Filho do 25 de Abril

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domingo, dezembro 12, 2004

(266) Sala de Cinema: Collateral, de Michael Mann



Os primeiros minutos do filme são agradáveis e, acima de tudo, prometedores. Michael Mann sabe criar o ambiente correcto com a sua realização nervosa e os seus close ups desfocados. Os actores tinham o registo correcto, a fotografia estava excelente e os diálogos agradáveis. Aliás, Mann é um realizador que não protege os seus actores já que estes estão expostos a close ups exigentes ao nível dramático e geralmente retira destes o seu melhor.

A expectativa era grande e tudo corria bem até que o maior mal do cinema Americano actual manifestou-se. O argumento revela-se forçado, inverosímel e pantanoso. O desastre começou a anunciar-se à medida que o filme começava a envolver mais personagens e tentava ganhar dimensão. Só que o filme estava a funcionar porque era intimista, mal saiu dessa esfera morreu.

A partir de certa altura o filme foi progressivamente descolando do ensaio da realidade e caminhou para uma mistura de Terminator com Heat. Foi pena porque há muita qualidade neste filme. Há uma crise de bons argumentos em Hollywood e nem realizadores talentosos como Mann conseguem salvar o que à partida está condenado. Destaque para a sólida interpretação de Jamie Foxx, que promete brilhar em Hollywood.

2 Comments:

  • At 12:29 da tarde, Blogger Politikus said…

    Concordo contigo, se a história desce-se a um nível mais real era um filme digno de concorrer nos oscares...

     
  • At 10:07 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Como pudeste ler no Hollywood sou daqueles que acham este filme muito vazio de alma e ideias. Mas a aceitação que está a ter nem é assim tao má como esperava. Foi eleito pela AFI um dos 10 filmes do ano o que nao é mau. Mas como também lá estava o Spiderman2, já desconfio um pouco...

     

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