Filho do 25 de Abril

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segunda-feira, setembro 05, 2005

546. Globalização



Está na moda cirticar a Globalização como a fonte de todos os nossos males. Este raciocínio pode ter consequências perversas.

Antes de explorar melhor esta ideia vamos analisar melhor o conceito. Desagrada a alguém a ideia da aldeia global? Desagrada a alguém o livre acesso a mercados e locais? Desagrada a alguém o quebrar de barreiras? E mais, alguém conhece alguma forma de resolver os problemas cruciais do planeta sem uma convergência global de interesses (como é o caso do ambiente e do terrorismo)? Pessoalmente não tenho desagrado por nenhuma destas noções e muito menos pelas novas soluções que nos oferece como humanidade.

O problema que se coloca ao mundo não é a Globalização em si mas sim a forma como esta é desvirtuada pelos blocos com influência mundial para obterem vantagens comparativas. Veja-se os EUA que pressionam a OMC criticando o proteccionismo europeu e defendendo uma nova forma de liberalismo à escala global e que, ao mesmo tempo, utilizam políticas proteccionistas e interventivas no seu mercado. E veja-se a UE que trava o crescimento chinês através da imposição, também via OMC, de critérios de concorrência mínimos (que a China ainda não cumpre). O problema da Globalização está no próprio desequilíbrio do mundo que não tem capacidade ou vontade de regular eficazmente e com igualdade as relações entre países. Só um pequeno conjunto de líderes tem capacidade para fazer cumprir o Direito Internacional mas excluem-se do seu cumprimento, desvalorizando o papel das instituições internacionais se estas não estiverem sobre o seu directo controlo ou influência.

A questão central da Globalização é se consegue ou não integrar o terceiro mundo nas novas oportunidades de desenvolvimento. Parece intuitivo que há uma enorme resistência em aceitar o terceiro mundo no mercado global e essa resistência não é só motivada pelos Governos “Ocidentais” mas também pelos seus habitantes, relutantes em dar uma oportunidade aos mais pobres porque, no fundo, receiam perder regalias. Por isso há, dentro do movimento anti Globalização, muitas motivações não altruístas em que nem a esquerda dita preocupada com os fenómenos de pobreza escapa.

Experimentem perguntar aos que são anti Globalização as razões porque são contra e a resposta mais comum vai ser porque aumenta o fosso entre os ricos e pobres. Mas se perguntarem se aceitam a deslocalização duma empresa de Portugal para Moçambique vão afirmar com a mesma convicção que não! Em que ficamos? É óbvio que países como Portugal têm muito a perder com estes fenómenos mas poderemos negar a nós próprios este enorme desafio global que ainda está a dar os primeiros passos (não sei é se na direcção correcta)?

Quem critica a Globalização como conceito também tem que estar disposto a perder a sua televisão Sony a baixo custo na cozinha ou a prescindir do seu iPod. E a isso poucos estão dispostos. Mas, mesmo assim, criticam a tendência natural do homem em partilhar produtos e conhecimentos, tarefa que já teve início há milénios e não há décadas. Ninguém obriga o consumidor a comer um hambúrguer em vez duma alheira, logo se se comem mais hambúrgueres é porque o consumidor o quer fazer. Podemos lamentar as opções de consumo mas não podemos impor o raio das alheiras. Podemos apelar à tradição e defender as vantagens e qualidades da nossa cultura ou até colocar um laço na alheira mas não podemos obrigar ninguém a comê-la! A cultura dum povo deve ser defendida, não imposta!

A Globalização, quer se queira ou não, também está interligada à democratização do mundo. Os novos desafios do comércio e as novas oportunidades de investimento têm vindo a obrigar todos os países a seguirem a via democrática e a respeitarem os direitos humanos pois é uma condição essencial para competir livremente no mercado internacional. É certo que o motor dessa Democratização é o dinheiro mas e depois, qual é o problema disso?

Por tudo isto não sou contra a Globalização nem quero resistir a ela mas quero que ganhe outro figurino. Porque uma Globalização condicionada aos interesses dos blocos comerciais do Ocidente e do Hemisfério Norte está a resultar em desequilíbrios ainda maiores. Os avisos de Porto Alegre são claros e muitas vezes a maior crítica é ao crescente liberalismo sem regulamentação supra nacional do que uma crítica aos movimentos de Globalização em si. Não quero um Estado Mundial mas um conjunto de instituições internacionais com capacidade de regulação e isenção mas que cedam ao liberalismo num ponto, isto é, que sejam capazes de não criar burocracias excessivas.

