(132) Se a Cabala realmente existiu, uma demissão chega?
Excertos dum artigo do Jornal de Notícias, hoje:
"A convicção, no "núcleo duro" do Governo, de que o ex-director da Polícia Judiciária poderá ter protagonizado fugas de informação selectivas e contribuído para a eventual violação do segredo de justiça no processo Casa Pia, envolvendo o nome do então líder da Oposição, Ferro Rodrigues, pesou de modo decisivo na opção de fazer sentir a Adelino Salvado a falta de apoio político do Executivo e, assim, forçar a sua demissão."
"Segundo foi possível apurar, no seio do Governo terá sido admitida a autenticidade de excertos de conversas mantidas - e, ao que tudo indica, ilicitamente gravadas - entre Adelino Salvado e um jornalista do "Correio da Manhã". A confirmar-se a autenticidade, o ex-director da PJ teria utilizado, com vista à sua difusão pública, elementos de informação alegadamente constantes do processo - mas que não estariam no inquérito, nem foram acolhidos pela acusação -, envolvendo o então secretário-geral do Partido Socialista no escândalo da Casa Pia."
"Contactado pelo JN, Ferro Rodrigues reagiu com violência: "Não conheço as cassetes, mas se é verdade que os conteúdos me referem, conforme já muitos me disseram, então a demissão de Adelino Salvado não me chega. Tem de pagar pelo que fez"."
"'Quero saber tudo o que se passa à volta desta história das cassetes", afirmou o dirigente socialista, acrescentando: "Se é verdade que existe uma conversa entre Adelino Salvado e Octávio Lopes, do "Correio da Manhã", onde falam várias vezes de mim, então esse juiz cometeu três crimes: violação grosseira do segredo de justiça, divulgação de calúnias e a mais abjecta conduta de destruição de um líder político. Enquanto não souber quem montou e me envolveu na miserável trama da Casa Pia não descansarei'."
O artigo, a ser verdadeiro, é uma bomba. Com consequências bem maiores que a da simples demissão de Adelino Salvado. Se, repito se, confirmarem-se metade das suspeitas aqui levantadas quebra-se um princípio fundamental na Democracia, a não instrumentalização da justiça pelo poder político. Que vergonha, isto não podia ter acontecido! É mau demais para ser verdade! Que crime grosseiro o do Adelino Salvado, que crime grosseiro a do jornalista, que assassinato político. A ser verdade muito vai ter de mudar...
3 Comments:
At 10:16 da tarde, Ruvasa said…
Viva, Ricardo!
Neste assunto prefiro não comentar ou, dito de outra forma, o comentário que faço é apenas o seguinte:
- Nada há como esperar para termos em nossa posse mais elementos que nos permitam ter uma maior percepção da realidade.
Estou tão escaldado com as mentirolas de tantos escrevinhadores da CS que por aí pululam, que já não acredito em quase nada. As deturpações são mais do que muitas. E feitas com um descaramento que considero, no mínimo, assombroso.
Wait and see parece-me a atitude mais assisada.
Tudo isto, embora o "JN" seja dos jornais que menos desconfianças me provoca.
Abraço
Ruben
At 12:31 da manhã, Anónimo said…
rafapaim: acho que diria algo como o Ferro Rodrigues... "estou a cagar-me para as cabalas"!!!
At 1:53 da manhã, Ricardo said…
É irónico! Eu só digo aqui, off the record para que ninguém saiba, que "estou a cagar-me para os oportunistas que os políticos promovem e para a Comunicação Social que lhes dá cobertura"!
Oops, acabaram de roubar-me o comentário... não aceito as consequências disso!
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