Filho do 25 de Abril

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domingo, março 20, 2005

(365) Sala de Cinema: The Life Aquatic with Steve Zissou, de Wes Anderson



Há uma nova vaga de realizadores que tem uma forma peculiar de contar histórias. Sem o aparato dramático típico de outras décadas do cinema mas com ambientes de muita intimidade e simplicidade. Nesta categoria coloco realizadores e argumentistas do calibre de Alexander Payne, Paul Thomas Anderson, Sofia Coppola, Spike Jonze e ... Wes Anderson.



São uma nova geração com estilos inovadores e ideias originais. E não estão preocupados em copiar estilos do passado mas em criar as suas próprias imagens de marca. Não partem do visual para a escrita mas constroem os seus filmes a partir das ideias e das personagens. Prometem revolucionar o cinema...

“The Life Aquatic with Steve Zissou” é o primeiro filme de Wes Anderson que assisto mas já estou ansioso para ver o resto da sua filmografia. Este filme é original, engraçado e cheio de pormenores deliciosos. Não é um filme de gargalhada fácil porque está construído com muita inteligência. Vai ser um desafio ver e rever este filme à procura daqueles pormenores que não detectei.

O filme não é uma obra à prova de críticas e muito menos um filme com pretensões dramáticas sérias. É um filme que evoca a memória de Jacques Costeau com muito surrealismo. Todo o enquadramento visual do filme é um veículo para contar uma história simples onde Bill Murray tem um papel crucial. Este actor está numa fase imparável da sua carreira com desempenhos que misturam o humor e o drama de forma harmoniosa. Mas a lista de (bons) actores é extensa. Não vou destacar Cate Blanchett nem Willem Dafoe porque estão ao seu nível. Mas vou destacar Jeff Goldblum porque finalmente alguém percebeu em que registo é que ele consegue destacar-se, faltando apenas ser feito um filme escrito e pensado para ele. E Anjelica Huston... não tenho palavras para descrever a classe desta actriz que provavelmente só não teve uma carreira mais completa porque falta-lhe em beleza o que tem para dar e vender em talento.

Não queria deixar de mencionar Seu Jorge que adapta para português várias letras de David Bowie e que encaixam que nem uma luva neste filme.

3 Comments:

  • At 3:01 da tarde, Blogger armando s. sousa said…

    Esta tua discrição do filme aguçou-me o apetite para me deslocar a um cinema perto de mim.Será assim.
    Um abraço.

     
  • At 12:02 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Sim de facto temos pontos de vista semelhantes. Recomendo-te o The Royal Teenenbaums vivamente. É ainda o seu melhor filme...e tem um Gene Hackman em grande. Soube que o Bill Murray vai entrar no Instinto Fatal 2...péssimas noticias para quem esperava que ele finalmente se dedicasse em exclusivo ao seu estilo muito peculiar e que mais nenhum actor iguala no genero non-sense.
    um abraço

     
  • At 6:54 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Miguel... infelizmente a tua notícia não é uma completa surpresa. Se não fosse Instinto Fatal 2 seria outro filme com as mesmas características porque Murray quer concerteza aproveitar a melhor fase da carreira para ter finalmente o salário que sempre desejou. Acredito que Lost in Translation e este filme não reservaram um grande cachet ao actor. Infelizmente são as regras do jogo.

    Abraço,

     

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