Mas acima de tudo o que eu não quero é o regresso aos nacionalismos demagógicos e a um constrangimento no movimento de pessoas e bens. Porque isso é estarmos a condicionar o nosso espaço a uma região ou país e a Terra já é pequena demais para estarmos fechados nos nossos quartos!

20 Comments:

  • At 1:00 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Com a globalização, o comércio internacional não se baseia nas vantagens comparativas, mas nas vantagens absolutas: produz-se onde os custos são mínimos. As consequências são previsíveis, basta pensar nas leis da procura e da oferta.

     
  • At 1:22 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Anónimo,

    Um produto ou serviço, felizmente, não se resume ao custo. Nem os gostos dos consumidores se resumem ao preço. Por isso as leis da oferta e da procura reflectem muito mais que os custos do produto.

    A teoria das vantagens comparativas pertence à categoria das teorias clássicas da economia que já não são sequer aplicadas na sua plenitude...

    Mas, simplificando, o comércio internacional é vantajoso para todos os países quando estes se dedicam a produzir apenas aqueles bens em que são comparativamente mais eficientes o que também não tem sido feito com justiça porque há países que não cedem em nada mas aproveitam os ganhos da globalização. É esse o combate que acho que devemos travar e não um combate à Globalização.

     
  • At 1:57 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Certamente que a procura (e a oferta - se nos valermos da lei de Jean-Baptiste Say) não se baseia só no preço; o rendimento é fundamental e a moda e os gostos, entre outros factores, também têm uma certa influência. Contudo, os dois principais factores continuam a ser o rendimento e o preço.
    Confirmaste o que referi: hoje, não se verifica a especialização baseada nas vantagens comparativas, mas nas vantagens absolutas: a deslocalização da produção segue para destinos onde os custos de produção são mínimos. Estes devem-se:
    Por um lado, a uma política de salários baixos e ausência de segurança social e políticas ambientais; a política fiscal não existe ou é incipiente e há facilidade de expatriação de lucros;
    por outro, a uma elevada capitalização de mais-valias, onde o trabalho vivo vai sendo substituído por trabalho morto (este já não reivindica o que quer que seja);
    Conclusão:
    Pelas leis da procura e da oferta, o valor dos salários, a nível global, vai descer; e, segundo as previsões, o desemprego vai atingir, dentro de um "curto" período de tempo, uma taxa de cerca de 80%!

     
  • At 2:17 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Anónimo,

    Por tudo o que escreveste e que eu escrevi é que defendi que o ideal é criar condições para que haja uma efectiva regulamentação isenta (salarial, fiscal, direitos laborais) da Globalização e não um combate a esta. Que alternativas propões? É porque se não abdicas de umas coisas por aderirmos a estes fenómenos abdicas de outras por não aderirmos.

    Quanto aos salários baixos e à falta de regalias sociais já existem alguns mecanismos para evitar essas situações. O que ainda vai impedindo a China de competir livremente no mercado mundial é o reconhecimento dessa situação. Mas nota que essas desigualdades existem dentro dos próprios países onde os EUA são o caso mais paradigmático já que vivem dum terceiro mundo que têm e cultivam dentro de portas.

    O problema, e é assustador, não é que os salários tendam a descer a nível mundial porque os ganhos vão ser maiores e redistribuídos e não acredito que isso aconteça, em média. O problema é ele poder vir a descer em países que não consigam fazer a conversão da sua indústria para produtos que não sofram concorrência directa da mão de obra barata. Essa é a tua verdadeira preocupação. Veja-se Portugal... continua a insistir em produtos que todos sabemos que não têm hipótese de competir no mercado global e até interno enquanto o Brasil, Estónia, entre outros, apostam em produtos que necessitam de bastante investimento em educação, formação e tecnologia. Mas não, nós preferimos a tercearização precoce e culpar a... Globalização! Haja paciência!

