764. Fundo Português de Carbono
Pergunta o distraído leitor para que é que o nosso Governo criou um Fundo de Carbono! Não culpem os boys por quererem mais jobs mas sim o Protocolo de Quioto, que já agora só existe para alguns! O Fundo Português de Carbono (FPC) vai permitir comprar créditos de emissão de gases com efeito de estufa. Pois é, meus amigos, isto vai começar a doer. E finalmente vai ser lucrativo ter um país com preocupações ambientais. Nada como transformar isto num negócio para começarmos a estar atentos ao que se passa.
Estima-se que, em 2010, com esta taxa de crescimento das emissões, Portugal esteja 39% acima do objectivo fixado em Quioto! Logo vai ser preciso comprar créditos. E parece que estes créditos não são nada baratos. As recentes medidas do Governo (Imposto Automóvel diferenciado por consumo, aumento dos Impostos Petrolíferos, aprovação dos projectos de energia eólica, nova regulamentação para casas eficientes, entre outras) está, assim, a revelar-se insuficiente. Sugestões?
Technorati Tags: Fundo Português de Carbono, Quioto, Portugal
6 Comments:
At 6:11 da tarde, Anónimo said…
Como bem sabes, e sem falsa modéstia, sei como se pode acabar com a dependência do petróleo e reduzir drasticamente as emissões. Mas de que vale propor soluções, se outros interesses se sobreporão implacavelmente?
At 8:22 da tarde, Politikus said…
Sinceramente não creio que venhamos a cumprir as quotas...
At 12:18 da manhã, Ricardo said…
Henrique,
Aí está um lobbie que eu não me importava de pertencer. Basta saber que há soluções e que essas são viáveis.
Polittikus,
Obviamente que não vamos cumprir. A criação destes fundos são prova disso.
Abraço(s)
At 11:21 da manhã, Anónimo said…
A qual das lobbies? A dos ambientalistas está ao serviço da lobbie do petróleo. Lutam contra as barragens, contra os parques eólicos, etc.
At 3:31 da tarde, Ricardo said…
Henrique,
Não! Referia-me tão somente a pertencer a um grupo de pressão cujo único objectivo seria pressionar o Governo a optar por soluções que diminuissem a nossa dependência energética e que reduzissem as nossas emissões, como muito bem salientaste.
Como já referiste, e bem, noutro comentário que aqui fizeste, sobre os parques eólicos, conforme estes tornam-se obsoletos podemos desmontá-los com facilidade.
Eu não quero travar o desenvolvimento nem ser mais papista que o papa. Simplesmente defendo melhores soluções nos transportes públicos, o uso de energias alternativas ao petróleo que sejam economicamente viáveis, o uso de tecnologias em empresas que emitam menos gases poluentes, entre outras soluções ambientais que sejam compatíveis com um desenvolvimento sustentável.
Note-se que a definição de lobbie tem sido enviesada ("um grupo de pessoas ou organização que têm como actividade profissional influenciar, aberta ou veladamente, decisões do poder público, especialmente do poder legislativo, em favor de determinados interesses privados"). Um lobbie também pode ser por causas globais e não por interesses privados. Eu acredito que há decisões que influenciam a qualidade de vida da totalidade duma população e que quem acredita nelas pode e deve - porque são legítimas - criar grupos de pressão para a sua concretização. Em Portugal já existem vários lobbies que protegem interesses privados (as Ordens corporativas, o Automóvel Clube de Portugal, os sindicatos, as casas regionais, etc.) e lobbies que representam interesses sociais (Abraço, Associação Sol, etc.). Os próprios partidos são lobbies com a diferença que são os próprios que votam no processo legislativo, mas que, por definição, também procuram influenciar o processo legislativo. Se tudo funciona por lobbies as minorias, muitas vezes, votam pelas maiorias. Daí talvez o surgimento deste movimento que nasceu da eleição de Manuel Alegre que, no seu ideal (não sei se na concretização), tem interesses globais e não particulares, e é mais uma forma de lobbie. Por isso não devemos entender os lobbies de forma errada porque estes sempre existiram e sempre vão existir e estamos longe da promiscuídade, no nosso parlamente, da que existe no Congresso Americano.
E foi só isso que defendi. Aceito pressionar quem detém o poder executivo e legislativo no sentido de "acabar com a dependência do petróleo e reduzir drasticamente as emissões" e acho que "se outros interesses se sobreporão implacavelmente" é porque estes têm grupos de pressão mais poderosos.
Abraço,
At 12:29 da tarde, H. Sousa said…
Bem, vamos pensando que talvez um dia consigamos reunir muitas pessoas em torno destas ideias. Do meu lado vou falando aos meus alunos e por vezes nos blogs.
Mas se aparecer um mecenas que me apoie e defenda, garanto que faço as petrolíferas ir à falência.
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