(231) DVD: The Manchurian Candidate (1962), de John Frankenheimen
Foi o momento oportuno para visionar este filme já que fui ver o remake há poucos dias. A estrutura das duas versões é bastante semelhante mas há nuances importantes. Na versão de 1962 o "inimigo sem escrúpulos" era uma aliança comunista que colocava à prova a "grande" nação americana. É hilariante, leia-se uma ironia do destino, que o grande "inimigo sem escrúpulos" seja agora a "personificação malévola" do capitalismo que são as multinacionais.
O argumento tem tantas ou mais inconsistências que a nova versão, um verdadeiro desastre! Mas em 1962 vivia-se o auge da Guerra Fria e ainda compreendo a desonestidade intelectual usada para criar os estereótipos do "inimigo comunista". Na versão de 2004 tenho dificuldade em perceber qual foi a necessidade de fazer uma caricatura do "mal capitalista"! Até porque não era preciso recorrer a tanto surrealismo para explicar o que já acontece sem recurso a tecnologia inverosímel.
Convém realçar que houve pouco cuidado nas readaptações porque alguns diálogos e personagens que faziam sentido na anterior versão agora não fazem. Em defesa da versão da década de sessenta está o final mais hábil, porque é mais coerente com a incoerência do resto do filme, se é que me faço entender.
A questão dos títulos também é surrealista. "The Manchurian Candidate" no primeiro filme tinha como referência um local (onde os maléficos comunistas sujaram a mente do correcto soldado americano) e até aceita-se "O Enviado de Manchúria". Na versão posterior mantém-se o título original tendo como referência uma multinacional. Colocou-se de lado o "Enviado..." e escolhe-se o "Candidato da Verdade"? É tão ridículo que acaba por ser outro dos pequenos prazeres do filme já que os grandes estão ausentes!
1 Comments:
At 1:49 da tarde, Politikus said…
Já vi o filme sinceramente tem uma história, mas no remake fica-lhe a faltar qualquer coisa...
Enviar um comentário
<< Home