Filho do 25 de Abril

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segunda-feira, maio 10, 2004

(38) Cidades Invisíveis: Barcelona

Mais cedo ou mais tarde era inevitável viajar a Barcelona, à Barcelona das minhas vivências, à Barcelona que eu tanto amo. Não considero-me um homem viajado porque um homem nunca viaja demais mas tive a sorte de conhecer Barcelona. Não digo que seja a mais bela das cidades (apesar de ser!) mas, ao contrário de outras cidades que já visitei, tem a particularidade de me ter seduzido ao ponto de quase me ter enredado nas suas teias de sedução.

Mas, afinal, qual é a Barcelona (sim, porque cada cidade é diferente para cada pessoa a cada momento do tempo) que me encantou? Não foi só a pujança cultural, o Gaudi, o Dali, o Picasso ou o Miró. Não foi só a harmonia entre o velho e o novo, o antigo e o moderno. Não foi só a qualidade de vida e o planeamento urbano. Foram também as pessoas, orgulhosas e abertas, dispostas a viver e a deixar viver. É a cidade cosmopolita por natureza, uma mistura de raças, religiões e nacionalidades expressas na língua, o catalão.

Nem tudo são rosas mas tudo é vivido com a dimensão que a cidade merece. Mas Barcelona está rodeada de beleza, toda a Costa Brava pulsa de qualidade de vida, de beleza. Girona, Montserrat, Figueres, enfim! É tudo tão bonito, oferecido com o profissionalismo que os Espanhóis nos habituaram. Mas também é uma cidade que se vende cara como se soubesse que era, de facto, irresistível.

Curioso é que esta cidade ganhou toda esta personalidade muito recentemente. Reconstruída após a Guerra Civil com rigor e visão, foi-se adaptando aos tempos com indiscritível pujança. Há ainda muito por dizer e descrever mas, com certeza, haverá tempo para voltar a falar desta cidade gótica. Entretanto recomendo o Estado a oferecer viagens aos seus autarcas, empresários, artistas e cidadãos, a esta cidade, porque é um exemplo do que se deve fazer. No meio de tanta beleza estudada e organizada, podemos de facto descobrir como é possível sermos felizes! Disse!