(276) Sala de Cinema: Immortel (Ad Vitam), de Enki Bilal
“Immortel” é assinado por Enki Bilal a partir da sua triologia de Banda Desenhada Nikopol (“A Feira dos Imortais”, “A Mulher Enigma” e “Frio Equador”). O filme é visualmente deslumbrante, apesar de notar-se algumas limitações nos efeitos digitais. A mistura entre o real e o digital funciona bem porque o universo de Bilal tem um estilo muito personalizado e facilmente reconhecível. Esta visão do futuro mistura os mitos do passado com as tecnologias do futuro e é este o seu maior trunfo!
Quando a imaginação ganha esta liberdade os filmes correm o risco de serem demasiado desconexos e complicados de perceber. Mas não é o caso! O argumento tem como base os seus bem estruturados álbuns de Banda Desenhada. Bilal não se preocupa em lançar um álbum por mês mas em criar arte e não é de estranhar que o seu ritmo de produção não se compare aos colegas americanos. Este Universo tem espaço para os humanos, para os mutantes, para os extraterrestres e para os deuses. E todos misturam-se geneticamente como se já convivessem desde sempre. Há espaço na narrativa para o mito, para a política e o erotismo. No final há uma fusão destes conceitos todos criando um admirável mundo novo! A não deixar de ver, para os apreciadores do género!
Uma palavra final ao renovado Passos Manuel, que vem ajudar a preencher uma enorme lacuna de salas de cinema na cidade do Porto. Sem ter uma sala fenomenal, criou um ambiente e uma agenda alternativa que cria diversidade no fenómeno cinéfilo, cada vez mais padronizado. Boa sorte para a iniciativa!
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