1084. Homofobia na Polónia
A crescente homofobia que cresce na Polónia - entre a população e entre os seus representantes - é um fenómeno "curioso" num país cuja população já foi vítima de tanta intolerância. A ideia peregrina de banir os professores que se declarem homossexuais é reforçada com a outra ideia peregrina de banir homossexuais de certos empregos. Para isso está a ser criada uma lista de empregos que os gays não podem exercer com a justificação (?!?!) de ser necessário proteger as crianças! Esta ligação estatística entre homossexualidade e pedofilia ou, na melhor das hipóteses, que professores declaradamente homossexuais vão fazer comícios às crianças para influenciar a orientação sexual destas faz lembrar as ideias de certos grupos políticos que espalham cartazes repugnantes pelas cidades...
Numa sondagem recente na Polónia só metade dos inquiridos acha que a homossexualidade deve ser tolerada. Impressionante.
Numa sondagem recente na Polónia só metade dos inquiridos acha que a homossexualidade deve ser tolerada. Impressionante.
Etiquetas: Política Internacional
7 Comments:
At 4:38 da tarde, Nuno Guronsan said…
Parece que o factor amnésia também acontece lá fora, e da pior espécie pelos vistos. É inadmissível que se continue a misturar conceitos e deixar a discriminação correr desta forma.
Grande chamada de atenção,Ricardo. Abraço de agradecimento.
At 11:45 da tarde, Pedro Morgado said…
Parece que as pessoas que sofrem perseguição são as que mais depressa se esquecem dos valores por que lutaram.
Estas notícias dramáticas e preocupantes a que vamos assistindo são o espelho de uma certa europa devastada de quaisquer valores morais e éticos democraticamente aceitáveis.
At 2:28 da manhã, Unknown said…
Caro Ricardo,
Que eu me revolte com o que está a acontecer na Polónia, acho bem, a Polónia é um país estrangeiro com que eu não tenho nada a ver nem quero ter nada a ver. Nem sequer tenho acções da Jerónimo Martins ou do BCP...
Agora tu, revoltares-te com o que está a acontecer com um governo eleito por concidadãos europeus, num país da Europa a que queres pertencer, ainda por cima com um Governo eleito segundo as mais puras regras da democracia europeia? Franchement...
Quanto ao raciocínio de que é estranho que a Polónia foi perseguida e portanto é estranho que não o entenda e agora tente instalar outro regime repressivo, peca por que talvez o regime comunista na Polónia não tivesse sido assim tão repressivo.
Não nos podemos esquecer que as notícias que liamos sobre a repressão soviética na Polónia eram notícias feitas pelos gabinetes de imprensa da Guerra Fria e, portanto, teriam de ter algum desconto.
Eu lembro-me que, quando a imprensa deste lado do muro colocava o Lech Valesa nos pincaros, eu, lendo nas entrelinhas pensava cá para os meus botões que se fosse polaco, se calhar, até estaria do lado do governo da altura.
A revolução na Polónia foi mais uma revolução de ratos de sacristia do que de qualquer outra coisa.
Além de que a revolução começou nos estaleiros de Gdansk quando o governo teve o supremo descaramento de subir o preço do pão que estava congelado há uns bons 30 anos!
Vinte e tal anos depois o que é que aconteceu?
O preço do pão continuou a subir, os estaleiros de Gdansk faliram e o pessoal foi despedido e a Polónia trocou a bota de Moscovo pela de Bruxelas... francamente não sei se ganharam lá muita coisa com a troca.
A independência certamente que não foi.
Um abraço
At 2:45 da manhã, Ricardo said…
Raio,
Não me viste aqui defender uma intromissão externa a um assunto interno da Polónia o que não quer dizer que não a defenda, com os devidos cuidados para não impor nada unilateralmente. É que acho que estas questões resolvem-se com informação e não com imposição.
Eu sou democrata mas já escrevi um ou mais textos sobre o que considero que a maioria não pode legislar (esquece que estou a falar dum país estrangeiro e imagina que estou a falar duma lei idêntica em Portugal). O respeito sobre direitos humanos e direitos equivalentes às minorias não pode, na minha óptica, ser algo que possa ser usado de forma arbitrária por uma maioria. Imagina, no limite dos limites para tornar o exemplo surreal, que a maioria da população dum país queria que as mulheres deixassem de poder ocupar qualquer cargo público. Na minha opinião nem um Governo eleito democraticamente tinha legitimidade para o fazer. Mas esta discussão dava pano para mangas.
Não percebi porque tens mais legitimidade do que eu para criticar esta situação até porque: i) não sou obrigado a concordar com tudo o que acontece na UE; ii) porque este assunto ultrapassa, e muito, a questão UE; iii) porque eu não estou a defender nenhuma acção concreta, apenas a constatar que é uma situação que me incomoda por considerar que os políticos levam e promovem para a decisão política o senso comum corriqueiro e a ignorância.
Abraço,
At 10:58 da manhã, Alvaro said…
Caro Ricardo,
Sobre o teu exemplo e tendo em atenção de que há mais mulheres do que homens, talvez fosse mais provável uma Lei impedindo os homens de exercer qualquer cargo público...
As minhas observações sobre a Europa e a Polónia e sobre as minhas e tuas opiniões são baseadas em que tu é que queres a União Europeia e tu (e muitos outros, claro) é que querem esta gente na União Europeia.
Eu não, nem sequer quero a União Europeia e não quero ter nada a ver com gente desta.
As culturas do centro e leste da Europa são muito específicas, muito diferentes da nossa e mesmo muito violentas (quando o podem ser). A Polónia nem sequer é o país que mais me choca, muito pior são países bálticos em que quase metade da população não é cidadão (os russofonos) e em que os antigos SS fazem desfiles nas ruas.
A Polónia é só uma imensa sacristia...
Um abraço
At 1:24 da tarde, Ricardo said…
Caro Raio,
Sobre o meu exemplo não foi muito feliz :P, hehe. Mas percebeste o meu ponto de vista :).
Abraço,
At 4:36 da tarde, Anónimo said…
Um problema muito grande, amigo Ricardo. Sugiro a adesão do Filho do 25 de Abril á ideia dos comentadores lá do Devaneios:
http://devaneiosdesintericos.blogspot.com/2007/04/polnia.html
Um abraço!
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