(83) Eleições Europeias – Análise dos resultados por região e por país
Os resultados globais em Portugal foram claros mas há pequenas curiosidades que têm o seu interesse.
Voto nas áreas metropolitanas: No Porto a diferença entre o PS e a Força Portugal (FP) foi de mais de 15% e em Lisboa foi cerca de 14%. Estes resultados carecem de reflexão e são, para mim, inesperados pela sua dimensão. Não nos podemos esquecer que, em princípio, a FP devia somar os votos do PSD e do PP. Cai também o mito urbano do BE porque se, em Lisboa, tem 7,61% no Porto tem 4,8%. Sem um resultado noutras regiões condizente não teriam eleito um deputado.
A abstenção prejudicou quem?: Eu acredito, mas não estou a basear-me em nenhum estudo credível, que a abstenção prejudicou mais a FP mas que também foi conveniente. Achei os eleitores da FP pouco motivados a votar, também querendo participar deste modo na censura ao Governo. Muitos militantes do PSD também recusam-se a votar no PP. O eleitorado sem partido fixo também não se reviu na proposta europeia confusa da FP. Foi conveniente porque assim relativiza um pouco a derrota. Mas posso até estar enganado e a abstenção ter tido efeitos bem diferentes nos resultados.
Regiões Autónomas: É um bom indicador para as eleições Regionais. Na Madeira (apesar de em Machico o PS ter voltado a ganhar) parecem claros que tipos de resultados esperar, só não se sabendo a sua dimensão. Nos Açores prevejo um resultado equilibrado. Sobre as Autonomias e suas contas pretendo fazer um post em breve.
Europa: O Partido Popular Europeu deve estar a esfregar as mãos. Os novos países aderentes enfraquecem o Partido Socialista Europeu de forma quase definitiva. Só excelentes resultados na Europa Ocidental compensavam os péssimos resultados do PSE na Europa de Leste. O PPE elegeu (dados não definitivos) 276 deputados e o PSE 200 deputados de um total de 732 deputados. Estas duas forças perdem em proporção mas mantêm-se como referência. O PPE ainda pode vir a perder deputados ao confirmar-se o abandono de algumas forças políticas. António Vitorino vê o seu objectivo (ainda) mais difícil de alcançar.
Guerra: O Governo Francês, o Alemão e o Inglês sofreram grandes derrotas. O Italiano teve resultados maus mas mais aceitáveis. A teoria da guerra cai por terra, daí não se pode tirar conclusões de maior. A guerra teve contornos que eu não quero que se repitam mas não me parece ter tido grandes consequências eleitorais. Está na hora de enfrentar o problema real da Europa, o crescimento económico. Apelo à remodelação Do PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) e à efectiva implementação da Estratégia de Lisboa.
Caricato: A FP não eleger deputados para a mesma força política europeia.
1 Comments:
At 3:48 da manhã, Unknown said…
Nos teus comentários falta um "pormenor" importante. Os portugueses estão-se nas tintas para a União Europeia e para o Parlamento Europeu.
Dos antigos países da UE (dos 15) só a Suécia teve menor participação do que Portugal.
Não duvido de que já pouca gente apoia este governo e os partidos que o integram. Mas das eleições para o PE não podemos tirar muitas conclusões.
O mais significativo destas eleições (pela Europa fora) foi a taxa de abstenção e o surgimento, em força, de movimentos fortemente criticos do caminho que a UE está a tomar.
Na sua imensa estupidez a resposta que a UE deu a este chamar de atenção foi a aprovação, à pressa, da Constituição Europeia...
Enviar um comentário
<< Home