1094. Eleições Regionais Madeira 2007 (6): Notas de Campanha
1. Porque será que nos anúncios aos comícios do PSD e do PS na imprensa escrita só anunciam os músicos que vão actuar nos mesmos? Porque é que Eduardo, Galáxia e Quim Barreiros têm todo o destaque e não há referência aos oradores políticos dos comícios? Viva a festa!
2. Porque é que Alberto João Jardim insiste em apelar que não se vote nos "traidores, colaboracionistas e sócios da 'Madeira Velha'"? Este tipo de discurso é redutor e temo que seja a base do défice de discussão política na Madeira. Não é possível discutir alternativas neste ambiente em que, de um lado, estão os que se apelidam de defensores dos direitos dos madeirenses e, do outro, estão os "traidores".
3. O PS apresentou algumas propostas para os próximos 4 anos. Uma delas é acabar com as Sociedades de Desenvolvimento. Eu considero que estas, as sociedades, são responsáveis pelo mau desempenho da qualidade do investimento público na região e que o endividamento destas é inaceitável mas convinha perceber não só o objectivo final como também o percurso até lá. Como absorver as dívidas destas sociedades seria, por exemplo, uma questão interessante.
4. Entre as propostas e promessas do PS - algumas têm a minha simpatia, a exploração do Porto do Funchal, alterações no funcionamento da Zona Franca, política fiscal - há umas que já não suporto ouvir, e que são um erro recorrente dos políticos. Prometer 8 mil postos de trabalho e 350 novas empresas é pura demagogia uma vez que o que o Estado pode fazer, no contexto actual, é promover um bom ambiente económico e contas equilibradas e não depende só de si para poder fazer promessas quantitativas na área do emprego e do sector empresarial.
Etiquetas: Madeira, Política Local/ Regional
5 Comments:
At 7:58 da tarde, H. Sousa said…
Caro Ricardo, o discurso do Alberto é castrador como sempre foi. O do PS é demagógico, também como sempre. Prometer a criação de emprego quando na realidade se abatem postos de trabalho para equilibrar as finanças. Isto é, em nome das finanças, há que aumentar a miséria.
Quando haverá gente com coração na política, e não simples robôs, qual computadores que só cuidam de que não haja overflow na execução de um programa?
Abraços e não te deixes levar pelo robotismo.
At 8:50 da tarde, Ricardo said…
Caro Henrique,
Concordamos que os discurso do PS é demagógico, mas parece-me que por razões bem distintas. O emprego não é algo que se possa criar com uma varinha mágica e não tem utilidade prometer o que não depende directamente do Estado.
O equilíbrio entre emprego e a criação de valor acrescentado que o sustente é uma receita difícil de alcançar. E, por vezes, certas políticas, que se intitulam de activas de emprego, só provocam mais desemprego a prazo.
Quanto ao "robotismo" parece-me assunto para outro dia, já que promete mais uma acesa discussão ;).
Abraço,
At 6:49 da tarde, VFS said…
Ricardo, ontem, como observador, fui a um comício do PSD. Regressei com náuseas. Relatarei o que vi.
Henrique, espero que nos acompanhe, neste período durante o qual uma realidade que bem conhece merecerá destaque primacial.
Um abraço aos dois.
At 7:35 da tarde, Ricardo said…
Vítor,
Por onde tu andas ;)
Fico com a dúvida se as náuseas foram provocadas pela música ou pelos discursos :)
Abraço,
At 7:56 da tarde, VFS said…
Ricardo, são calvários que tenho de suportar para evitar acusações de leviandade. Vi e confirmei o que, tantas vezes, escrevi.
Grande abraço.
P.: Muitos factores rivalizam pela supremacia entre as causas da náusea...
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