(151) Raptos no Iraque
A discussão em torno de mais um rapto de jornalistas estrangeiros no Iraque é se a nacionalidade conta para salvar ou agravar a situação das vítimas. Apesar de tudo conta mas bem mas talvez pouco.
Na maior parte dos casos os raptores fazem exigências relacionadas com a posição do país na "ocupação" do Iraque. Mas agora surgiu um caso paradoxal, o rapto de dois jornalistas de nacionalidade Francesa. A lógica tornava difícil haver uma exigência coerente com as anteriores (note-se que nenhum rapto pode ter coerência) uma vez que a Diplomacia Francesa foi um dos principais travões às iniciativas unilaterais dos Americanos e Ingleses. E, de facto, a exigência é ridícula. Pretende anular a também ridícula lei Francesa que proíbe o uso de símbolos religiosos nas escolas e nos liceus públicos.
A exigência e a lei são ridículas porque a lei confunde um Estado Laico com um Estado opressor de símbolos religiosos mas afecta, de igual modo, todas as religiões.
A estratégia Francesa tem duas vertentes. Relembrar a sua luta contra a infundada guerra e, ao mesmo tempo, isolar os raptores no mundo islâmico. Os apoios têm vindo de vários quadrantes do mundo islâmico mas o desfecho é incerto.
Que aprender com este caso? Que a humanidade e as suas diferentes civilizações estão intoxicadas por preconceitos culturais que são estruturais. Só se consegue combater preconceitos culturais com mais diálogo, mais e melhor informação, mais educação! Não tentar é o mesmo que agravar ainda mais a incompreensão! A diferença é o que nos torna fortes e interessantes mas, todos nós, insistimos em reprimir a diferença em vez de compreende-la e usá-la para tornar este Mundo mais interessante!
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