576. Câmara Corporativa
No blogue Câmara Corporativa (que recomendo vivamente a leitura), o Miguel fez este post acerca dum comentário que eu tinha feito a um post mais antigo...
A irracionalidade do sistema remuneratório na função pública: o salve-se quem puder...
Escreveu ontem o Ricardo na caixa de comentários deste post: “Não nos podemos é esquecer que ao mesmo tempo que acabamos com estas regalias injustas e de efeito cumulativo temos que fazer um esforço suplementar nas remunerações. Estes regimes apareceram porque nunca houve a coragem e a capacidade em aumentar condignamente as remunerações (…).” Concordo com o que diz — mas, chegadas as coisas ao ponto em que estão, afigura-se-nos que há questões adicionais que importa ter em conta, a primeira das quais é que os mais prejudicados, em comparação com as remunerações praticadas no sector privado, são as carreiras técnicas e os quadros dirigentes. (...) (Continua, carregue na ligação para ler o resto do texto)
Transcrevo agora o que coloquei hoje na caixa de comentários a este post:
"O teu longo e (sempre) bem estruturado texto sobre as remunerações não foi ao encontro do que eu tinha defendido naquele comentário. O que fizeste foi descrever mais um regime complexo e "especial" de aumento das remunerações, o que é mais uma forma de negação da simplificação do sistema.
O que eu defendo é diferente. Defendo que os sucessivos ministros têm que ter a coragem de não empurrar para o seu sucessor regalias que visam compensar aumentos menores no imediato das remunerações. Defendo que as remunerações devem ser a base da contrapartida do trabalho com o critério do mérito e da função desempenhada como barómetro para o seu valor. O resto das regalias deve ser simplificada e não deve ser a câmara de compensação da falta de coragem dos políticos que adoram fazer fuga para a frente. Em resumo acho que é justo combater as regalias com efeitos cumulativos mas que também é justo remunerar bem quem trabalha bem na função pública, de forma simplificada."
3 Comments:
At 5:31 da tarde, mfc said…
Completamente de acordo.
E mais, o sistema remuneratório deve ser o mais transparente possível.
Quanto às famigeradas reformas, sou absolutamente contra!
At 8:43 da tarde, Anónimo said…
de acordo, Ricardo. Mas a avaliação do mérito, do desempenho, e até do conhecimento, devem ter regras muito precisas e transparentes, para não criar mais injustiças e devem apanhar toda a hierarquia. O principios da avaliação de baixo para cima ou seja da base ao topo da hierarquia também deveria ser um ponderável a considerar para dar confiança ao sistema de avaliação.
At 10:37 da tarde, Ricardo said…
Mfc e Charago,
Finalmente o país está a enfrentar de frente as situações pantanosas do seu funcionamento. O problema é que devia ser feito trabalho de prevenção e não deixar que se chegue a este ponto onde já nenhum regime remuneratório tem lógica e não está enquadrado em nenhuma estratégia global. Por isso o caminho é simplificar, tornar mais transparente, dignificar e introduzir o mérito (também nos cargos de topo, obviamente).
Mas ainda há tanto para fazer...
Abraço(s),
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