     
  • At 3:21 da manhã, Blogger H. Sousa said…

    Globalização? Sim, a ideia é boa, mas como todas as boas ideias, acaba por servir o Mal. Vide este meu post: http://horabsurda.blogspot.com/2005/08/como-se-deturpam-ideais-e-se.html
    Abraço

     
  • At 11:51 da manhã, Blogger Ricardo said…

    TNT,

    A ideia, que consideras boa, não falhou! Como tudo que é novo precisa de amadurecer e encontrar os seus equilíbrios.

    Não é desistindo do que é visionário que se chegaram às grandes conquistas do homem. Não podemos deixar de acreditar que o homem é capaz de evoluir.

    Se esta "Globalização" não foi a que muitos "imaginaram" talvez seja mais útil lutar contra o "mal" sem deixar cair a ideia. Porque, afinal, qual é a alternativa? Recuar até que período para evitar os danos da Globalização? Ao dos nacionalismos com as economias fechadas? À troca com os vizinhos contíguos?

    Abraço,

     
  • At 1:05 da tarde, Blogger H. Sousa said…

    É possível que tenhas razão, pois os jovens necessitam dos ideais, precisam do sonho como do pão para a boca. Mas têm que combater contra o "destruidor de sonhos": o dinheiro. Muitos sucumbem nessa luta e acabam escravos do dinheiro, aliciados pelo consumo e pela competição. Enquanto não se alterar a mentalidade, os sonhos estão condenados ao fracasso.

     
  • At 3:28 da tarde, Blogger Senador said…

    Um bom post! Como bem referiste a Globalização só poderá ser útil quando as regras forem iguais para todos porque a manter-se esta disparidade de direitos e deveres o futuro só poderá ser negro. Os países de terceiro mundo ficarão mais pobres porque não têm qualquer hipotese de desenvolvimento. Os países ricos lutarão por manter a sua posição à custa de outros países mais pobres mas dificilmente resistirão aos países em vias de desenvolvimento que são os que mais têm a ganhar pois produzem para países ricos em condições desumanas próprias de países de terceiro mundo e com custos ambientais que se pagarão caros num futuro próximo. Com isto quero dizer que o mundo é já demasiado pequeno para haver entraves à circulação de bens e pessoas mas enquanto houverem regras diferentes para os diferentes players a Globalização não passa de um termo distorcido e mal interpretado.

     
  • At 3:37 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Senador,

    A questão de fundo é o que tu estás disposto, como português, a abdicar para que o que defendes possa ser aplicado. É uma questão que se coloca a todos nós...

    Não podemos defender a igualdade e estarmos excluídos desse esforço. Por isso é que há demasiada demagogia à volta deste tema (e não só nos políticos)...

    Abraço,

     
  • At 3:43 da tarde, Blogger Ricardo said…

    P.S. Já Orwell dizia que a maioria dos ingleses era contra o imperialismo mas que poucos estavam dispostos a perder a qualidade de vida que esse mesmo imperialismo garantia!

     
  • At 5:25 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    De há menos de 50 anos para cá é que o MUNDO corresponde ao planeta TERRA.
    Antes dessa Era já existiam globalizações, para os diversos mundos das épocas,reduzidos a regiões com por exemplo o Mundo Mediterrãnico, que passados milhares de anos ainda não está globalizado, mas quase.
    Há muito que se aprendeu que o Comércio e a Cultura são inseperáveis.Comércio 1º, por arrasto a Cultura.
    Ainda há gente que pensa que é possível o contrário.
    Este processo antes, como hoje, é imparável.
    Do mesmo modo que não foi possível impedir os Nórdicos e os Gregos,e outros de sairem para outros locais á procura de alimentos que lhes faltavam, hoje não se pode impedir os Americanos a irem atrás do petróleo e os Chineses de consumidores para os seus produtos, porque em contrário morrem á fome.A Cultura se adquirida pelos ocupados, aumenta a importação dos vicios e virtudes, que se traduzem em comprar ao invasor os excedentes da sua produção, ou os produtos transformados com as matérias primas dos invadidos.
    Com Portugal aconteceu o mesmo.Está á vista.
    Só que hoje temos um problema que não sabemos ainda como resolvê-lo. De aí as nossas angustias.
    O problema é que os fora Europa+América,querem chegar aos Padrões destes.
    Mas Não há recursos suficientes em Toda a Terra para este Padrão.
    Além dos recursos necessários há 100 anos , hoje adicionam-se o AR e Água.
    Até parece mentira mas é verdade.
    Portanto ainda não houve uma Guerra Mundial.Não vem aí a 3ª, vem a 1ª.E já começou.Ou pelo menos, estão a rosnar uns com os outros.E estamos todos dentro do mesmo canil.
    É por esta singela situação que sou um Europeista convicto, por sobrevivência.
    (continuarei)

    Quanto ao Furacão de New Orleans poucas noticias: JÁ fecharam o Dique. Penso que mais 2 semanitas e os "refugiados" evaporam-se da actualidade.

