(103) Pior era difícil
Zero... resumo de meia legislatura
1. "Zandinguices" de regresso
Este homem não pára. Não têm limites os danos que deixa de herança a este já debilitado país.
- Durão (se não queres ser chamado assim não tenho culpa, sempre te tratei assim) achou estranho não terem vangloriado a sua ida para Bruxelas. Durão, não tenho pena nenhuma da tua ida para Bruxelas, parabéns. Agora vangloriar a situação que nos deixaste, só se fosse um louco suicida. Temos vários cenários. Dois anos de populismo que vão fazer de Portugal o refúgio das palmeiras em vias de extinção. A instabilidade social é uma garantia. Em alternativa podemos ter eleições já sem garantia duma situação estável. Deves a Portugal demasiado, não voltes!
- Mas, Durão, tu não páras! Hoje as tuas afirmações foram ao teu melhor nível. Com que então só saíste de Portugal porque tinhas garantias que não haveria eleições. Adicionalmente, que haver eleições seria uma violação à Constituição. A demagogia só tem um limite, a tua ambição. Estamos num regime semi presidencialista, não parlamentar no seu sentido mais puro. O Presidente tem tanta legitimidade como a Assembleia de tomar decisões. O povo está representado também na figura do Presidente, dizer o contrário segundo as conveniências é por demais revelador da tua desonestidade intelectual. Sem falar na deselegância, se não for mais uma das tuas imprecisões, de revelar hipotéticas garantias que ninguém é capaz de confirmar.
2. O pior Governo do pós 25 de Abril
Sim, é verdade. Um desastre completo! Um primeiro ministro errante que consegue a proeza de ter o pior executivo da história da Democracia Portuguesa. As políticas gerais do Governo eram, na minha discutível opinião, errantes, sem estratégia. Hoje já posso dizer, com a tua saída airosa, que já não é uma opinião, é uma certeza. Contigo cai todo o Governo e qualquer oportunidade de provares que esta salada russa tinha futuro.
Não acreditam que foi pior que os Governos Provisórios e que o Governo do Balsemão? Este suposto Governo Reformador deixa a alguém uma vaga lembrança duma medida que fique para a história. A mudança cosmética do Rendimento Mínimo para de Inserção? O retoque dado à Lei do Trabalho? Os genéricos e o caos no Serviço Nacional de Saúde? Pior, lembram-se de algum ministro bom (já não digo muito bom ou excelente)?
Vamos às pastas. O que se fez no ambiente? Abandonou-se demagogicamente a co-incineração, especulou-se sobre a incineração dedicada e nada se fez. Ficam as contas na Suíça. O que se fez nos Negócios Estrangeiros? Uma vergonhosa Cimeira dos Açores e muita diplomacia soft com carniceiros como José Eduardo dos Santos. Ficam os favores à família. E na Saúde? Sistema Nacional de Saúde com crescimento recorde de despesas, hospitais paralisados pela guerra entre médicos e ministro, hospitais sem conseguir dar posse a novos Administradores. E no Ensino? Alguém se lembra de tanta inabilidade em pôr ordem a exames e colocações? Fica a confissão dum ministro que não pode garantir que não vá voltar a acontecer. E no Ensino Superior e Ciência? Tanto desinvestimento na pouca inovação que tínhamos parece-me ridículo, perder o acesso a Observatórios por não pagamento aumenta o nosso prestígio, sem dúvida! O aumento brutal das propinas e forte desinvestimento no orçamento das faculdade é que é uma violação à Constituição, onde a Educação deve ser tendencialmente gratuita. E a cultura? Fez-se alguma coisa? E a Administração Interna? Alguém se lembra de mais instabilidade? Quem andou a prometer subsídios de risco e aumentos de salários em plena campanha eleitoral? Num infeliz aproveitamento da morte dum polícia? E a Justiça? Nem vale a pena comentar de tão maus que foram estes dois últimos anos. Principalmente para o Ministério Público. E os cortes nas comparticipações de saúde, e os pagamentos por conta dos taxistas, e a Falagueira, e as Autarquias paralisadas, e a Defesa e as deserções...
A falta de competência deste Executivo era grande e a marca que deixa não é positiva. Eu não me lembro de nada relevante feito ou lançado, nem ao nível de infraestruturas. Até a promessa de resolver a linha de alta velocidade e o aeroporto ficam adiadas. Fomos até ultrapassados por Espanha no lançamento do aeroporto internacional. Ainda pior, alguém se lembra de uma promessa eleitoral cumprida? Lembram-se das promessas calendarizadas por região?
Durão, Zero!!!! Zero!!!! Ou, sendo justo, impacto menor que zero, até negativo!!!!
1 Comments:
At 10:22 da manhã, Unknown said…
Obrigado EuropaSempre protestei contra a integração de Portugal na CEE/CE/UE mas, suponho que pela primeira vez, tenho de ver que a UE tem as suas vantagens. Deitou abaixo o pior governo destes últimos trinta anos.
Concordo com praticamente tudo o que dizes.
Há no entanto um outro aspecto da perneciosidade deste governo que não referes, a mania de mudar por mudar.
Este governo lançou o caos na Função Pública ao mudar muitos procedimentos só porque era um governo reformista e um governo reformista tem de mudar para depois dizer que fez reformas.
Ora, se estiver em vigor um dado procedimento e se se chegar à conclusão de que esse procedimento não está a ter os efeitos desejados é, naturalmente, necessário altera-lo.
Começa-se então por fazer um estudo do tal procedimento para descobrir onde é que ele falha e depois, na posse desse conhecimento procede-se às alterações necessárias. É até possível que estas sejam de reduzida dimensão, o que é bom, pois alterar procedimentos saí caro.
Ora este governo olha para os procedimentos e, logo de imediato parte do princípio de que devem ser alterados. Não estuda porque é que ele não funciona nem sequer muitas vezes se ele funciona.
Altera, ponto final. Com custos e muitas vezes trazendo para o novo procedimento os defeitos do antigo ou mesmo introduzindo novos defeitos.
Isto está a ser feito em grande escala. Com custos imensos para o país e para a eficiência da Função Pública.
Quem vier a seguir vai ter grandes problemas para juntar os cacos todos
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