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12 Comments:
At 6:08 da tarde, H. Sousa said…
Respondendo ao Raio:
O Raio tem ideias completamente opostas ao tipo de desenvolvimento da Áustria, um desenvolvimento civilizado. Ele gosta é da bandalheira do terceiro mundo, fica orgulhoso de Portugal ter um dos melhores sistemas de Multibanco, nem que estes sejam encastrados em estações de comboio a cair de podre. Para além de que isso dá de ganhar à SIBS. O Zé, esse fica fulo por que os multibancos tiram emprego às pessoas. Mas não faz mal, desde que as empresas estejam bem, tudo bem. As pessoas não contam. Também a revolução industrial deu o que deu e o Raio acha que o capitalismo fez muito bem em deixar as coisas caminhar para a recessão, para a fome, em última análise para a guerra.
Não vale a pena discutir com o Raio, sei perfeitamente qual o modelo que ele acha bom para Portugal e sei o quão ele e outros que pensam como ele, se enganam. É o mesmo modelo que desemboca inevitavelmente na recessão porque a mais-valia transfere-se para uns poucos que não a usam para criar mais riqueza para todos e sim para tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. E a qualidade de vida degradar-se-á cada vez mais para todos.
At 6:25 da tarde, Ricardo said…
TNT,
Sinto-me dividido nesta discussão. Nós os três temos concepções diferentes da sociedade e nenhum de nós está necessariamente errado. Acho interessante, porém, que apesar das discrepâncias são ambos contra a UE. Só por causa deste ponto já não podemos estar inteiramente de acordo e é engraçado que as visões para Portugal multiplicam-se mas nunca saímos da teoria.
Eu concordo contigo que a sociedade deve estar atenta ao emprego, à qualidade de vida e à resolução dos problemas práticos da sociedade (não é aceitável que os hospitais e escolas estejam no estado em que estão, concordo). Mas também não me parece que o problema esteja nos telemóveis ou no MB que, directa ou indirectamente, facilitam-nos a vida e a vida dos empresários. Julgo que o que está a falhar é mais visível na malha de burocracias, grupos de pressão e falta de fiscalização que vive este país. Não estamos reféns da Europa como o Raio defende mas sim dos nossos próprios mecanismos de defesa dos feudos. Todas as classes profissionais preocupam-se em que nada mude até que tudo apodreça só para defenderem direitos adquiridos que conquistaram de forma leviana em tempos de vacas gordas e, concordo, de novo riquismo.
Eu também não gosto de elefantes brancos mas nem todos os grandes projectos são elefantes brancos como a aposta na energia renovável o prova. O que é preciso é mais organização nesses projectos que se aprovam antes de os estudarem e que depois descarrilam para que todos tenham uma fatia do bolo do investimento público.
Por tudo isto não vamos parar de ser inovadores e apostar em projectos úteis para o país, mesmo que arriscados, mas, e isto é importante, vamos exigir que tudo se faça com mais rigor e organização. Sem nunca nos esquecermos que o cidadão está em primeiro lugar não complicando o que é simples. Eficácia, simplicidade e organização foi o que observei em Viena (não em Budapeste) e parece-me um bom modelo para Portugal.
Abraço e obrigado pelos comentários que apimentam este espaço que ainda está em regime de férias,
At 6:27 da tarde, Unknown said…
tnt,
Fiz algumas observações sobre esta discussão no meu blog.
Quanto a estes comentários, só posso concluir que, para ti, desenvolvimento separado é o dos outros países, desenvolvimento terceiro mundista é o nosso...
O Multibanco não dá de ganhar à SIBS. A SIBS até creio que é uma espécie de cooperativa fundada por quase todos os bancos.
O Multibanco dá de ganhar aos bancos e a nós. Ainda me lembro da era pré-Multibanco eu que eu ía à hora de almoço do dia de S. Pagamento levantar o meu ordenado todo porque sempre que ía ao banco havia bichas (filas) e assim só lá ía uma vez por mês. O Multibanco é bom para todos nós. É útil.
Claro que os Mulotibancos fazem diminuir o número de funcionários bancários. A isso chama-se aumentar a produtividade.
Em si não é mau, o que é mau é que as grandes empresas tentem ficar com todos os lucros da automatização dos processos e ao mesmo tempo que diminuem o pessoal obrigam os que ficam a trabalhar mais.
No resto tens alguma raz~sao no que dizes. Mas a culpa não é da automatização.
Quando ainda existia a União Soviética o capitalismo era prudente porque a destruição da classe média só servia para fortalecer o inimigo.
Infelizmente a União Soviética acabou... e ao acabar o capitalismo achou-se à solta e com licença para nos explorar a todos.
A expansão da União Europeia é um bom exemplo disto. Actualmente esta-se a destruir a classe média na Europa. Isto nunca teria acontecido nos tempos da União Soviética!
Um abraço
At 6:30 da tarde, Ricardo said…
TNT,
PS. O que aconteceu ao teu antigo endereço da netcabo? Já coloquei o novo link mas suspeito que há uma história por detrás desta mudança...
Abraço,
At 6:38 da tarde, Ricardo said…
Raio,
A UE está a destruir a classe média? Há algo que a UE não esteja apostada em destruir?
Não há nada que Portugal tenha feito e esteja a fazer mal sem ser a adesão à UE. Todos os países que, com dificuldades é certo, crescem na UE fazem-no por obra do acaso? Por uma vez porque não discutimos só o que Portugal deve e não deve fazer dentro do contexto que vive e acredita que as opções são muito diversificadas mesmo na União que vivemos.
