaziar por completo a sua importância. O que é preocupante, e isso é uma dúvida válida, é até que ponto é que Ana Gomes credibiliza a investigação. O seu frenesim, a sua obsessão, as suas declarações bombásticas fora de tempo e a ligeireza como produz afirmações ainda não documentadas fragiliza, e muito, a comissão de que faz parte.

Dito isto é fundamental relembrar que não podemos ignorar o quadro global. Há o triste hábito de criticar uma medida que é consensual e importante porque alguém - por exemplo um ministro - fez uma declaração infeliz. De repente, por causa dum fait diver, parece que já é aceitável colocar o todo em questão. Quantos de nós não assistem a essa triste realidade todos os dias? Esta táctica política é, infelizmente, comum em Portugal e o que se defendia ontem já não é válido hoje porque há um pormenor algures que não nos agradou e que em nada afecta a essência da medida.

Aqui posso aplicar esta máxima. A questão de fundo não são os "sound bytes" de Ana Gomes mas a importância de não deitar para o lixo o que demorou séculos a conquistar, à custa de muitas vidas e abnegação. Quando ignoramos o direito internacional (note-se que não se tenta mudá-lo, apenas fazemos de conta que não existe), quando transportamos homens sem acusação, advogado ou destino estamos a regredir como civilização. Mas o cenário é ainda mais negro, ou seja, para além de um homem estar privado da sua defesa, na prática, ele deixa de existir porque a sua identidade e o seu contacto com o mundo desaparecem. Não há possibilidade de sequer verificar se determinado homem está preso e onde está detido, se a sua integridade física é respeitada e, no limite, se continua vivo. Simplesmente desapareceu do mundo. Este é o quadro global e é importante que ninguém esqueça isso.


Tópico Relacionado: Sequestros sem consequências


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quarta-feira, janeiro 17, 2007

972. Páginas Soltas (21): Quando Nietzsche Chorou, de Irvin D. Yalom




"Sombrio? Pergunte-se, doutor Breuer, porque são sombrios todos os grandes filósofos? Pergunte-se: 'Quais são os seguros, os confortáveis, os eternamente radiantes?' Dar-lhe-ei a resposta: somente aqueles com uma visão tacanha: o povo vulgar e as crianças!"


"Quando Nietzsche Chorou" é uma mistura - devo acrescentar original - de ficção, psicologia e pedagogia com eventos reais, biográficos e rumores. Passo a explicar. Imaginem uma obra de ficção cujas personagens são pessoas - reais, ou seja, que realmente existiram no "mundo real" - que duma forma ou de outra marcaram o rumo da psicanálise e imaginem ainda que estas interagem e, num longo processo de conhecimento mútuo, que envolve não só o desafio intelectual mas também a criação de laços de amizade, discutem a sua obra e descobrem a génese das ideias que ainda vão fazer nascer outras obras. Estas personagens são Josef Breuer, Friederich Nietzsche e Sigmund Freud, em diferentes fases da vida biológica e também em diferentes fases das suas carreiras. O cenário é Viena do século XIX (1882).

A história é simples mas não deixa de ser singular. O doutor Breuer, pai da psicanálise, atrai um promissor filósofo ao seu gabinete (Friederich Nietzsche) no sentido de evitar que este caia numa espiral de desespero que o conduza ao suicídio. Na tentativa de entrar na cabeça de Nietzsche os papeis invertem-se e acaba por ser o filósofo que conforta o desespero de Breuer. Na realidade estes homens nunca interagiram e o que Irvin D. Yalom faz é aproveitar uma história sobre amizade e psicologia para explicar a génese e o fio de pensamento destas individualidades históricas. No fim lemos um bom romance e, ao mesmo tempo, como bónus, ficamos a conhecer melhor a obra destas pessoas que marcaram a visão sobre a vida das gerações vindouras.

Como seria de esperar, sempre que uma história envolve Nietzsche, há uma extensa discussão filosófica. É aqui que reside a força deste livro porque compila opiniões e reflexões importantes sobre a mais inútil, porque infrutífera, das discussões, concretizando, o sentido da vida. A filosofia é talvez a mais essencial e, ao mesmo tempo, a mais abstracta das ciências porque dela nenhuma certeza germina mas, simultaneamente, porque é a ciência que mais próxima está da razão do nosso ser. Filosofia significa amor ao saber (do grego philia - amor com sophia - sabedoria). Em textos futuros vou colocar algumas citações do "Anti-Cristo" Nietzsche para reflexão.

