978. O estranho negócio entre a Bragaparques e a Câmara Municipal de Lisboa
A Polícia Judiciária resolveu, finalmente, avançar a "todo o gás" com as investigações sobre o negócio entre a Bragaparques e a Câmara Municipal de Lisboa. Não é preciso ser um observador muito atento para perceber que este negócio não "cheirava muito bem". Não me cabe julgar ninguém mas há muito que este negócio necessitava de esclarecimentos cabais. Como não os houve há agora a suspeita de corrupção. Quem assistiu à insistência do então candidato do Bloco de Esquerda José Sá Fernandes à Câmara Municipal de Lisboa para que Carmona Rodrigues desse uma explicação nos múltiplos debates que antecederam as eleições autárquicas notou, concerteza, na dificuldade deste último - diria até no embaraço - em oferecer uma explicação racional para que, numa venda pública, a pior proposta financeira tivesse ganho.
O que é realmente curioso é que tenha sido, acreditando nas palavras de Carmona Rodrigues, a própria Câmara a solicitar a investigação. Que seriedade política tem um homem - Carmona Rodrigues de nome - quando solicita uma investigação depois de tantas vezes ter colocado a "mão no fogo" para garantir que o negócio era totalmente transparente (mesmo sem o conseguir explicar de forma razoável)?
O contrato, relembro, foi assinado entre a Bragaparques e a autarquia, então liderada por Pedro Santana Lopes, em 2005. O negócio envolveu a permuta de terrenos - da antiga Feira Popular e do Parque Mayer - e os valores envolvidos apresentam discrepâncias elevadas. O caso é ainda mais complexo porque envolve supostas tentativas de corrupção a Sá Fernandes (por intermédio do irmão) e outros negócios entre a autarquia e esta empresa. Enfim, um exemplo acabado das - supostas - relações pouco claras entre empresas e câmaras que espero que seja rapidamente esclarecido para não abalar ainda mais a relação de confiança que existe entre cidadãos e seus representantes.
1 Comments:
At 12:15 da tarde, Rui Martins said…
e lá vai Carmona ter mais uma razão para andar a fugir às perguntas incómodas dos jornalistas nas inaugurações...
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