04 de Maio de 2004 (27) – Anarquia: Desmistificar o conceito
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Quando ouvimos a palavra Anarquia o medo instala-se, o caos está próximo, é o princípio da desordem. Não, somos apenas ignorantes e não sabemos o verdadeiro significado das palavras. Vamos todos aprender.
A Porto Editora, na sua sabedoria infinita e já muito gabada aqui, define Anarquia como uma concepção política que exclui todo o direito de coerção sobre o indivíduo, é a negação do princípio da autoridade. Pois bem, faço destas palavras minhas mas acrescento qualquer coisinha, se me é permitido. Anarquia não é a ausência de ordem, é a ausência de líderes!
Anarquia não é mais do que um estado de ordem voluntário já que a ordem involuntária cria insatisfação, é a mãe de todas as desordens. Portanto não é caos, é o contrário do Fascismo onde o culto ao chefe é o cerne do regime. Daqui para a frente, sempre que uma catástrofe natural acontecer, ou que a juventude vote no Bloco de Esquerda, ou que o Paulo Portas torne-se ministro, não chamar a isso uma Anarquia, mas sim uma perplexidade! Mas quando houver um vazio de poder, um Presidente pouco ouvido ou actuante (qualquer semelhança com qualquer realidade é a mais pura das coincidências) aí sim podemos dizer que há um cheiro de Anarquia no ar, uma ausência de líderes.
Mas também há um aforismo (procurar na entidade, a Porto-Editora) antigo que diz que quanto mais aguda e intransigentemente formulamos uma tese tanto mais irresistívelmente ela clama pela sua antítese. É o seu trabalho, não o meu.
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