A obra de Irvin D. Yalom está, porém, longe da perfeição. Há passagens que carecem de naturalidade e autenticidade porque forçam a génese de ideias que futuramente vão ser atribuídas às figuras históricas (que são simultaneamente personagens). No fundo parece que há um esforço não dissimulado para forçar o futuro. Adicionalmente esse "erro" é agravado com a sensação que a análise dos envolvidos é feita sobre a luz dos conhecimentos e moldes actuais, ou seja, mesmo que se tratem de homens à frente do seu tempo parecem pensar demasiado como homens ocidentais contemporâneos. Por fim, no meio de tanta introspecção e intelectualidade, há partes do livro que parecem ceder à emoção grátis e à literatura ligeira (no mau sentido da palavra). No global, apesar de tudo, é uma obra que recomendo, principalmente a quem tem amor ao saber.


Memórias do Filho do 25 de Abril: Literatura (todos os textos deste blogue sobre literatura); Religião (todos os textos deste blogue sobre Religião e Filosofia)

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segunda-feira, janeiro 15, 2007

971. Álbum de Fotos: Salzburgo (2006)

É fácil ficar apaixonado por Salzburgo. Para ajudar a explicar porquê publico algumas fotografias panorâmicas da cidade.














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970. O desastre contemporâneo chamado Iraque

Hoje mais um capítulo negro da história do Iraque pós-libertação foi escrito. Mais duas execuções por enforcamento - uma delas acabou por ser um enforcamento com direito a decapitação que uns chamam de acidente e outros de "acto de Deus" - que, novamente, deixa para a história mais imagens de profundo mau gosto e, mais importante, que só serve para dividir ainda mais as facções no país. A pena de morte, estou cada vez mais convencido, não tem qualquer tipo de utilidade ou justificação.

Apetece cada vez menos escrever sobre o Iraque. Não há absolutamente nada que se consiga retirar desta história que alimente a mais pequena esperança dum mundo melhor. Não há absolutamente nada, repito, defensável nesta história do princípio até agora.

Desde o que motivou a intervenção militar passando pelos objectivos para o país e para a região até ao que se pretendia alcançar no combate à táctica de guerra chamada terrorismo nada, tenho que dar ênfase a esta palavra, nada, repito, foi confirmado ou alcançado. Tudo é relativizado - da inexistência de motivos para a intervenção até à tortura ou tratamento ilegal de prisioneiros - e nada de humano sobressai deste conflito. Tudo regride.

Será possível fazer pior?

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domingo, janeiro 14, 2007

969. Álbum de Fotos: Catedral de Salzburgo (2006)

As fotografias que se seguem são várias perspectivas da Catedral de Salzburgo. Também é possível visualizar vários monumentos e igrejas das quais destaco a Igreja de São Francisco (pode ser vista à frente da fachada da catedral na primeira e terceira imagens). Relembro que o centro histórico de Salzburgo é Património Mundial da UNESCO desde 1997.














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sábado, janeiro 13, 2007

968. Álbum de Fotos: Fortaleza de Hohensalzburg (2006)

A cidade de Salzburgo parece mágica e o filme Sound of the Music (com Julie Andrews) ajudou a imortalizar essa imagem de cidade retirada dum conto de fadas. Foi esta cidade que viu nascer Wolfgang Amadeus Mozart.

As fotografias que se seguem são várias perspectivas da Fortaleza Hohensalzburg (a maior e mais bem preservada fortaleza da Europa).














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quarta-feira, janeiro 10, 2007

967. Álbum de Fotos: Eagle's Nest, Berchtesgaden, Minas de Sal (2006)

Durante as minhas férias em Dezembro fiz uma viagem organizada - a única desta viagem - que partia de Salzburgo e tinha como roteiro uma visita ao que resta do Eagle's Nest (a antiga sala de conferência de Hitler), a passagem pela pequena cidade de Berchtesgaden (situada na Baviera) e terminava numa visita a umas Minas de Sal perto da cidade mencionada.

Como curiosidade do Eagle's Nest (Kehlsteinhaus) já pouco resta e só não foi destruída pelos aliados porque ficou a promessa que, apesar de poder ser usado para o turismo, não haveria qualquer tipo de evocação a Hitler. Actualmente é um espaço hoteleiro e, até 2000, só havia visitas guiadas em inglês por imposição americana para evitar que se tornasse um local de culto para os neo-nazis. Esta sala foi idealizada para Hitler receber altas individualidades estrangeiras uma vez que a vista é magnífica e imponente mas raramente foi usada porque apesar de ter sido uma prenda de aniversário (50 anos) a Hitler este nunca gostou muito do local. Quem lhe ofereceu estas instalações não sabia que Hitler sofria de vertigens. As fotografias que aqui publico são apenas dum local onde há uma réplica em miniatura do complexo.

