Filho do 25 de Abril

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domingo, setembro 10, 2006

899. Em DVD: Assault on Precinct 13 (1976) (2005)


Cartazes de Assault on Precinct 13, versão original e remake

Versão 1976
Realizador: John Carpenter
Elenco: Austin Stoker, Darwin Joston

Versão 2005
Realizador: Jean François Richet
Elenco: Ethan Hawke, Laurence Fishburne, John Leguizamo, Maria Bello, Brian Dennehy, Gabriel Byrne


Assault on Precinct 13, versão original de John Carpenter

Se Steven Spielberg é o rei dos blockbusters (pelo menos um dos impulsionadores do género), John Carpenter é o rei da série B. Parece um título que queremos evitar ter mas eu, confesso, adoro ver um bom filme de série B que é o mesmo que dizer que gosto de um mau filme piroso e despretensioso. Carpenter, por mais filmes que faça, parece sempre que está a começar a sua carreira tal é o amadorismo que os seus filmes transparecem.

Assault on Precinct 13 (1976) é um dos primeiros filmes de Carpenter e, sem ser um dos filmes deste realizador que mais recomendo, é série B no seu estado puro. As características mais visíveis deste género em Carpenter é o humor seco, os diálogos pirosos, a abundância de clichés, a música de garagem. Desta vez o tema não é o fantástico mas sim o crime mas os criminosos bem podiam ser zombies que não se notava a diferença. Qualquer situação do filme que tenha qualquer semelhança com uma situação realista é pura coincidência porque, afinal, é um filme de John Carpenter. Basta dizer que o filme tem a denominação Assault on Precinct 13 e que, durante o filme, chamam a essa mesma esquadra de Precinct 9, Division 13.


Assault on Precinct 13, remake de Jean François Richet

A nova versão de Assault on Precinct 13 (2005) não comete o erro – que seria crasso – de abandonar o registo de série B. Os diálogos mantêm-se pirosos, os piropos às meninas estão lá, o humor seco é frequente. Se Jean François Richet tivesse aproveitado a ideia original – o ataque a uma esquadra de polícia – e feito um filme de acção “cuidado” acredito que o resultado final fosse bem pior. Mas, mesmo sem perder o ambiente de Série B, esta nova versão não parece tão “autêntica” – ou melhor, fiel ao género - porque é visível um aumento de qualidade em todos os aspectos da produção. Mesmo assim o realizador francês tem a “coragem” de ainda ser mais subversivo que Carpenter e, em vez de serem gangsters a atacarem a esquadra, são polícias a atacarem sem piedade (perdi a conta da quantidade de balas que trespassaram a cabeça das personagens) outros polícias.

São dois filmes para não levar muito a sério porque, afinal, esse é o espírito da série B.

Síntese da Opinião: Na série B a classificação dum filme é tanto melhor quanto pior for o filme. A versão de John Carpenter é mesmo má e a de Jean-François Richet é um pouco melhor. Nuff said!

Memórias do Filho do 25 de Abril: Sétima Arte (todos os textos deste blogue sobre cinema)

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