860. 666
666 - O número da besta
Acho piada a estes fenómenos que se criam à volta de números simbólicos como a passagem do milénio ou agora com o número da besta (que, com criatividade, 06-06-2006 significa 666, o número da besta). O humor advém, para já, da arbitrariedade do nosso calendário que, sem contar com os hiatos temporais que não nos permitem com exactidão calcular quantos anos passaram desde o nascimento de Cristo, é misto, ou seja, é baseado na observação e, ao mesmo tempo, num conjunto estrito de regras, concretizando, o dia de amanhã é um número mas podia perfeitamente ser outro qualquer. É por isso, mesmo para os mais fanáticos em símbolos, coincidências ou religiões, que não percebo como pode haver tanta histeria com uma combinação forçada de números (que suprime zeros e um 2 e que, no fundo, é dependente de circunstâncias casuais).
O que é interessante é a necessidade do ser humano em tornar místico tudo o que é mundano como se estivesse à procura duma manifestação - de uma "prova" - duma vida "para além da morte", tenha essa prova a forma duma catástrofe ou dum milagre. Será uma tentativa de reforçar uma fé, convicção em alguém ou alguma coisa, em crise? Não consigo deixar de pensar que por muito mais que o homem tenha instrumentos para explicar fenómenos que, há alguns séculos, eram inexplicáveis este - o homem, seja católico ou de outra religião, ateu ou agnóstico - vai ter sempre necessidade de criar novos fenómenos místicos (misteriosos, espirituais) para alimentar as suas crenças, tenham estes a forma do apocalipse, de extraterrestres, de superstições ou da... besta.
4 Comments:
At 8:32 da tarde, Nuno Guronsan said…
Será que o PSD já se lembrou de criar um Dia Nacional da Besta?
At 11:53 da tarde, Anónimo said…
666 euros deveria ser o ordenado minimo em portugal!
At 12:33 da tarde, Barão da Tróia II said…
É pé eu já tenho o meu número da Besta, deram-lhe o nome de NIF.
Trabalho que nem uma Besta para pagar, e as gandas Bestas que recebem esbanjam tudo.
At 12:40 da tarde, Joao Serpa said…
Apesar de tanto telemóvel, microondas e programas apollo, ainda continuamos a ser aquele homenzinho que espreita da boca da caverna de tocha na mão. O Major Valentim Loureiro é a prova.
Enviar um comentário
<< Home