Filho do 25 de Abril

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quarta-feira, maio 02, 2007

1123. Eleições Regionais Madeira 2007 (17): Notas de Campanha



11. O Presidente da República, após as recomendações iniciais, não se quer envolver mais na campanha. Depois do aviso que o Governo Regional estava «limitado à prática de actos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos da região», agora acrescenta que «existem órgãos independentes a quem cabe acompanhar e fiscalizar os actos eleitorais». No fundo as campanhas podem continuar a ser o que foram até agora;

12. «[A exibição] das bandeiras e dos símbolos pode dar a ideia que há elementos desses partidos nas inaugurações. Só não percebo é porque é que não poderá haver também bandeiras de um outro partido qualquer, porque todos os outros têm direito de estarem presentes», disse João Carlos Caldeira, presidente da CNE [via Olho de Fogo]. Parece, porém, que as tensões nas inaugurações começam a ter contornos de violência, sempre que "outras" bandeiras estão presentes;

13. As ausências do Secretário Geral do PS e do PSD são sintomáticas. Um é capaz de encontrar um ambiente hostil e fazer perder votos ao já limitado universo de votantes do seu partido, o outro provavelmente não se quer associar a políticas que não se conjugam com as que defende a nível nacional e muito menos ficar associado a um estilo democrático de interpretação muito livre;

14. (Actualização) De leitura obrigatória, na Revista Atlântico: Alberto João a Primeiro Ministro, Dúvidas e Confusões e PSD/Continente;

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4 Comments:

  • At 6:33 da tarde, Blogger José Leite said…

    Neste contexto aberrante (em termos políticos, como é óbvio...) vemos alguém a considerar-se vítima de colonialismo, e, no entanto, a posicionar-se sempre para estender a mão (estilo mendigo) ao pseudo-colonizador...

    Acho que era hora de ser frontal: se não quer esta situação (autonomia) por que não envereda pela ruptura total e pede um referendo sobre uma eventual independência deste território?

    Se há uma "colonização" porquê posicionar-se como "cipaio" (mendigando os dinheiros do "Contnente"), e porquê morder a mão que lhe dá o pão?!

    Tenha a hombridade dos verdadeiros guerrilheiros da libertação que foram para o mato de espada na mão. Não seja uma flor de estufa, no ar condicionado, a fumar charutos, a berrar que é vítima de "colonização" e sempre a mendigar aos 'colonizadores'! Assuma a postura de um libertador de facto. Assim, não. Se quer a independência, saia do lugar que ocupa e assuma frontalmemnte a ruptura com o status quo alegadamente colonialista.
    Assim, com esta postura dúplice, com um pé no "sistema" para fazer mais um papel de mendigo do que de sindicalista, e outro pé no "anti-sistema" a fazer a "chantagem" da independência é de um OPORTUNISMO COBARDE!!!

    Nós, os do Continente, gostamos da Madeira e dos Madeirenses, mas odiamos os vampiros, os sanguessugas, os OPORTUNISTAS!!!

    Seja honesto, não use o sistema para medrar à custa dele e, em simultâneo, o amesquinhar!

    Dê o lugar a quem é de facto por uma autonomia a sério: o engº Jacinto Serrão, um democrata, um representante dos Madeirenses honestos e trabalhadores. Ele, ao contrário do actual "soba", não morde a mão que dá o pão!

     
  • At 7:15 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Caro Rouxinol,

    Se há um ponto em que tenho certeza, indepentemente do discurso oficioso, é que os madeirenses não querem independência. Pelo menos uma larga e concludente maioria. O discurso é útil para fins políticos, a sua concretização não está em cima da mesa.

    É necessário, porém, encontrar formas de autonomia financeira dentro da própria região. É esse o desafio.

