(183) A Vila, de M. Night Shyamalan
A Vila
Hoje lá matei saudades duma Francesinha (provei a de frango) e fui ver o último filme de M. Night Shyamalan, A Vila. Não é um filme comercial, quem pensa que o susto e a acção dominam este filme está enganado.
O primeiro filme deste realizador indiano foi o Sexto Sentido, filme revelação de 1999. A partir deste filme todos esperam um final surpreendente, uma surpresa chocante que abale as fundações da história. E Night não se intimida com isso, explora isso para enriquecer o filme através das expectativas dos espectadores. Coloca-nos num estado de alerta constante, atentos aos pormenores, às pausas, às cenas mal explicadas.
O seu segundo filme é o meu favorito e o mais incompreendido, O Protegido. A calma glaciar de Bruce Willis conduz-nos a uma auto descoberta brilhante. O filme trata o Universo dos Super Heróis (que eu já escrevi vários posts) de forma brilhante terminando com uma sátira brilhante a este Universo.
Sinais é um bom filme, mas também o mais inconsistente dos filmes deste Produtor, argumentista e Realizador. O final é uma revelação, não um twist. Mas não disfarça uma história com uma estrutura pouco conseguida onde o melhor está na criação dum ambiente misterioso onde a sugestão forma o suspense.
A Vila é um filme que aproveita o ambiente criado por Sinais e joga com as nossas expectativas para criar um ambiente onde se espera que tudo possa surgir. O grande twist está na antítese com o seu filme anterior. Sobre isto não conto mais. Mas este filme tem uma diferença fundamental em relação aos restantes, introduz o amor como motor da história.
Em todos os filmes de Night as personagens têm que enfrentar os seus demónios, por muito que se escondam deles ou os substituam. Quero dar um destaque especial aos actores. Começo pela velha geração, William Hurt e Sigourney Weaver que só tenho pena que não tenham aparecido mais. E o brilhante Joaquin Phoenix e a grande revelação deste filme, Bryce Dallas Howard (filha de Ron Howard). Adrien Brody desiludiu-me um pouco porque sei que é capaz da excelência e não o achei muito convicente no papel.
Recomendo a ver este filme de espírito aberto, sem expectativas nem preconceitos. O sofrimento e a esperança andam de mãos dadas numa serenidade quase mórbida. O medo isola mas nada pode proteger-nos de nós próprios...
1 Comments:
At 5:42 da tarde, Anónimo said…
pois é Ricardo, estamos de acordo quanto a Shyamalan... "O Protegido" é de facto um achado de filme!
abraço,
ns
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