Filho do 25 de Abril

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domingo, dezembro 19, 2004

(277) Sala de Cinema: Alexander, de Oliver Stone



Eu só compreendo o mar de críticas que este filme teve pelas enormes expectativas geradas, pelo dinheiro dispendido a produzir o filme e pelo estilo controverso de Oliver Stone. Porque o filme, sem ser uma obra prima, tem todas as características que os filmes de Oliver Stone costumam ter. É visualmente visceral, tem uma banda sonora irrequieta e poderosa e um argumento exagerado nas emoções. Tal como em filmes anteriores deste realizador há opiniões extremadas porque dificilmente nos deixa indiferente o turbilhão de emoções que Stone gosta de fazer dos seus filmes.

Posto isto, convém relembrar que estamos muito longe duma obra prima. O filme falha essencialmente nas interpretações e, por arrasto, nos momentos fulcrais da vida de Alexandre, o Grande. O problema é que Colin Farrell não consegue ser Grande e muito menos ter o carisma que arraste multidões atrás de si. Foi aí que as grandes batalhas perderam força, não no aspecto visual. Tirando Angelina Jolie todas as interpretações não estão à altura da história deste homem. A opção de colocar Anthony Hopkins a contar a história de Alexandre também não funcionou muito bem como ponto de partida e chegada do filme.

Houve acima de tudo um monstruoso erro de casting já que Alexandre, com todos os seus defeitos e qualidades, tinha que ter uma personalidade credível. Arrastar um exército e os espectadores ao Oriente exigia outro nível de interpretação. Colin Farrell tem potencial (veja-se o excelente Phone Booth) mas não funcionou bem neste papel. Ao contrário dos críticos do frenesim visual de Stone (que culmina na batalha da Índia) eu não fiquei desapontado, não esperava outra coisa dum realizador que sempre fez isso na sua carreira. Surpreendido ia ficar se o filme fosse linear e fosse um épico clássico. Nota positiva, apesar de tudo...

4 Comments:

  • At 1:14 da tarde, Blogger Politikus said…

    Acabei de ver o filme ontem em DVD pirata... é um filme para ver e pouco mais. Falta-lhe essência para ser um épico...

     
  • At 2:58 da tarde, Blogger Didas said…

    Ya... Se não tiver nada mais mal cheiroso para fazer, vou ver.

     
  • At 9:27 da tarde, Blogger Sofia M said…

    "tem uma banda sonora irrequieta e poderosa"

    É pá, não. Citando um amigo meu à saída do filme: "Que mil e um paus não esterilizados de uma falange violem ininterruptamente o conspurcado ânus de Vangelis durante três gerações alexandrinas!". :D :)

     
  • At 5:36 da tarde, Blogger Kitty said…

    Só tenho um comentário acerca deste filme: já há muito tempo que não me sentia tão mal numa sala de cinema :-(

     

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