    Abraço,

     
  • At 7:34 da tarde, Blogger Jorge Soares Aka Shinobi said…

    Caro rouxinol de bernardim,

    Você até canta bem, mas não encanta lá muito (peço por favor que n tome isto como uma ofensa)!
    AJJ tem um discurso agressivo, e pq. não dize-lo por vezes excessivo. Mas é acima de tudo reivindicativo.
    E eu sinceramente acho, na minha humilde opinião, que muitas vezes esse mesmo discurso foi útil para a RAM.
    Nunca na minha vida ouvi AJJ dizer que queria a independência. Quanto a outros já n posso afirmar o mesmo. O que sempre ouvi falar foi de uma autonomia progressiva (pq. a autonomia deve ser um processo evolutivo e não estanque)no seio de um estado unitário.
    Quanto a mentalidades colonialistas, peço desculpa em discordar, mas elas existem, embora muitas vezes transpareçam de forma velada. No entanto, encaro isso de uma forma serena, e num contexto sócio-cultural que se habituou "a Lisboa ser o centro do país e o resto por vezes é conversa" (acredite que eu sei, e muitos outros sabem. Vivi em Lisboa durante seis anos ininterruptos).
    Quanto ao referendo à independência da Madeira, não vejo nada de mal e encarava tal opção legítima. A acreditar em sondagens, julgo que a dita consulta popular naufragaria em ambos os lados do Atlântico (uma média de 75% contra, e 25% a favor). Posso-lhe dizer sinceramente que votaria contra por várias razões, uma das quais por ter nascido português e madeirense, e querer igualmente morrer português e madeirense.
    Quanto ao "Engº." Jacinto Serrão, julgo que o mesmo é licenciado em Física e não em Engenharia (da) Física, pelo que isso não faz dele engenheiro. Mas admito que possa estar enganado, ainda para mais com as confusões que andam por aí a nível dos cursos de engenharia, em especial da civil. De qualquer forma, também não estou a ver este "engenheiro", a morder a mão do outro "engenheiro" que lhe dá o pão. Embora, não sei porquê (?), ultimamente e depois dos resultados das últimas sondagens, esteja a haver uma tentativa de demarcação por parte de Jacinto Serrão, um homem avesso a purgas partidárias, de certas "engenharias socráticas".
    Acho muito louvável você afirmar que as pessoas do "Contnente" (peço desculpa em escrever assim, mas por mais que eu tente e devido à minha pronúncia quase imperceptível, não consigo dizer "Continente" - seis maravilhosos anos em Lisboa não conseguiram resolver este e outros problemas fonéticos)gostam dos madeirenses. Posso-lhe afirmar que como madeirense, gosto bastante das pessoas do "Contnente" (peço desculpa mais uma vez! Mas que mania, raios!) e possuo bastantes amigos e inclusive família por esses lados. Por mim, você e todos serão sempre bem vindos à maravilhosa ilha da Madeira.

     
  • At 8:32 da tarde, Blogger José Leite said…

    Caros Ricardo e Shinobi:

    l - Tem toda a razão no que concerne a obter mais receitas adentro da Ilha da Madeira.

    Acrescento também: é preciso diminuír as despesas, sobretudo as sumptuárias e as supérfluas de modo que se possa atacar o défice e até moralizar certos excessos...

    2 - Apreciei a elegância e maturidade do seu arrazoado, que, apesar de não concordar plenamente, tem algo de louvável e digno de meditação.

    Entendo que aquela cassete do "sistema" faz parte de uma estatégia de vitimização e precisa de ser desmistificada. Se não concorda com o "sistema" (constitucional?) vigente, por que continua a ser um elo desse mesmo "sistema"? Nobre, seria afastar-se da engrenagem e dar lugar a outros. Assim, não. É contra o "sistema" mas vive dentro dele, como um parasita intestinal, à espera que venha algum "vermicida" eficaz ou um "purgante" de grande envergadura capaz de o lançar borda fora (do "sistema")...


    Mas que AJJ tem lutado pela Madeira
    (stricto sensu), não duvido; só que essa "Madeira" é o restrito grupelho que vive à babugem do poder, é a clique todo-poderosa que nada em "mares de contentamento" (como diria Camões...) e tem no líder local o "santo protector", o "ídolo com laivos de Midas" que alimenta um caudaloso rio de prebendas e de mordomias... Essa, não é a Madeira global, a Madeira dos humildes, o barco dos humilhados e ofendidos, que vive com dificuldades, que ostenta sinais de fome escondida e envergonhada.

    A Madeira que eu sonho é uma Madeira mais democrática, onde a equidade na distribuição da riqueza seja um facto, onde a discrepância entre muito-ricos e muito pobres se esbata paulatinamente, graças a uma política de justiça social bem controlada.
    Aí, Jacinto Serrão tem perfil para ser o timoneiro certo na nau democrática, um condotieri ao serviço dos mais desfavorecidos, um bandeirante na defesa dos oprimidos. O futuro é o seu horizonte... AJJ é apenas o subproduto de um arrivismo jurássico que nasceu no tempo da "bufaria" e se adaptou mimeticamente, qual camaleão fascizante...

    AJJ é mais um boçal Berlusconi, cantando modinhas pirosas para receber uns aplausos frenéticos de umas ingénuas úteis (e ingénuos úteis...) que ali vão para serem vistas, e sempre à espera que caia uma migalha da mesa do orçamento para lhes matar a fome ... às vezes de notoriedade...

    A Madeira precisa de uma vassourada a sério! Se não for agora, será na próxima!

    AJJ, nesta corrida à volta da Ilha paradisíaca, já não tem pedalada, já está demasiado trôpego. O lugar dele é... no "carro-vassoura"!!!

     

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