(410) Sala de Cinema: The Interpreter
Realizador: Sydney Pollack
Elenco: Nicole Kidman, Sean Penn
Após seis anos de ausência é o regresso de Sydney Pollack à realização. Consegue juntar dois dos melhores actores da actualidade (Kidman e Penn) num thriller político feito “à antiga”, isto é, com um argumento e realização convencional a lembrar uma certa forma de fazer filmes que era muito comum há alguns (largos) anos. Mas a verdadeira estrela do filme não é de carne e osso apesar de também ter muita personalidade. Hitchcock tentou mas só Pollack conseguiu filmar no edifício da ONU.
O filme é extremamente agradável e consegue ter bons momentos de suspense. A química entre os actores principais tanto existe como desaparece e as interpretações individuais não estão ao nível dos melhores trabalhos dos actores (principalmente Kidman que não consegue convencer-me de que é a mulher que interpreta). A realização é eficaz apesar de não gostar das constantes desfocagens dos actores e cenários, voluntárias ou não.
Mas é o argumento que deixa mais a desejar. O esqueleto da história não é mau mas a execução podia ter sido melhor. As críticas à ONU são inconsequentes e ainda mais o são quando a solução que o filme propõe à resolução das injustiças mundiais parece-me tirado dum programa radiofónico do Howard Stern, leia-se, vamos juntar os líderes das facções dum país ditador de África em Nova Iorque e vamos matar um e prender o outro. Toda a história da personagem de Kidman é feita de pequenas incongruências que vão percorrendo o seu caminho de forma forçada e esforçada assim como o plano maquiavélico que Penn tenta evitar é estranho demais mesmo num mundo pós 11 de Setembro. Depois há a pedagogia simplista da praxe, o estereotipo de África e a ridicularização de outras culturas (num filme supostamente tolerante e cosmopolita as cenas com o português são inaceitáveis).
Síntese da Opinião: Um filme agradável mas muito aquém do que eu esperava de Pollack.
1 Comments:
At 10:40 da manhã, gonn1000 said…
Não é excelente, nem sequer muito bom, mas dentro do género é do mais sóbrio e consistente que se tem feito nos últimos tempos. Vale o preço do bilhete...
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