(78) O Fim da Campanha Eleitoral
A morte de Sousa Franco foi trágica! Não nego isso! Perdeu-se um homem que certamente ia representar bem Portugal na União Europeia. O seu inconformismo garantia que ia tentar ser útil para Portugal e para a Europa em Bruxelas ou Estrasburgo.
Mas a sua morte trouxe ainda mais uma consequência, o fim prematuro da campanha eleitoral para as Europeias por parte dos vários partidos. Sinceramente acho esta opção inaceitável e irresponsável. A União Europeia não pára! A vida dos cidadãos portugueses também não acabou! Os problemas essenciais da Europa e de Portugal não ficaram resolvidos! Esta opção deve entristecer todos os cidadãos preocupados com o seu destino, inegavelmente ligado ao destino da Europa e das opções que Portugal toma no seu seio. Até Sousa Franco certamente não concordaria com o fim do debate.
O problema está mesmo nesta palavra: debate. Se tivessem a ser debatidas ideias provavelmente a campanha continuava (de forma diferente mas continuava). Realmente agora não faz sentido continuar a fazer o que se fez na primeira metade da campanha. Já não se pode insultar, está esvaziada a campanha. Nesta perspectiva percebo o fim da Campanha. Noutra qualquer perspectiva é inaceitável o que está a acontecer. Mudem de decisão, por favor! Nem que seja porque muitos Portugueses precisam de estar mais informados e próximos dos ideais Europeus.
Para não deixar morrer o debate Europeu deixo aqui um conjunto de ideias defendidas Por António Guterres e José Luís Zapatero (e outros três líderes europeus) que subscrevo na totalidade e sem reservas:
- substituição do Pacto de Estabilidade e Crescimento por um pacto de crescimento e do emprego;
- um governo económico e social europeu, capaz de conduzir uma política orientada para o objectivo do pleno emprego (harmonização fiscal e uma verdadeira política industrial no plano europeu, fundado sobre a investigação e a inovação);
- dotar a Europa de um tratado social ("A aplicação de critérios de convergência social visará harmonizar por cima as regras nacionais em matéria de salários mínimos, de formação, de igualdade homens-mulheres, de protecção contra os despedimentos e as deslocalizações, de luta contra o desemprego, a precaridade, de direitos à participação e à consulta dos trabalhadores e dos seus representantes");
- criação de legislação sobre a responsabilidade social e ambiental das empresas.
A esquerda e a direita não são para aqui chamadas. Identifico-me com quem quer ser reformista a nível Europeu. Para um Portugal moderno e solidário temos de ter, na minha opinião, uma União Polítia e Social forte na Europa. Defendo o Federalismo (falta aprovar a Constituição Europeia que até devia ir mais longe) e todos os passos nessa direcção. Não que não confie em Portugal mas porque identifico-me com o modelo social Europeu e acho que este deve ser readaptado com ambição.
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