(125) O meu Regime Político explica tudo...
Iraque
Uma discussão actual é o grau de condenação de um acto conforme o regime político que o pratica. Há quem defenda que nas Democracias a gravidade dum acto é menor porque há divulgação e exorcização (“Pelo menos eles dão liberdade para discutir o que se faz mal...”). Mas também há quem diga que é menos grave nos Regimes Totalitários porque as instituições têm menos influência, nas Democracias é que devia haver mais ponderação (“Coitados, tantos anos de humilhação...”).
Nenhum dos pontos de vista tem razão de ser ou duma perspectiva retorcida são ambos válidos. Um acto de tortura, assassinato ou de terrorismo tem o mesmo efeito em todos os locais, momentos ou situações. Claro que pode haver atenuantes mas estes não se medem pela moralidade do regime que a ordenou.
Partindo do pressuposto (errado, mas útil) que as torturas numa prisão sobre o regime de Saddam e sobre a tutela Americana eram iguais em duração e intensidade, podemos distinguir a gravidade de tais actos?
E podemos distinguir o terrorismo do Estado de Israel do da Palestina? Os assassinatos selectivos, os campos de refugiados, os desalojamentos, a destruição de infraestruturas básicas e de segurança, os Colonatos não são uma forma de terrorismo? Quem tem o direito à legítima defesa? Será que ainda alguém se lembra quem começou as hostilidades?
A essência de um acto não muda conforme o Regime que o pratica. O grau de condenação mede-se pela gravidade intrínseca do acto.Há um Fenómeno Universal de exageros cometidos em nome dos mais variados objectivos, que atravessa todos os tipos de regimes.
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