(180) Porque a Memória é Curta
Kofi Annan
Eu tenho uma grande admiração pelo trabalho que Kofi Annan tem feito na Organização das Nações Unidas. Recentemente Annan deu uma entrevista à BBC classificando a Invasão ao Iraque de Ilegal. As reacções foram rápidas criticando o conteúdo e o momento destas afirmações. Houve até alguma agressividade da Diplomacia Australiana e muita contestação da Diplomacia dos EUA e da Inglaterra. Segundo os representantes destes países a guerra foi considerada legal por muitos juristas especialistas em Direito Internacional.
O que é que Annan disse que irritou tanto os “Aliados”? Que a primeira resolução era insuficiente e que não existiam ADM ou Armas de Destruição em Massa. Daí concluíu que os EUA não tinham legitimidade para a “invasão”. Se acrescentarmos o facto de nada se ter provado da ligação de Saddam ao terrorismo parece-me óbvio que, neste contexto, não foram esgotadas todas as oportunidades diplomáticas. Eu até acho que esta guerra era inevitável mas foi feita da maneira errada, com os objectivos errados e sem plano para o pós guerra.
Porque a memória é curta e a justiça internacional só é válida para os vencidos aqui vai um resumo do que se passou.
1. A Primeira Resolução previa sérias consequências se Saddam não se desarmasse. Carecia de nova aprovação da ONU essas consequências.
2. Não foram encontradas ADM e os inspectores da ONU não terminaram os seus trabalhos. Todavia a conclusão preliminar é que não haviam ADM.
3. As Consequências sérias não foram aprovadas pela ONU.
4. Os EUA desistiram duma Segunda Resolução porque anteciparam o seu chumbo. Não era viável.
E agora? Se foi ilegal quem paga pelas consequências de monstruoso erro? Para que serve ter Organizações Internacionais quando estas ou não têm peso (ONU) ou são manipuladas por um só país (NATO, OMC)? De qualquer forma uma palavra de admiração a Kofi Annan pelo desempenho nas Nações Unidas.
1 Comments:
At 4:38 da manhã, Unknown said…
Acho que o Kofi Annan já deve ter perdido as hipótses de ser reconduzido como Secretário Geral das Nações Unidas.
Assim pode dar-se ao luxo de dizer o que realmente pensa.
É necessário é começar a pensar quem é que irá ser o sucessor de Kofi no cargo.
Felizmente nós temos um português, de renome internacional, que é candidato profissional, o António Vitorino...
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