Quando a esta discussão a minha opinião está dada no comentário que fiz ao comentário (desculpa o pleonasmo) do TNT.
Abraço,
At 7:33 da tarde, H. Sousa said…
Mudando de assunto, para responder ao Ricardo:
A mudança para a blogger deu-se quando estive três dias sem poder publicar na netcabo. Desconheço as razões, a netcabo informou-me que a avaria era geral para todas as páginas hospedadas na netcabo. Nessa altura o meu computador avariou inexplicavelmente, as portas USB deixaram de funcionar, já não podia aceder à Internet senão com o cabo de rede. Levei o computador a arranjar, fica pronto na próxima semana. A página da netcabo é feita no computador e colocada depois no meu domínio da netcabo. Como estou em computador alheio, não posso actualizar porque a informação está em CD e este computador não tem dispositivo de CD.
At 7:46 da tarde, Unknown said…
Ricardo,
Sim, a Ue está a destruir a classe média. A nossa e a dos outros países.
Concordo que nessa tarefa encontra-se bem acompanhada. Os Estados Unidos também estão interessados no mesmo processo.
"Há algo que a UE não esteja apostada em destruir?"
Isto é o que se chama uma pergunta de retórica que é feita para não ter resposta.
Sobre este tipo de assuntos a minha opinião é que a UE é uma solução à procura de um problema. Acabará por se justificar a ela mesma...
"Por uma vez porque não discutimos só o que Portugal deve e não deve fazer dentro do contexto que vive e acredita que as opções são muito diversificadas mesmo na União que vivemos."
Sim, sim, começas a aproximar-te da dura realidade.
Como se subentende do que escreves a adesão à UE limita as nossas possibilidades mas deixa-nos ainda algumas.
Na tua opinião devemos aceitar (com fatalismo, é certo) essas limitações e vermos o que é que podemos fazer nesse contexto.
Eu devo ser um pouco burro e ainda estou a tentar perceber o porquê das limitações...
Um abraço
At 7:55 da tarde, H. Sousa said…
Raio:
Outra questão que puseste mais abaixo e que se prende com o número de doutorados em Portugal. Pois lamento imenso que assim seja, só prova que os licenciados não arranjam empregoe têm que fazer mestrado, doutoramento e pós-doutoramento à custa dos pais e quando acabam já não têm idade para arranjar emprego, nem há empregos para doutorados.
Mas não é com doutorados que se desenvolve o país, precisamos de um ensino adequado que dê à maioria dos jovens uma profissão. Só em Portugal é que todos querem ser doutores e engenheiros.
Um conversor AD ou DA é canja para qualquer pessoa que perceba um pouco de Electrónica e Sistemas Digitais, na óptica do assemblador. Mas tem que usar ICs da Philips, Motorola, Intel e Cia, porque nós nem um transistor sabemos fazer. Nem um díodo. E não se ensina em nenhuma escola ou universidade do país. Aprende-se apenas a usar o que outros produzem. Mentalidade terceiromundista.
Eu gostaria de ter podido desenvolver aerogeradores em Portugal mas fui ajudar outros a fazê-lo porque aqui, os Sr.s Dr.s que estão em departamentos de investigação limitam-se a estudar aquilo que foi feito por outros ou dedicam-se a desenvolvimentos que custem pouco dinheiro e organização. A desculpa é sempre a mesma, somos um país pequeno, os outros que invistam em investigação e nós depois compramos. Pobre país, como costuma dizer o JPP.
At 10:46 da tarde, Unknown said…
tnt,
Dou-te razão nalgumas coisas que dizes. Mas discordo da forma e do pessimismo que transparece das tuas palavras.
Actualmente estamos a ser vitima de um brutal ataque para quebrar o nosso ânimo. O pessimismo é-nos inculcado por toda a Comunicação Social. Basta observares que, muitas vezes, as notícias mais pessimistas aparecem iguaisinhas em todos os canais da TV.
Enquanto houver uma empresa portuguesa à venda, a campanha continuará
Não nos podemos vergar, temos de lutar contra o pessimismo.
Acredito que o estás a fazer sem reparares, mas estás a colaborar na campanha de destruição.
Um abraço
At 8:58 da manhã, Ricardo said…
Raio,
Mesmo que tudo o que defendes estivesse certo eu usei aquela limitação porque, como bem sabes, é impossível discutir soluções num cenário em que não conseguimos prever quase nada. Esse era o caso. Todas as nossas discussões seriam (ainda mais) surrealistas e inúteis. Porque aí o contexto mudava radicalmente e era impossível prever seja o que for ao nível das soluções para a nossa economia. Não deixa de ser interessante criticares também os EUA mas achares que só devemos sair da UE e não da OMC... no fundo os maiores responsáveis pelo rumo que a globalização está a tomar. Eu não sou anti globalização mas frequentemente acusas a UE quando a globalização é que está a colocar Portugal (e a Europa) com problemas de competitividade. Ou melhor, que está a por a nú a falta de competitividade do nosso país.
Continuo a achar que, neste contexto e não vendo vantagens em mudar radicalmente de contexto, podíamos fazer bem melhor. Mas bem melhor...
Abraço,
At 11:05 da manhã, H. Sousa said…
Pessimista? Eu? Enganas-te, Raio. Mas, sujiro que a conversa cotinue no último post.
At 11:06 da manhã, H. Sousa said…
Perdão, "sugiro", queria dizer
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