Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

segunda-feira, maio 31, 2004

(66) Xanana no seu melhor...

Depois do 25 de Abril em Portugal houve um perdão nacional para os colaboradores do Antigo Regime, o que permitiu uma certa pacificação da nação. Foi um passo importante para a estabilização do país, uma diferença qualitativa em relação ao Antigo Regime.

Mas nunca andou-se em Portugal a abraçar publicamente, na maior das intimidades, os protagonistas do anterior Regime. O que Xanana Gusmão fez na ilha de Bali, na Indonésia, ao General Wiranto não é comparável. Este militar é acusado de crimes de guerra, tem na sua consciência milhares de mortos e nunca, digo nunca!, facilitou uma transição pacífica. Xanana abraçou-o como abraçam-se velhos amigos, sorriu como quem está a dar o seu apoio. Repito, imperdoável!

Xanana Gusmão é uma figura estranha. Errante na pré-ocupação Indonésia onde foi uma força divisora em Timor, brutal enquanto guerrilheiro, exemplar enquanto prisioneiro e novamente errante enquanto Governante. Colaborar com a actual Indonésia é fundamental para o futuro de Timor, ser pactuante com os criminosos de guerra não é ser misericordioso, é violar a memória de quem deu a vida por um Timor livre! Boa Sorte para Timor-Leste, bem precisa!