516. Álbum de Fotos: Viena (3)
Como já tinha feito referência fiquei apaixonado pela cidade de Viena. Não só pela sua beleza mas também pela sua irrepreensível organização. Não é que os serviços e transportes sejam mais bonitos ou mais avançados tecnologicamente que os nossos (nos correios até era gritante que não era o caso) mas sim porque tudo é feito com simplicidade e eficiência. Não vi, nos serviços públicos, uma grande utilização de tecnologia ou luxo mas sim uma forte organização e uma gestão competente.
As três fotos que se seguem referem-se à Grande Roda do Prater que permite uma boa visão panorâmica da cidade, a um pormenor da Passagem Freyung que é uma luxuosa galeria comercial e a um dos lados do Complexo de Hofburg, um vasto palácio.
12 Comments:
At 1:58 da manhã, H. Sousa said…
"Não é que os serviços e transportes sejam mais bonitos ou mais avançados tecnologicamente que os nossos (nos correios até era gritante que não era o caso) mas sim porque tudo é feito com simplicidade e eficiência."
Estou farto de pretender mostrar que temos comportamentos terceiromundistas por pensarmos que o desenvolvimento passa por grandes obras de fachada e possuir tecnologias avançadíssimas compradas exactamente a esses que no dia-a-dia prescindem delas para evitar a destruição massiva de emprego.
Portugal mostra, com essa forma de estar, um grande complexo de inferioridade. Alguns exemplos: os telemóveis que rapidamente se generalizaram, telefones de rua com cartão, caixas multibanco em cada esquina e pedintes com fartura, situação típica de um país do terceiro mundo. Para além de muita pobreza envergonhada, quantos ainda não conseguiram um emprego minimamente estável e assumem um comportamento de gente bem sucedida na vida?
At 10:07 da manhã, Anónimo said…
Viena, foi a capital de um Império, com todas as riquezas e heranças que isso acarreta, desde o Império Austro-Húngaro, aos amores e desamores de Sissi e às tragédias que conduziram a Europa à I Guerra Mundial e à ainda hoje inexplicável aceitação pacífica da integração no III REICH (?!) (Muitas sombras pairam sobre este episódio, que será digno, por ventura de uma ópera, a exibir no seu fabuloso Teatro da Ópera, que deu e dá música ao mundo.
É uma cidade deslumbrante, bem organizada e habitada por civismo.
Os austríacos, em geral, são pessoas afáveis, excluindo naturalmente os “Aristocratas Vienenses”, que de simpatia não conhecem muito (talvez a costela mais germânica da Áustria).
Os austríacos, gostam de organização, de eficiência e que aprendamos a sua língua, pois têm uma certa relutância em falarem outras línguas, embora dominem o Inglês, por exemplo.
A frieza vienense, é proporcional ao seu civismo e a alegria e vivacidade do resto da Áustria, com as suas tradições ancestrais sempre preservadas e orgulhosamente mostradas, quer em festividades, quer no próprio quotidiano, fazem deste povo, um povo evoluído e bem cultivado ( não por obrigação, mas por gosto, vem desde o berço).
At 12:29 da tarde, Unknown said…
tnt,
"Alguns exemplos: os telemóveis que rapidamente se generalizaram, telefones de rua com cartão, caixas multibanco em cada esquina e pedintes com fartura, situação típica de um país do terceiro mundo."
Em Portugal as novas tecnologias pegam muito rapidamente. Somos nitidamente um povo com uma mentalidade aberta e que não é avesso à novidade.
Os exemplos que referem são importantes para a produtividade do país. Infelizmente com a fuga dos centros de decisão impulsionada pela união europeia que nos sufoca, esses exemplos tendem a rarear.
Quanto aos pedintes com fartura, não sei onde os fostes buscar. portugal não tem mais pedintes de que outros países europeus qye conheço. E até tem menos sem abrigo e menos, muito menos bêbados...
Acho piada às tuas teorias. És totalmente avesso a qualquer inovação. Se todos pensassemos como tu ainda estariamos na idade da pedra...
Não leves a mal este desabafo.
Um abraço
At 12:52 da tarde, H. Sousa said…
Olha Raio, realmente não passas de um novo-rico, porque aquilo a que chamas adesão às novas tecnologias não passa de negociatas que engordam alguns e deixam os outros na merda. No que é que os telemóveis contribuem para o bem-estar das pessoas? As caixas multi-banco dão emprego ou tiram emprego aos bancários? A internet dá emprego ou tira emprego às pessoas. Dá-me um só exemplo em que essas impropriamente chamadas novas tecnologias contribuem para que mais gente tenha emprego e/ou passemos a trabalhar menos (ganhando o mesmo) e serei o primeiro a aderir. Não se pode ser pela inovação a todo o custo, mas pelas inovações boas. Exemplo: energias renováveis, menos carros a circular, bons transportes (sem exageros), bom sistema de saúde, ensino e investigação, barcos de pesca modernos, modernização da agricultura.
