1198. À falta de uma palavra melhor escolho: atónito
Vamos por partes. Portas sai com poderes executivos reforçados, mas com a credibilidade irremediavelmente afectada com o que todos perceberam ser uma luta de poder. Passos mostra ter sido capaz de evitar o (seu) mal pior (as eleições), mas sai claramente inferiorizado como líder uma vez que entrega ao CDS bem mais que o proporcional de 12% que este partido representa. Mas isto tudo foi um espectáculo de mau gosto de luta de poder em público e o que importa analisar é o efeito no nosso débil projecto de país.
O positivo do espectáculo que assistimos é que finalmente o CDS está a bordo do Governo e vai ter que responder pelos seus resultados. Por consequência temos um Governo mais unido e estável. A viragem do foco das Finanças para a Economia também parece positivo. Mas há também a sensação que estamos a começar de novo, sem a margem de manobra que o início de mandato oferece. Há ainda uma clarificação que assusta: o que se fez até agora terá continuidade limitada, o que com os indicadores actuais, parece (e é) o assumir de um falhanço. E como um Governo pode ser mobilizador com um líder fraco e um vice sem credibilidade? Com tanta falta de sentido de Estado só me resta continuar emigrado e, bem pior, com o que ganho num banco estrangeiro.
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