Filho do 25 de Abril

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segunda-feira, junho 28, 2004

(98) No Meu Mundo Político Ideal

Vou fazer um exercício de utopia na política portuguesa.

Jorge Sampaio dissolve a Assembleia constatando que a situação política gerada pela saída de Durão Barroso é insustentável. Santana Lopes, na sua perspectiva, não é conciliador nem para o PSD nem para o país. As eleições são marcadas e os partidos começam a contar espingardas.

Em todos os partidos são marcados Congressos Extraordinários. O primeiro é o do Bloco de Esquerda que constata a sua inutilidade para a sociedade portuguesa e sai de cena. Louçã parte para uma missão humanitária nos EUA e ajuda na produção do próximo filme de Michael Moore. O segundo congresso é o do Partido Comunista Português que resolve finalmente reformar-se e transformar-se numa esquerda moderada mudando o seu nome para PV (Partido Verde). O terceiro congresso é o do Partido Social Democrata que resolve eleger como líder Santana Lopes e este promete plantar palmeiras no percurso Porto – Lisboa. Nessas palmeiras haverá cartazes com as suas promessas até o ano 2500. O quarto congresso é o do Partido Socialista que elege António Vitorino como líder e promove Ferro Rodrigues como eterno embaixador da boa vontade. O quinto Congresso é o do Partido Popular que manda Paulo Portas jogar cartas com o seu amigo Rumsfeld no Pentágono.

Os dados estão lançados. As eleições chegam. Vitorino é eleito com um programa reformador e ambicioso. As áreas de intervenção são a Saúde, a Educação, a Cultura e a Ciência. As Finanças Públicas tornam-se num instrumento dessas políticas, não um fim. Entretanto Durão Barroso é substituído, por paralisia total, por um promissor político federalista que resolve fazer a tão ambicionada União Política. Todos os países aplaudem (pausa para rir à parva). Santana Lopes resolve ir gerir uma discoteca e João Soares volta à Câmara com a motivação do seu primeiro mandato.

Tudo corre sobre rodas e o Porto decide que não se revê nos políticos de nenhum quadrante político e pôe Rosa Mota a Presidente de Câmara. Os Jogos Olímpicos de 2008 realizam-se no Porto por respeito a este grande nome do atletismo. A Madeira encontra o seu rumo e resolve ter um modelo de desenvolvimento solidário com o resto do país. Finalmente Guterres derrota Cavaco para Presidente da República e resolve que é ele (Presidente da República) que deve conduzir a política externa do país.

Vou mas é dormir, porque esta dose de realidade deixou-me desgastado. Nos meus sonhos vou sonhar com um Portugal mórbido com palmeiras no meio do Alentejo e um túnel entre São Bento e o Bairro Alto. O meu sonho vai incluír uma realidade apocalíptica para Portugal onde as ideias para o país assumem a forma de Elefantes Brancos... as Torres Gémeas em Lisboa, o Centro Cultural da Noite na Figueira da Foz, o Estádio de Alvalade com espectáculos de Strip Tease. Bem... ainda bem que a realidade é bem mais cor de rosa...

2 Comments:

  • At 12:26 da manhã, Blogger Unknown said…

    A parte mais negra do teu post é aquela parte sobre o Vitorino.
    Este "menino" que anda há uma data de tempo a ser promovido (quem paga? o Santander?), é um bom exemplo do prostituto político.
    Foi só referir um facto.
    Quando foi do golpe Champaulimaud (que Deus tenha bem guardado, não vá ele voltar) Santander o Sousa Franco tentou limitar os gastos e impedir que a banca espanhola fizesse mão baixa sobre a banca portuguesa.
    De referir que ao mesmo tempo houve problemas similares em França e Itália e onde os governos nacionais se impuseram.
    Ora, quando a guerra Sousa Franco - Santander chegou à Comissão Europeia, Comissão que ignorou os problemas franceses e italianos, o "nosso" Vitorino tomou uma posição completamente contrária a Portugal.
    O que não admira ou não tivesse ele sido administrador do Santander...
    E é um gajo deste calibre que muitos socialistas querem para dirigir o país!

     
  • At 12:58 da manhã, Blogger TiagusGV said…

    (sem ser um bloquista nem comunista) digo apenas que considero o papel do Louçã bastante útil no parlamento tal como considero o do PCP... desde que nunca cheguem a Governo. Aliás, nesta democracia pouco conseguida, será sempre impossível governar em minoria, o que é uma pena, que é de longe o formato menos mau da democracia como até hoje ela é concebida.

     

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