Acusas-me de ideias que nos manteriam na idade da pedra e eu acuso-te de pretenderes que Portugal tenha cada vez maior dependência (importação de tecnologias, carros e petróleo), maior poluição, mais desemprego, mais corrupção e compadrios, etc..
Para quem trabalhas?
At 1:02 da tarde, H. Sousa said…
Ah! Pergunta ao Ricardo se viu por lá estádios folclóricos, estradas esburacadas e monumentos a caírem de podres mas com multibancos encastrados. Se viu paragens de autocarro de luxo e carreiras sem horário e pouco frequentes. Se viu pessoas como sardinha em lata no metro e autocarros em alta velocidade? Isto, Raio, é o que se pode chamar Idade da Pedra. E são pessoas como tu que não nos deixam sair dela ao defenderem TGV's, Otas e outros folclores, enquanto as pesoas são tratadas como gado nos mais diferentes serviços públicos, sejam hospitais, escolas, transportes, repartições, etc..
At 2:56 da tarde, Ricardo said…
TNT,
O que me espantou realmente é a simplicidade com que tudo é eficaz. Nada de luxos ou tecnologia de ponta, apenas eficácia organizativa.
Depois também vi o reverso da medalha em Budapeste. Nem organização nem tecnologia em muitos dos serviços.
O segredo talvez esteja num equilíbrio entre tecnologias úteis e organização. Não podemos negligenciar nenhum dos dois factores.
Abraço,
PS. Querias perguntar-me alguma coisa?
At 2:58 da tarde, Ricardo said…
Anónimo,
Subscrevo por inteiro e conseguiste exprimir o que eu queria descrever com mestria.
Logo... nada a acrescentar! Só sublinho:
"A frieza vienense, é proporcional ao seu civismo e a alegria e vivacidade do resto da Áustria, com as suas tradições ancestrais sempre preservadas e orgulhosamente mostradas, quer em festividades, quer no próprio quotidiano, fazem deste povo, um povo evoluído e bem cultivado ( não por obrigação, mas por gosto, vem desde o berço)."
Abraço,
At 10:59 da tarde, Unknown said…
tnt,
"Novo rico"? Não sou novo nem rico...
Quando se inventou o caminho de ferro, tu se já tivesses nascido, perguntavas que vantagens é que o comboio tinha sobre as diligências, que empregos iria criar, que poluição iria produzir, em suma, o que é que o comboio contribuía para a tua felicidade, tu que ias todos os dias para o trabalho de cavalo...
Concordo que muitas tecnologias, muitas vezes, pouco valor acrescentado trazem. Mas há um problema, os outros aderem e nós temos, não de ir atrás, mas de ir á frente...
Por exemplo, o primeiro processador de texto que usei foi o WordStar, sabia trabalhar muito bem com ele, sabia de cor todas aquelas combinações de teclas...
Para mim um computador com dois drives de disquete, uma das primeiras versões do MSDOS, o Wordstar, o Lotus123 (folha de cálculo) e o dBaseIII (base de dados), bastavam. Tudo o que era útil podia ser feito num computador assim... mas ninguém usa isto, nem tu, e porquê, porque todos os outros mudaram para o Windows e para aplicações gráficas e quem tivesse ficado no MSDOS estaria actualmente totalmente ultrapassado e isolado! nem sequer poderiamos estar aqui nesta interessante troca de opiniões...
"acuso-te de pretenderes que Portugal tenha cada vez maior dependência (importação de tecnologias, carros e petróleo), maior poluição, mais desemprego, mais corrupção e compadrios, etc.."
Portugal terá cada vez maior dependência se não tentar estar à frente dos outros, isso sim, isso cria dependências.
Quanto à pergunta "Para quem trabalhas?", não me atinges, eu trabalho para o estado português e estou farto de aturar políticos, jornalista e cidadãos retrógados que desatam aos gritos sempre que se quer fazer qualquer coisa de novo.
Talvez não acredites, mas há muita iniciativa do Estado que é travada pelo tipo de argumentação que usas.
Acho piada quereres transportes públicos eficientes e depois revoltares-te contra a tecnologia...
Um abraço
At 11:57 da tarde, H. Sousa said…
"Portugal terá cada vez maior dependência se não tentar estar à frente dos outros, isso sim, isso cria dependências."
O que é estar à frente? Achas que comprando a tecnologia dos outros é que passas à frente? Ou será desenvolvendo essa tecnologia? Mas que hipóteses vês de podermos passar à frente de quem quer quer que seja? Um país em que a investigação se considera um luxo, em que o sistema de ensino foi literalmente destruído para não podermos ombrear com países mais desenvolvidos, um país de cegos e analfabetos encartados, vai conseguir passar a estar no "top ten" dos mais evoluídos? Um país que aplica as mesmas medidas que são aplicadas nos países do terceiro mundo: encolher o cinto em educação e saúde?
