Filho do 25 de Abril

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domingo, abril 03, 2005

(385) Sala de Cinema: The House of the Flying Daggers, de Zhang Yimou



Ultimamente tenho visto muito cinema oriental. Provavelmente não por ter mais qualidade que outros filmes doutros locais do mundo mas talvez por ter vontade de fugir ao cinema padronizado que vem dos EUA (não todo mas a grande maioria dos filmes comerciais). A estética é diferente, as histórias são menos politicamente correctas e mesmo os valores estão distantes dos nossos.



Eu não vi o anterior filme deste realizador que o lançou no mercado mundial, Hero. Por isso não tenho ponto de comparação para discutir se este filme é pior ou melhor que o anterior ou se há ou não uma evolução na maneira de filmar de Zhang Yimou. Mas já conhecia a actriz principal (Ziyi Zhang) de filmes como Crouching Tiger, Hidden Dragon e 2046. Acho que tem as qualidades certas para ter uma carreira interessante.

O filme tem uma fotografia espantosa. Os efeitos são mais digitais do que os do filme de Ang Lee (Crouchin Tiger, Hidden Dragon) mas funcionam esteticamente bastante bem. Uma das vantagens desta nova vaga de cinema oriental é que consegue desenterrar os elementos clássicos que sempre foram apelativos para o ocidental e, ao mesmo tempo, consegue misturar esses aspectos com o melhor que a tecnologia digital consegue oferecer na actualidade. O resultado final é uma combinação de dança e pintura muito eficaz a nível visual. Tudo com muito bom gosto que é o que mais falta no cinema actualmente na área dos efeitos digitais.

A história é muito simples e evoca valores muito lineares. Mas nem sempre a história, apesar de simples, é congruente. Nesse aspecto não alcança aquele misticismo que Crouching Tiger alcançou porque as emoções são menos etéreas. Mas Ang Lee é um mestre difícil de igualar na forma como conduz os sentimentos. Há um pormenor engraçado no filme. A certa altura o realizador abdica de ser elegante para ser visceral de forma a dar destaque à história de amor. Toda a acção fica subordinada à história de amor e isso é feito de forma radical. O que até a esse momento parecia ser o mais importante (a luta contra a violência do Governo) passa para segundo plano e é o trio amoroso que passa a ser o centro de toda a história.

Não deslumbra mas é um filme que aconselho a ver!

4 Comments:

  • At 11:55 da manhã, Blogger gonn1000 said…

    Não é genial, mas é muito belo a espaços. Também recomendo.

     
  • At 5:14 da tarde, Blogger Unknown said…

    Gosto muito da China país que já visitei várias vezes e que conheço bastante bem. Até percebo alguma coisa língua (escrita e falada).
    Gosto também da música chinesa de que pussuo vários CD´s.
    Há no entanto várias coisas de que não gosto, a saber:
    Pequenos almoços, bebidas alcoolicas e... filmes.
    Posso estar mal impressionado pois apanho canais chineses na minha parabólica e, francamente, não aprecio lá muito os filmes.
    Mas, se recomendas este filme, vou-me arriscar...

    Aproveito para tomar a liberdade de dizer que estou a conduzir uma auscultação sobre a Constituição europeia no meu blog, http://cabalas.blogspot.com

     
  • At 12:35 da manhã, Blogger Sandro said…

    Para ser sincero, gostei mais de ver o making off, no que o filme em si.
    Esperava mais...

     
  • At 1:40 da tarde, Blogger Work Buy Consume Die said…

    Fui vêr o filme e a explosão de cor ficou gravada na minha memória. De resto pareceu-me um Matrix misturado com telenovelas chinesas (a começar pela prestação inicial dos dois personagens masculinos principais que deixa muito a desejar) que "Os Jovens Heróis de Shaolin" já nos tinha habituado.

    Qualquer cena de acção quase roça o exagero, mas contém-se o que ainda dá uma certa credibilidade ao filme.

    Devo dizer que a cena final de luta é realmente interessante dando origem a algumas discussões no cinema onde vi o filme.

     

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