645. Desassossego
Do Livro do Desassossego, por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.
"Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele. Vivo mais porque vivo maior."
1 Comments:
At 2:52 da tarde, H. Sousa said…
Ricardo:
Dando realização à ideia, criei um ponto de encontro aqui. Vê se gostas da ideia. Vou ainda escolher uma imagem adequada para lá pôr.
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