Acorda, ó Raio, acorda! Sei muito bem do que falo. Serves interesses alheios, mesmo que disso não tenhas a mínima consciência. Não são os nossos interesses. Vês agora porque é que eu quero sair, também, da UE? E da OMC, embora saiba das dificuldades que isso acarretaria?
No que dizes da tecnologia dos computadores, também assisti a esse desenvolvimento. Mas nós não fizemos "porra" nenhuma a não ser consumir o que os outros desenvolveram. Demos-lhes imenso a ganhar e não ganhámos a não ser desemprego. Sou apologista de que pudéssemos ter a capacidade de desenvolver/fabricar os componentes electrónicos, porque é até um dos sectores em que poderíamos dar cartas.
Para acabar, falemos do turismo. Um sector privilegiado para captar divisas, mas compara o que vês nestas fotos com o que se vê em Portugal. Fui visitar o túmulo de Afonso Henriques e fiquei arrepiado com o estado lastimoso da Igreja de Santa Cruz, tão antiga como a Nação.
At 1:08 da tarde, Unknown said…
tnt,
"O que é estar à frente? Achas que comprando a tecnologia dos outros é que passas à frente? Ou será desenvolvendo essa tecnologia?"
Claro que não vamos inventar a roda...
Olha, vê o que é que o Japão e a Coreia fizeram e o que a China está actualmente a fazer.
Primeiro compraram e/ou copiaram, depois produziram e, por fim, inovaram.
A China, por exemplo, acaba de instalar o primeiro MagLev do Mundo, do aeroporto de Pudong para a estação de metro de Longyang Lu (em Xangai), são só 30 Km. Mas é a primeira linha a ser instalada. Os técnicos e empresas chinesas tiveram de resolver muito problema e de fabricar muita coisa. Para a próxima linha de Maglev a ser instalada (Washigton-Baltimore?) as empresas chinesas estão naturalmente bem posicionadas para fornecerem parte do equipamento.
Claro que o grosso do negócio é alemão... mas as empresas chinesas também irão comer qualquer coisa.
"Mas que hipóteses vês de podermos passar à frente de quem quer quer que seja? Um país em que a investigação se considera um luxo, em que o sistema de ensino foi literalmente destruído para não podermos ombrear com países mais desenvolvidos, um país de cegos e analfabetos encartados, vai conseguir passar a estar no "top ten" dos mais evoluídos?"
A tua visão está muito, muito longe da realidade.
Já passamos á frente de outros em muitas coisas.
Dou-te alguns exemplos:
a)O nosso sistema de Multibanco é ainda o mais evoluído do Mundo. Em mais nenhum país tens ATM's que abrangem todos os bancos e em que podes fazer tudo, até pagar multas ou comprar bilhetes para espectáculos! Aqui há tempos o Reino unido resolveu modernizar as suas redes de ATM's e tomou como exemplo a seguir as melhores do Mundo, a italiana e a portuguesa...
b)O sistema de telemóveis pré-pagos foi desenvolvido pela PT (o Mimo foi o primeiro pré-pago do Mundo). Ainda hoje a PT ganha por cada pré-pago que existe no Mundo;
c)A Via Verde portuguesa é o melhor sistema deste tipo do Mundo, desenvolvido pela Brisa e por uma empresa norueguesa. Se fores de Nova Iorque a Buffalo, vais por uma autoestrada com o sistema Easypass. Esse sistema á a Via Verde portuguesa. A Brisa claro que ganhou qualquer coisa com esta e outras implementações da Via Verde por todo o Mundo.
d) E, há mais, a maior empresa do mundo de jogos por telemóvel é portuguesa. assim como a maior especialista em chips de conversão analógico-digital.
e) etc....
Quanto a "cegos e analfabetos encartados"... sabes que portugal é o país da União Europeia com maior percentagem de doutorados com menos de 35 anos?
Eu acho que devemos sair da UE (e ficar na EEA ou na EFTA) mas não devemos sair da OMC. Não apoio o isolacionismo, antes pelo contrário. E é mesmo essa uma das razões porque acho imperativo a nossa saída da UE. Estamos a ficar demasiado isolados.
Concordo com o que dizes quanto ao turismo.
Mas não te esqueças de que o apertar do cinto a que os ditadores da Comissão Europeia nos obrigam leva a que muita coisa se degrade.
Um abraço
At 5:50 da tarde, H. Sousa said…
Este post já está muito cá para baixo. Passo a comentar no post da frente.
At 5:57 da tarde, Unknown said…
tnt,
Sim, já estamos muito em baixo.
Coloquei um extenso comentário a este assunto no meu blog.
Um abraço
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