     
  • At 6:44 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Índico,

    No fundo tu defendes que estes movimentos são naturais à medida que as distâncias diminuem por força das novas conquistas tecnológicas do homem! Concordo!

    A defesa da nossa cultura devia ser a preocupação número um. E cultura abrange a língua, as tradições, os gostos, os produtos, a alimentação, entre outros. Está aqui a chave para termos sucesso na globalização. Entretanto dava jeito que houvesse a consciência de que não podemos competir com outros países em produtos trabalho intensivo ou/e sem diferenciação qualitativa e/ou sem tecnologia incorporada e/ou sem mais valias no know how e conhecimentos adquiridos. Por isso não nos podemos esquecer na aposta na educação, no conhecimento, na tecnologia, na qualidade para deixarmos de competir com quem ganha menos e faz mais barato mas sim com quem ganha mais e faz mais caro. E este é um trabalho para décadas e parece que nunca mais sequer arranca...

    Abraço,

     
  • At 7:00 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Tens toda a razão.
    Mas parece que não arranca, parece mesmo.
    Vou dizer uma heresia. Disseram-me que o Sócrates está sempre a dizer que: "não gosto nada de arrastar os pés!".Vou acreditar, vou dar o tempo que precisa.Vou acreditar que ele quer, mas tem muita gente que não quer.
    Ou é pela necessidade da ilusão, mas parece que algo está a fazer.

     
  • At 10:46 da tarde, Blogger dinah said…

    Sou contra a globalização no modelo em que está a ser feita, que é basicamente na mesma linha das pragas de gafanhotos, que se mudam de um lado para outro,não deixando mais nada a não ser devastação atrás. Ok, as condições de vida dos povos melhoram, mas é uma solução temporária, já que assim que as condições melhorem o suficiente de modo a tornar o produto mais caro a companhia muda de novo de sítio criando desemprego e ambiente arruinado e, muitas vezes a destruição de unidades empresariais locais que não resistiram à concorrência dos gigantes. A isso é que se chama progresso, calculo.
    Se conseguirem garantir globalização com responsabilização, concordo perfeitamente. Neste momento acho uma obscenidade. O dinheiro não pode ser a única coisa que conta, e os consumidores vão ter eles também de ser educados a perceber o que está por detrás dos preços fabulosamente baixos. A responsabilização tem de ser de todos.
    Quanto à globalização cultural, acho linda, uma espécie de coca-colonização à escala mundial e a propagação da superficialidade hedonista e consumista. Estou a ver porque é que a defendem tanto...
    d

     
  • At 11:33 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Dinah,

    Compreendo os teus receios e desconfianças. Partilho alguns contigo...

    ... mas (há sempre um mas)... a Globalização não se resume à deslocalização de empresas e, como disse, não é um processo novo. Sempre existiu em outras escalas. Não percebo como é que, por definição, possamos ser contra a livre circulação de pessoas e bens, a troca de conhecimentos, a disseminação mais rápida de medicamentos e tratamentos, etc. É certo que a prática não é a teoria mas nada impede-nos de caminhar noutro sentido, sem colocar em causa a Globalização...

    aliás o que propões? Um país fechado em si mesmo? Trocas limitadas? Proibição de deslocxalizar empresas?

    Quanto às questões culturais não culpes a Globalização pelo crescente consumismo, culpa o homem... ninguém nos obriga, como disse no texto, a basear a nossa vida no consumismo e na padronização dos gostos. Esse é um combate que temos que ter connosco próprios e redescobrir o prazer de não basear a nossa existência no consumo desenfreado.

