Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

sábado, abril 24, 2004

24 de Abril de 2004 (13) – Curiosidades para Memória Futura (2)

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Fonte: Público 24 de Abril de 2004

- “Há precisamente 30 anos, Portugal vivia em Ditadura. Mas, no dia seguinte já havia liberdade. Foi uma Evolução muito rápida. Tão rápida que pareceu mesmo uma Revolução”, Luís Afonso, Bartoon. Para acabar de vez com a discussão pública que tem ocupado os nossos dias. Como se sequer merecesse ser tema de debate, algo tão óbvio. Enfim, também eu estou a aderir a tão estúpida discussão. Lanço uma maldição a quem se lembrou deste slogan, e uma maldição a mim mesmo por estar a alimentar esta polémica.

- “Um país pequeno, íntimo e pobre, com um Estado omnipotente e uma burocracia tropical, segrega corrupção. Se calhar, não funcionava sem corrupção: já alguém pensou nisso?”, Vasco Pulido Valente, Diz-se. Querido Vasco, deves ter tido tempo de pensar nisso quando foste deputado. Defendes que nada se faz em Portugal sem alguém dar um “jeitinho”. Sabes o que defendo, Vasco, sermos todos presos porque se o que afirmas confirma-se estamos todos em perigo de irmos presos. E só porque queremos pôr Portugal a andar, que injustiça! Porra, se Portugal já não funciona com corrupção, nem quero pensar sem! Ao chegarmos a essa fatalidade não será hora de assumirmos as nossas responsabilidades cívicas e actuarmos? A responsabilidade é dos Governos ou é nossa? E, já agora, que “jeitinho” te deram para poderes ser jornalista?

Por um lado discute-se à exaustão se tivemos ou não uma Revolução quando o 25 de Abril foi de facto o cataclismo para tudo o que veio depois. Agora a responsabilidade é nossa. O 25 de Abril já não é culpado de nada, temos o Portugal que construímos em 30 anos, com liberdade e algum dinheiro. Se não funciona podemos continuar a vendê-lo aos Espanhóis ou, duma vez por todas, mudar a mentalidade. Não é preciso mais mega reformas todos os anos, só um pouco mais de rigor e vontade de transformar Portugal num país moderno, desenvolvido e orgulhoso.