(263) Família em Festa
Hoje fui assistir, no Pavilhão Desportivo da Póvoa de Varzim, ao encerramento do 10º Aniversário do Ano Internacional da Família, "Família em Festa". O conceito de família é inegavelmente importante e tem, concerteza, um papel importante nas sociedades actuais. Mas esta comemoração teve, sem sombra de dúvidas, um pendor ideológico de direita porque a perspectiva utilizada foi uma visão conservadora do conceito de família. Eu respeito a sinceridade das convicções de quem tem uma perspectiva conservadora da sociedade mas não tenho que rever-me nessas opiniões.
Este evento teve vícios de forma que não criam consensos à volta da defesa da família como pólo dinamizador da solidariedade social. A constante defesa da família padrão não é um mal em si, mas a introdução da defesa de famílias numerosas, da crítica ao divórcio e, em certa medida, ao aborto não contribuem para uma visão moderna do conceito de família. Isto não pôe em causa a sinceridade dos argumentos expostos e a comoção de alguns espectadores mas afasta consensos porque defende uma sociedade solidária alicerçada numa visão conservadora da sociedade.
Eu, antes de mais, prezo a defesa do indivíduo. A defesa da diversidade do ser humano. Esse indivíduo deve estar plenamente inserido na sociedade e deve ter a capacidade de formar sinergias em torno do conceito de família que resolver escolher, não deve é estar sujeito a padrões conservadores quando aplica a sua ideia de família. A opção de ter filhos, a opção de não casar, a opção de criar diferentes formas e laços não deve ser padronizada por associações que querem fazer da família tradicional o motor da solidariedade social. Com isto não venho excluir nenhuma visão de família das opções individuais, simplesmente gosto de olhar com outro ponto de vista para o papel da família na sociedade.
Deprimente foi o discurso do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Segurança Social, da Família e da Criança, Doutor Marco António Costa. Sem aludir uma única vez á questão de fundo veio aproveitar este acto oficial para cumprir uma agenda partidária. Esta agenda concentrou-se num sem número de banalidades governativas de vassalagem ao seu trabalho e ao trabalho de todos os representantes escolhidos pela coligação (Governos Civis, Câmaras Municipais) e num ataque cerrado à Comunicação Social. Chegou a dizer que a Comunicação Social só quer cobrir a destruição enquanto o que este Governo cria é ignorado. Eu quero é que se criem alternativas modernas para Portugal, não quero mais este rumo para Portugal e muito menos que continue a indiferença no que toca às questões de fundo. Os políticos em geral são cada vez mais imagem e cada vez menos conteúdo!
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