Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

(334) Martin Scorsese (1 de 6)




Scorsese turned down Silence of the Lambs and told an interviewer: "I always know that if I did [blockbusters] they wouldn't have become big hits. What I mean by that is it would have been a different way. They gave me the book, Silence of the Lambs. I couldn't see myself doing the autopsy scenes, you know. I think the way I would do them would be so crude. I'd be like, ‘I've got to do it, so I've got to open this, see the inside.' I mean, I dunno. It's a blurring of what is taste, what to show, what not to show, and I'm not sure. And how could I get past that autopsy scene? I just couldn't do it."


Martin Scorsese é o melhor realizador no activo e um dos melhores de todos os tempos! Esta é a minha humilde opinião de cinéfilo. É muito subjectivo fazer uma hierarquia de realizadores mas as preferências e gostos são sempre algo subjectivo e eu não hesito em nomear Scorsese como o meu realizador favorito.

Há bons realizadores em actividade (Brian DePalma e Francis Ford Coppolla são bons exemplos) mas nenhum tem uma carreira com tanta longevidade em quantidade e qualidade. Não é a quantidade o factor mais importante mas sim a quantidade de filmes com qualidade, sempre com uma marca de autor coerente ao longo do tempo. É um realizador que anda sempre desencontrado com a linha comercial dos grandes estúdios e é esse o seu grande trunfo.

A sua paixão pela Sétima Arte é arrepiante e a sua obsessão pelos pormenores é compulsiva. Não há um plano que não tenha sido cuidadosamente reflectido e que não tenha uma beleza visual e técnica acima da média. Ele é defensor da restauração dos filmes e faz sempre a ponte entre o antigo e o moderno como se fosse obrigatório haver uma linha coerente entre o passado e o futuro do cinema.

A sua vida pessoal foi sempre errática e o seu trabalho foi sempre o seu refúgio. Nasceu em Nova Iorque em 1942 e os seus problemas de asma fizeram com que devorasse filmes na sua infância. Chegou a pensar ir para padre mas, para contentamento geral, acabou por optar pelo cinema. Já foi casado três vezes e teve problemas com dependencias várias ao longo da vida mas conseguiu ultrapassar essa fase negra da sua vida.

Scorsese nunca ganhou uma estatueta dourada (
Oscar) e isso só tem sido um estímulo para manter uma carreira longe dos objectivos comerciais puros. Para ele o importante é fazer Cinema e não enlatados comerciais. Não é Scorsese que precisa dum Óscar mas sim a Academia que precisa de se libertar do fantasma de nunca lhe ter dado um. Não sei se 2005 vai ser o ano de consagração na Academia mas isso pouco interessa porque a sua carreira esmaga qualquer necessidade de ovação.

É o momento certo de reflectir sobre alguns dos filmes que fizeram da carreira de Scorsese uma das mais belas da Sétima Arte. Não vou escrever sobre toda a sua filmografia mas apenas sobre os filmes que mais me marcaram.

1 Comments:

  • At 11:44 da manhã, Blogger armando s. sousa said…

    Martin Scorsese é para mim, um dos melhores realizadores de sempre na história do Cinema. Há 4 ou 5 filmes que para mim são inesqueciveis, desde de Alice Já Não Mora Aqui, passando por Taxi Driver, continuando com o Touro Enraivecido, e terminando na Última Tentação de Cristo, só para citar uns poucos da sua basta filmografia. De todas as maneiras, no filme O Aviador, parece-me que não vai ganhar a estatueta, não por já não a merecer há demasiado tempo, mas porque penso que a Academia é avessa a reconhecer o seu talento, e não é de perto nem de longe o melhor Scorsese.

     

Enviar um comentário

<< Home