1017. A coerência colocada à prova
- Quem sempre defendeu que era preciso colocar um travão ao despesismo da Região Autónoma da Madeira não pode agora evocar que concorda que esta região está a ser alvo duma perseguição;
- Quem sempre defendeu que o défice orçamental é uma questão importante para o país não pode defender a demissão sem enunciar quais as alternativas que existem para que a Madeira continue a crescer sem gerar dívidas gigantescas;
- Quem já notava que a Região Autónoma da Madeira estava com problemas financeiros graves não pode julgar que uma lei que foi publicada esta semana - Lei das Finanças Regionais - é a causa do endividamento e estrangulamento financeiro da região;
- Quem considerar que Alberto João Jardim é que soube desenvolver a sua região é estar a defender que todos os autarcas e presidentes dos Governos Regionais deixem de respeitar os limites orçamentais;
- Quem reconhece que a Madeira sempre dependeu do Governo da República para pagar as dívidas que gera (gastos para além do financiamento) tem que reconhecer que o trabalho de desenvolvimento na Madeira não nasceu de nenhuma política milagrosa;
- Quem realmente considera que a Madeira faz parte de Portugal não pode chamar aos conterrâneos madeirenses, que não defendem esta política de despesismo não sustentado por parte do Governo Regional, de traidores. Quem o faz não se considera, de certeza, português;
Espero que os que não concordam com estes "testes à coerência" que os contestem. O que já não consigo assistir, confesso, é a argumentos que acham que Alberto João Jardim foi corajoso, que se preocupa com os seus, que é o único a enfrentar Sócrates e, ao mesmo tempo, não explicar como é que o que defendiam ontem já não defendem hoje. Podemos todos elogiar a singularidade do político Alberto João Jardim ou o seu carisma mas, se queremos defender as suas opções, temos que assumir que é este modelo que queremos para o país. Será que a Madeira chegou ao ponto em que chegou, de falência financeira, por causa duma lei que foi aprovada esta semana?
A política também é sentimento mas não podemos perder o fio à meada, ou seja, temos que ter alguma racionalidade no que defendemos ou caímos facilmente no populismo ou na demagogia.
Com esta "posta", a quinta deste tema desde a demissão do Presidente do Governo Regional da Madeira, encerro por algum tempo a reflexão sobre a situação política na Madeira.
- Quem sempre defendeu que o défice orçamental é uma questão importante para o país não pode defender a demissão sem enunciar quais as alternativas que existem para que a Madeira continue a crescer sem gerar dívidas gigantescas;
- Quem já notava que a Região Autónoma da Madeira estava com problemas financeiros graves não pode julgar que uma lei que foi publicada esta semana - Lei das Finanças Regionais - é a causa do endividamento e estrangulamento financeiro da região;
- Quem considerar que Alberto João Jardim é que soube desenvolver a sua região é estar a defender que todos os autarcas e presidentes dos Governos Regionais deixem de respeitar os limites orçamentais;
- Quem reconhece que a Madeira sempre dependeu do Governo da República para pagar as dívidas que gera (gastos para além do financiamento) tem que reconhecer que o trabalho de desenvolvimento na Madeira não nasceu de nenhuma política milagrosa;
- Quem realmente considera que a Madeira faz parte de Portugal não pode chamar aos conterrâneos madeirenses, que não defendem esta política de despesismo não sustentado por parte do Governo Regional, de traidores. Quem o faz não se considera, de certeza, português;
Espero que os que não concordam com estes "testes à coerência" que os contestem. O que já não consigo assistir, confesso, é a argumentos que acham que Alberto João Jardim foi corajoso, que se preocupa com os seus, que é o único a enfrentar Sócrates e, ao mesmo tempo, não explicar como é que o que defendiam ontem já não defendem hoje. Podemos todos elogiar a singularidade do político Alberto João Jardim ou o seu carisma mas, se queremos defender as suas opções, temos que assumir que é este modelo que queremos para o país. Será que a Madeira chegou ao ponto em que chegou, de falência financeira, por causa duma lei que foi aprovada esta semana?
A política também é sentimento mas não podemos perder o fio à meada, ou seja, temos que ter alguma racionalidade no que defendemos ou caímos facilmente no populismo ou na demagogia.
Com esta "posta", a quinta deste tema desde a demissão do Presidente do Governo Regional da Madeira, encerro por algum tempo a reflexão sobre a situação política na Madeira.
Etiquetas: Madeira, Política Local/ Regional
3 Comments:
At 1:10 da manhã, Anónimo said…
Concordo plenamente contigo. E em relação a deixares de comentar a situação da Madeir, também pensei nisso, e porque senão qualquer dia o dito Sr Jardim começa a proferir afirmaçôes que até os Blogs do continente estão numa ofensiva contra ele, de tantos a comentar a situação delicada que vive a Madeira com mais esta birra do senhor.saudações profanas!!!
At 1:17 da manhã, Ricardo said…
Caro Profano,
Para todos os efeitos eu sou madeirense. :)
Saudações,
At 9:32 da tarde, Nuno Raimundo said…
Caro Ricardo quero que saiba que nada tenho contra os Madeirenses com povo nem como Portugueses que são. Tenho é algumas "coisas" contra é o Sr Jardim. Pois mancha deliberada e continuadamente a imagem dos Madeirenses, com os impropérios que diz contra a "malta" do continente.Uma pessoa na situação que este senhor está, deveria pensar bém antes de falar e dizer as barbaridades que diz. Espero que com esta postagem o amigo Ricardo saiba qual a minha posição. Abraços!
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