    Um beijo e obrigado pelo teu contributo,

     
  • At 11:21 da manhã, Blogger dinah said…

    Não só o que eu proponho é viável como até conheço um exemplo de sucesso. A body Shop é uma multinacional criada por uma ex-hippie que vai buscar as suas materias primas digamos a Africa, pagando por elas os preços que pagaria ao intermediario local. Assim, elimina os intermediários e não explora os produtores. Mais que isso, têm uma espécie de fundação que ajuda os produtores com coisas tão básicas como construir escolas à volta e incentivar o tecido empresarial local. Curiosamente, as unidades industriais desta empresa são todas no mudo dito "civilizado", o que significa que tem de cumprir aquelas regras todas de salários decentes, seguranças sociais e defesa do meio ambiente. E conseguem ter lucros fazendo isto, primeiro, porque apostam na inovação em termos cosméticos (são conhecidos pelos estudos acerca de principios activos de plantas) e também através desta publicidade gratuita. É disto que falo quando falo de responsabilização das empresas. A deslocalização não é, de todo uma solução inevitável.
    Quanto às questões culturais começa em casa, sim, mas pode-se fazer algo para ajudar. Acho que foi na Suécia que acabaram com o desenvolvimento galopante da obesidade infantil através da priobição da publicidade a comida durante as horas de programação infantil. Pensa também, por exemplo, na propagação das medidas anti-tabágicas através da proibição de publicidade e legislação (um pouco parva, mas eficaz). São pequenas coisas como estas que previnem grandes males. Como te disse antes, responsabilização. Não sou a favor de países fechados em si mesmos, mas também não sou a favor do parasitismo dos países ricos sobre os países pobres. Aliás acredito piamente que este nível de vida priviligiado que temos não é viável em grande escala, pelo que no futuro, ou nos apercebemos disso e tentamos desenvolvimento sustentado ou a coisa vai correr mal.
    :)
    d.

     
  • At 11:35 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Dinah,

    Afinal até estamos mais de acordo do que poderíamos perceber pelo teu primeiro comentário.

    O exemplo que deste da Body Shop é um exemplo de globalização. Como já defendi no texto e nos comentários eu só quero que a globalização ganhe outro figurino mas que não seja abandonada ou que seja o álibi dos nossos males.

    Quanto às questões culturais e os exemplos que enunciaste não podia estar mais de acordo. Para já a faixa das crianças é um caso importante porque a eles não podemos exigir ainda a capacidade de fazer escolhas conscientes. E a publicidade ao tabaco também sabemos que é dirigida aos adolescentes. É nestes campos que temos que actuar. No restante temos que promover a cultura e a responsabilidade e não através a proibição da importação ou outras medidas ineficazes!

    "Aliás acredito piamente que este nível de vida priviligiado que temos não é viável em grande escala, pelo que no futuro, ou nos apercebemos disso e tentamos desenvolvimento sustentado ou a coisa vai correr mal."

    O problema está bem descrito na tua frase. Por um lado queremos uma globalização que seja capaz de criar mais igualdade mas, por outro, ninguém quer perder o nível de vida actual no hemisfério norte. Em que ficamos?

    ;)

     
  • At 4:52 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Falo em comércio,não em industria porquê.O meu pai durante toda a sua vida trabalhou para uma multinacional holandesa. Tinham uns 60 escritórios no mundo.E todas as semanas enviavam listas a todos os outros sobre o que queria comprar e vender.Parece simples.Eram comerciantes.A Holanda esteve sempre na vanguarda tecnológica.Mas diziam e repetiam que de nada vale ter bons produtos se não se souber quem os queria e a que preço.A Philips sem Nós não era nada, diziam.Também não podiam fabricar sem saber onde ir buscar as melhores matérias-primas.
    Isto até há uns anos. Agora só compram e vendem alimentos secos e fármacos.Mas nem os vêem.
    Portanto, a par da produção e exportação(sem exportar não saimos da cepa torta), temos que ter arede comercial.E nesta actividade somos realmente muito fracos.
    É preciso exportar e controlar a venda no destino, caso contrário as mais valias são controladas por 3ºs.Olhem para as Embaixadas da Suécia, EUA, GB, etc.Quando o negócio é bom a diplomacia entra a matar!
    Aliás, as nossas 1ªs embaixadas chamavam-se feitorias e estavam lá para comprar e vender.

     
  • At 6:35 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Índico,

    Não tenho nada a acrescentar. Estamos em sintonia nesse ponto. Obrigado por mais um contributo à discussão!

    Abraço,

     
  • At 1:30 da manhã, Blogger Unknown said…

    Artigo interessante que comentei no meu blog.

     

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