Filho do 25 de Abril

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sexta-feira, maio 07, 2004

07 de Maio de 2004 (30) – Estados de Alma

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O que é um estado de Alma? É uma expressão cada vez mais banalizada, utilizada sempre que um sentimento toma conta de nós por algum tempo. Se estamos tristes e não conseguimos ficar felizes, é um Estado de Alma, se estamos felizes e nada nos pôe tristes, é um Estado de Alma.

Não me parece que este conceito tenha uma utilidade religiosa, mas tem concerteza uma origem nos ensinamentos religiosos. Isto porque a nossa alma é, para quem acredita, a nossa essência. Eu chamo a minha essência de outra coisa, mas isso não é para aqui chamado nem é algo que se deva divulgar num Blog. Se a alma (ou a essência ou seja lá o que fôr) estiver possuída por um estado qualquer, daqueles que penetram profundamente em qualquer alma, de lá não sai facilmente. É dos manuais.

Se, por outro lado, nós damos um sorriso ao ver alguém tropeçar ou ficamos tristes quando alguém consegue ser melhor que nós, isso não é um Estado de Alma, é uma mera Manifestação da Alma, a avisarmo-nos que também podemos ter sentimentos fugazes.

Mas ao entrarmos num Estado de Alma não quer dizer que de lá nunca mais vamos sair. Podemos passar para outro Estado de Alma, acumular Estados de Alma, passar por períodos prolongados de ausência de Estados de Alma, enfim! O que é perigoso é não ter Estados de Alma, ou não conseguirmos sair dum.

Neste momento passo por uma Manifestação de Alma por ter escrito estas palavras mas rapidamente vou passar para outro também por ter escrito estas palavras. É tudo tão ilusório que o meu Estado de Alma é de eterna desconfiança e curiosidade em relação ao mundo! Mas a desconfiança pode-se “Manifestar” de várias maneiras. Perceberam? Não! Também não era esse o objectivo.