17 de Abril de 2004 (2) – A Roupa
Para que serve, afinal, a roupa? Ocorre-me, num pensamento menos socializado, que serve unicamente para proteger o nosso corpo do meio ambiente e suas bruscas mudanças e para permitir ao homem percorrer maiores distâncias (como as ferraduras nos cavalos). Mas talvez tenha outras utilidades porque o homem e a mulher vestem-se de maneiras muito diferentes e parece-me que a anatomia não explica tudo. Dir-me-ia a lógica que o vestuário da mulher e do homem estariam adaptados ao conforto de cada um. Porém, a experiência desafia a minha lógica porque ainda não encontrei uma utilidade óvia no uso dos saltos altos e das gravatas. Também, olhando para a questão duma maneira unicamente utilitarista, pode parecer um contra senso peças de vestuário semelhantes em quase tudo (no corte, no tipo de tecido, etc.) terem variações enormes no seu preço porque têm uma combinação original de cores, que por vezes formam palavras a que designamos de marca.
É melhor voltar a socializar a minha mente e dizer o óbvio: é tudo uma questão de imagem! Confortáveis para quê? Adaptados ao meio ambiente sim, mas subjugados a interesses porventura mais edificantes: criar uma imagem, atrair o sexo oposto à originalidade e singularidade do gosto, criar um impacto inicial que descreva a peronalidade antes de iniciar uma conversa. É claro que a roupa de Inverno é diferente da de Verão que por sua vez é diferente das outras estações, há, por isso, uma adaptação ao meio ambiente e a moda o que faz é criar tendências nas diversas estações, reinventar-se, procurar ser aceita, ser cool para o seu mercado alvo e, ao mesmo tempo, ajudar-nos a andar melhor e não termos tanto frio (não incluo o calor, porque para isso havia uma solução bem mais simples, não usar nada... ok.... está certo... as queimaduras solares).
Voltando ao exemplo do Brasil (não, não é um fetiche), como é que um país tão preocupado com a imagem tem hábitos de vestuário tão curiosos? Por exemplo não é incomum ver os estudantes universitários estarem todos nas suas respectivas faculdades de calções, T-Shirts e chinelos. Deixo a minha opinião: talvez seja o calor e a imagem vem depois. Como gosto de ser advogado do diabo de mim mesmo digo então, talvez o culto do corpo deixe a roupa para segundo plano. Mas, para contradizer-me um pouco mais porque unanimismos de opinião não devem existir (mesmo numa só pessoa), digo: não é nada disso porque o Brasil é dos sítios do mundo onde as próprias pessoas mais alteram as T-Shirts colocando um sem número de originalidades. Conclusão final: nenhuma, como sempre!
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