Filho do 25 de Abril

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terça-feira, fevereiro 06, 2007

992. Pescadinha de rabo na boca: "A estratégia" para o Iraque



Há uma estratégia para o Iraque? Há. Como define essa estratégia? É uma questão complexa mas posso adiantar que há "a estratégia". "A estratégia", como assim? É "a estratégia" que garante a vitória da Democracia. Podia ser mais explícito? Qualquer outra estratégia garante a vitória do terrorismo, do mal sobre o bem. Mas não houve uma evolução na estratégia? Havia "a estratégia", que vou chamar de "a estratégia", e agora há "a estratégia". Mas então sempre houve "a estratégia"? Sim, mas "a estratégia" precisou de mudar para "a estratégia" garantir a vitória. Simplesmente "a estratégia"? "A estratégia" é muito mais que "a estratégia", é "a estratégia". Agora estou confuso, afinal "a estratégia" implica, por exemplo, o aumento do horizonte temporal da intervenção ou a sua diminuição? Isso é irrelevante, os pormenores de "a estratégia" são complexos mas de eficácia assegurada. Humm, "a estratégia" implica a existência de "a estratégia"? Não, para que exista "a estratégia" é crucial que haja a percepção de "a estratégia". Como assim? Sem "a estratégia" parece que não temos "a estratégia". Acho que não tenho mais perguntas. Muito obrigado pela oportunidade que me deu para explicar "a estratégia".

Afinal há, houve ou haverá uma estratégia para o Iraque?

"É um bom sinal de que existe uma sensação de preocupação e ansiedade. Significa que o governo (iraquiano) compreende ter a responsabilidade de proteger o povo"

"Não haverá nenhum cronograma estabelecido. E a razão é porque nós não queremos enviar sinais mistos a um inimigo ou para uma democracia em dificuldades ou para as nossas tropas"

George W. Bush, Presidente da nação mais poderosa do mundo



A estratégia parece simples. A "nova estratégia" - que pressupõe que houve uma velha - é manter a percepção de que há uma estratégia - que era velha e agora é nova. Mas a "nova" indica, simplesmente, que o Governo Iraquiano é responsável pelo que vai acontecer no futuro. Nouri al-Maliki, Primeiro-Ministro do Iraque, já percebeu que George W. Bush é refém de ter uma estratégia - "velha" ou "nova" - mesmo que "a estratégia", na realidade, não exista. É disso prova o tom de desafio que marca cada uma das suas intervenções - ou serão reinvindicações? A única preocupação de Maliki, neste momento, é que os E.U.A. continuem a armar as forças de autoridade antes de saírem do país. Já é claro que o que aconteceu no Iraque foi simplesmente uma mudança da facção no poder e nada mais. Seria essa "a estratégia"?