Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

sexta-feira, abril 30, 2004

30 de Abril de 2004 (21) – 2003: O ano mais negro

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O ano de 1998 foi o ano de todas as ilusões. A economia crescia sustentada na ilusão do consumo, a Expo 98 levava-nos directamente para a modernidade, sem paragem na estação da dificuldade. Tudo era fácil, o futuro era risonho, Portugal crescia sem ninguém saber como nem porquê. A confiança no futuro era evidente e até natural.

Da euforia, nasceram os monstros “orçamentais”, o viver acima das possibilidades. Os sinais da crise começavam a surgir, os ventos das dificuldades sopravam irremediavelmente em direcção a Portugal. O défice subia, as receitas fiscais descontrolavam-se, a despesa era rígida. O país estava de “tanga”, a confiança no futuro era coisa dos tolos, a estratégia, afinal, não tinha viabilidade. Portugal agonizava em dor, a dor de quem desconhece o seu destino.

A dor desapareceu, o destino chegou, Portugal morreu! O Banco de Portugal explica os sintomas que levaram à morte do país mais antigo da Europa. O endividamento aumentou para níveis inéditos, o desemprego subiu de 4,1% para 6,4%, o PIB encolheu 1,2%, o Investimento desceu 9,5%, os salários reais diminuiram em 0,3%. Tudo isto para controlar o défice que ficou em 2,8% mas que, segundo as contas do Banco de Portugal, retiradas as receitas extraordinárias, fixa-se em 5,3%. Será possível? O país vai nú, morreu de frio!

Mas os países nem sempre morrem como as pessoas, por vezes são pássaros renascidos das cinzas, ressuscitam (Fénix)! Das cinzas vamo-nos erguer para perceber duma vez por todas que não podemos morrer outra vez! Disse!