Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

quinta-feira, junho 17, 2004

(85) Portugal, 2 – Rússia, 0

O jogo: Foi agradável a exibição de Portugal, principalmente na primeira parte. É curioso concluir que Scolari demorou dois anos a perceber o que todos já tinham concluído há muito. Deco e Ricardo Carvalho são essenciais à selecção como titulares. De qualquer maneira a selecção não deixa indicações que vá conseguir ir muito longe nesta competição. Adicionalmente defino este jogo como o desafio de passagem de testemunho. A geração de ouro deu lugar a uma nova geração de jogadores.

Estádio da Luz: Uma obra adequada aos grandes eventos, imponente e funcional. O estádio está bem pensado, é confortável e, acima de tudo, muito bonito (principalmente quando a noite cai). O ambiente era contagiante e todos (Portugueses, Russos e outras pessoas de múltiplas nacionalidades) aderiram à festa.

Lisboa: Está como eu a queria encontrar! Cheia de luz, sempre sedutora e cada vez mais cosmopolita. A “selva urbana” de Lisboa é única no país. Encontrei os turistas rendidos e com vontade de voltar. Para a história ficam as visitas a Belém, ao Parque de Monsanto e a Benfica.

Bairro Alto: Que loucura! A noite foi longa e pesada na companhia do meu irmão e dum velho amigo de incontáveis tertúlias, companheiro de noites loucas que já só vivem na memória dos homens. Percorremos o Bairro Alto saltando de ambiente em ambiente, todos diferentes e enriquecedores. Falei com pessoas de diversas nacionalidades. O desbloqueador de conversa foi o futebol e a cerveja. Depois as conversas vaguearam por imensos temas. Desejei sorte a tantas selecções que, em balanço, todas ficam empatadas no meu contributo moral à sua passagem. Com os ingleses o tema inevitável foi o seu comportamento “fora de portas” e o lamento sincero ocorreu. Uns estragam a reputação de todos. O Bairro Alto respira liberdade e irreverência, características que a Ribeira do Porto já perdeu. É um espaço de troca de culturas e experiências. Até sempre!

Para a História: Fica o cachecol que troquei com os Russos. Nem Inglês falavam mas a linguagem universal dos gestos amigáveis e a consciência da vantagem das trocas funcionou. Viva o caldo de culturas! Obrigado, Lisboa! Pela mentalidade aberta que todas as cidades saudáveis devem ter!