19 de Abril de 2004 (6) – Religião
Começo aqui, com todas as pessoas que perdem tempo a ler estas parvoíces, uma viagem que tenho evitado percorrer. Esta viagem é espiritual (não, o meu espírito não vai viajar nem pairar por aí). Todos nós, para simplificar as nossas vidas, temos de ter rótulos! É assim mais fácil, quando vamos falar com alguém, dar-lhe rótulos: é divorciada, mãe solteira, da classe média média (nem baixa nem alta), cristã... e por aí fora. As nuances complicam a vida e, como todos sabem, eu gosto de complicar a vida de todo o mundo, incluíndo a minha. Então (só para contradizer-me novamente e simplificar-vos a vida) não vou à procura das nuances mas dos rótulos das minhas crenças como se elas tivessem obrigatoriamente de caber em qualquer lado.
A primeira questão é se os rótulos são exclusivos entre si. Não faço a mais pequena ideia. Poderei ser rotulado de pertencer a várias formas de crenças? Que interessa, que se lixe esta reflexão. Vou partir para uma viagem que vai mudar a minha vida e estas gorduras de pensamento têm de ser eliminadas antes de começar. Que se lixem as exclusividades, não sou exclusivo de nada. Ou talvez até seja...
Antes de mais queria afirmar que não sou um homem religioso. Mentira, acabei de descobrir que sou. Senão vejamos, por religião positiva ou revelada entende-se aquela em que os dados dos sentidos e da razão são completados e confirmados pelos da revelação. De revelações não percebo nada, muito menos das espirituais. Já religião natural é a que assenta apenas nos dados do sentimento e da razão, sem recurso a revelação divina. Fixe! Encontrei o meu primeiro rótulo, afinal sou um religioso natural. A minha viagem começou ainda agora e já estou rotulado, mas ainda duma maneira bastante superficial. Quero mais!
Claro que continua, estupído(a)!
P.S. Serei Judeu ou Cristão? Ateu, Agnóstico ou Laico? Budista? Muçulmano? A procura de rótulos continua...
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