Depois de visitar as grutas de Postojna (Eslovénia) mais uma vez estive nas profundezas da montanha mas, desta vez, näo para observar as belezas naturais das grutas mas sim para espiar o trabalho do homem entranhado nos Alpes. Recomendo a visita porque para além de ser extremamente didáctica também é divertida e original. Mais uma vez a quantidade de fotografias é limitada uma vez que é difícil captar a extensão e grandiosidade das minas quando há limitações de iluminação e do uso de flash mas fica aqui a ligação a uma página sobre as Minas de Sal de Berchtesgaden.




















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domingo, janeiro 07, 2007

966. A Denúncia na TVI

A TVI tem estado a funcionar, nos seus longos e desinteressantes noticiários, com base em notícias que "surgem" através de denúncias. No início do ano a filha de uma utente dum hospital da capital, após uma longa espera nas urgências, telefonou para a TVI. Numa questão de poucas horas a reportagem saiu no noticiário e, segundo a denunciante, a sua mãe foi atendida no espaço de minutos e surgiram médicos para reforçar o serviço de urgências. No dia seguinte os repórteres da TVI lá estavam na perseguição do ministro da tutela a exigir explicações em relação ao caso denunciado.

Contava-me um amigo meu que, no ano passado, uma cliente de um banco onde este trabalha, insatisfeita com o serviço prestado, virou-se para o funcionário e disse-lhe que este esperasse uma denúncia na TVI. Nunca mais ouviu falar da cliente mas o que é sintomático é que o poder que a TVI oferece ao denunciante funciona como uma ameaça.

Este tipo de acontecimentos merece uma cuidada reflexão. E convém reflectir em dois planos separados: o que leva o cidadão a recorrer a este tipo de denúncia e se este é ou não um método útil para melhorar a nossa vida colectiva.

Um cidadão, perante uma injustiça ou um mau serviço, note-se que segundo a sua percepção, utiliza os instrumentos que tem a seu dispor para corrigir essa situação. O que pergunto é se é a justiça e os procedimentos administrativos que funcionam mal no caso duma reclamação e motivam esta denúncia ou se, independentemente do bom ou mau funcionamento dos meios à disposição do cliente ou do cidadão, estes recorreriam, na mesma, à denúncia televisiva. Não sei responder.

O cidadão português, pouco exigente por natureza, quase conformista, que pouco ou nada participa em acções cívicas, que pouco ou nada reclama nos locais próprios do que está a funcionar mal, resolveu, com a ajuda da “televisão do povo”, utilizar a denúncia como forma de reivindicação dos seus direitos. Não é aquele tipo de denúncia que revela a situação fiscal do vizinho mas um grito histérico de denúncia a tudo - literalmente tudo - o que funciona (ou acha que funciona) mal neste país. Se é inaceitável esperar numa urgência, se a repartição de finanças “roubou” uns cêntimos, se o banco cobra mais uma comissão, se a estrada tem um buraco então interessa que todo o país saiba isso e que o seu caso seja resolvido com prontidão. Podemos considerar esta acção como cívica? Ou corresponde a um grito de revolta? Ou é apenas um acto de conveniência?

O Estado e as empresas têm que gerir esta situação com muito cuidado e adaptarem-se aos tempos. Não é útil estar a apagar fogos ao som da denúncia. E é também impossível que tudo esteja a funcionar bem a todo o momento. É necessário haver uma cultura de exigência tanto no sector público como no privado mas nada está blindado à voragem da imprensa e dos denunciantes. Por isso só há uma saída que passa por saber conviver com a eminência dum escândalo mediático quando menos se espera e isso implica que muitos consultores de imagem e de relações públicas vão ser contratados, não para resolver o essencial (se é que há algo que valha a pena resolver tal é a variedade de denúncias, da vital à sem importância), mas para gerir o impacto mediático da denúncia. O que não deve acontecer, parece-me óbvio, é estruturar a empresa conforme as denúncias porque corresponde a navegar à vista e negligenciar o quadro geral e as situações estruturais. Ou será que é exactamente o contrário e a denúncia mediática vai colmatar o défice de reclamações e exigência do cidadão/ cliente e, simultaneamente, contornar as deficiências da justiça? Só tenho a certeza que tanto o Estado como as empresas vão ter que aprender a conviver com este método de delação.

sábado, janeiro 06, 2007

965. Álbum de Fotos: Gruta de Postojna (Eslovénia)












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