Filho do 25 de Abril

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segunda-feira, fevereiro 19, 2007

1010. A agonia ideológica do PSD

[O PSD é hoje um] "partido mais conservador do que há 20 anos", "equívoco" e "sem estratégia", José Miguel Júdice, ao abandonar o PSD após 25 anos de militância, Expresso

Que grande nóia. O partido que é mais português que Portugal está numa encruzilhada ideológica - será que algum dia saíu de lá? Às vezes acorda liberal, noutras manhãs exige medidas de centro-esquerda a Sócrates, noutras tardes une-se ao Partido Popular Europeu, passa o resto do dia com os populares mas à noite adormece com os tecnocratas e dorme com os conservadores. Que grande nóia.

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6 Comments:

  • At 7:53 da tarde, Blogger H. Sousa said…

    Caro Ricardo,
    Qualquer partido devia estar orgulhoso de se ver livre de semelhante crápula.
    Abraços

     
  • At 8:58 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Henrique,

    Não quero analisar a qualidade - ou falta dela - do militante mas o que este disse não podia ser mais actual. O PSD actual é uma completa confusão ideológica.

    Abraço,

     
  • At 10:19 da tarde, Blogger H. Sousa said…

    Maior confusão vai no PS, vejo eu. O conluio com a extrema direita neoliberal é escandaloso. A escravatura sem igual a que submetem as bestas, sinto-a também. Se isso é socialismo, mil vezes o Alberto João.
    Enfim, é como vejo as coisas, o Sócrates é um Hitler mal disfarçado. Ao menos o AJJ é-o às claras.
    Abraços

     
  • At 11:01 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Henrique,

    O PS, realmente, não tem nada a ver com o PS do passado mas extrema direita? Neoliberal? Por favor...

    O PS está a governar, é verdade, mais à direita que é a sua tradição, o que não deixa de ser um sinal dos tempos já que a economia está globalizada e a intervenção estatal resume-se, cada vez mais, à regulação. Também é verdade que estão a ser feitos cortes significativos na área social, alguns que concordo e outros que não.

    O que não me parece ser verdade são os extremos com que identificas o partido. Neoliberal seria um partido que estivesse disposto a reduzir o Estado à regulação e, que saiba, as áreas fora do sector empresarial (saúde, segurança social, defesa, entre outras) não tem havido sinais de qualquer total ou semi-privatização. Extrema-direita implica conservadorismo, nacionalismo, xenofobia e também aí é injusto colar o PS a esta ideologia.

    Que o PS roubou o centro (direita) ao PSD parece óbvio - e daí muitos dos problemas do PSD - mas daí a fazer comparações com o extremo vai uma grande distância.

    Abraço,

     
  • At 1:04 da tarde, Blogger H. Sousa said…

    «O PS está a governar, é verdade, mais à direita que é a sua tradição, o que não deixa de ser um sinal dos tempos já que a economia está globalizada e a intervenção estatal resume-se, cada vez mais, à regulação.»
    Há contradição com isto:
    «Neoliberal seria um partido que estivesse disposto a reduzir o Estado à regulação e, que saiba, as áreas fora do sector empresarial (saúde, segurança social, defesa, entre outras) não tem havido sinais de qualquer total ou semi-privatização.»
    Conservadorismo e nacionalismo são negativos? Porquê? Quanto a xenofobia, o neoliberalismo é anti-xenofobia. Aliás o neoliberalismo só tem uma moral, a moral da economia. Por isso combate tudo que possa ser entrave à "economia", relativiza todos os valores morais.
    No que respeita a "privatizações" encetadas pelo PS, meu caro Ricardo... Em que mundo vives? A quem estará o governo a favorecer com o encolher do Estado?
    Bom, eu nem gosto de política em termos de tios concretos que mais não são que títeres ao serviço dos verdadeiros tios que mandam. Mas esses ficam na rectaguarda. O Sócrates é um pau-mandado de Belmiros e quejandos.
    O PSD está como está porque há muitos palhaços que migram sempre de partido em partido e vão para o que estiver melhor cotado. Há um défice de tios no PSD.
    Mas não te condeno por defenderes o status quo, mais adiante se verá.
    Abraços

     
  • At 9:49 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Viva Henrique,

    A intervenção Estatal resumir-se, na economia, à regulamentação não é, por si só, um sinal de liberalismo. Como sabes a União Europeia, e eu concordo com isso, defende que o Estado tenha cada vez um menor sector empresarial e que não intervenha tanto nos mercados. Até aí eu concordo. O passo que este Governo tem-se recusado a dar, apesar das pressões, é que, para além do sector empresarial, haja uma redução das funções do Estado, quer na Saúde, na Defesa, na Segurança Social e por aí fora. Se este ou qualquer outro Governo optar por esse trajecto terá a minha forte oposição porque continuo a acreditar que só o Estado pode garantir um mínimo de igualdade de oportunidades e universalidade quer, por exemplo, nas reformas ou na saúde. Também na regulação o Estado continua a ter forte intervenção, às vezes bem outras mal, mas aí acho que estamos de acordo que já perdeu o sentido o Estado ter empresas nos mesmos mercados que, indirectamente, regula.

    Já escrevi muitos textos a criticar opções deste Governo mas estou longe de considerar que este Governo esteja próximo do neoliberalismo, da extrema-direita e, muito menos, Sócrates do Hitler. Tens, porém, razão para criticar a minha definição de extrema-direita que apesar de estar quase sempre conotada a um nacionalismo exagerado, porque o moderado não faz mal a ninguém, não está, de facto, conotada ao conservadorismo. Eu aprecio pouco o conservadorismo porque acho que já temos sociedades que deviam ser mais tolerantes em relação a novas realidades sociais que não prejudicam terceiros mas que insistimos em oprimir. Mas daí a conotá-la à extrema-direita foi, de facto, um enorme exagero meu.

    Abraço,

     

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