Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

quarta-feira, maio 05, 2004

05 de Maio de 2004 (28) – Roteiro de Paz: que futuro?

.
Houve uma opção diplomática arriscada da administração norte-americana relativamente a Sharon. Deram-lhe cobertura política para que este alcançasse um acordo de paz sem fazer muitas concessões. Ironicamente foi o próprio Likud que se recusou a apoiar Sharon.

Esta recusa é um verdadeiro terramoto diplomático de consequências imprevisiveis. O “Roteiro de Paz” era já um nado morto, agora está completamente descredibilizado. O que torna a situação ainda mais caricata é que os EUA desgastaram ainda mais a sua imagem na Europa e no Médio Oriente, sem qualquer tipo de retorno. Os próprios americanos sentem-se traídos.

O acordo até era interessante para Israel, como qualquer acordo feito unilateralmente apoiado pelos EUA. Os Palestinianos dificilmente aceitariam este acordo, mas perderiam parte da solidariedade internacional se não o fizessem. O acordo permitia a manutenção de alguns Colonatos na CisJordânia e retirava aos Palestinianos o direito a retornarem aos territórios perdidos durante a guerra da independência de Israel. O Likud está inflexível. A paz está ainda mais longe.

Até Tony Blair demarca-se da política de Sharon e de Bush, que ironia do destino! Agora, tudo está mais difícil. As boas notícias é que também está mais difícil para Ariel Sharon o que pode ser um raio de esperança. Resta saber se a esquerda Israelita, quando retornar ao poder, tem mão para conter as vozes extremadas de alguns grupos Israelitas. Até a Europa está à deriva neste conflito, onde todos têm razão e onde ninguém tem razão. A resolução deste conflito é vital para todo, e repito todo!, o Mundo.