(190) O Terminal, de Steven Spielberg
Terminal
Para ajudar-me a classificar este filme vou utilizar a classificação proposta pela Premiére.
***** Magnífico
**** Bom
*** Razoável
** Fraco
* Péssimo
Acho que não vou aproveitar estas sugestões. Não consigo enquadrar estas classificações na opinião que tenho do filme. Assim vou substituir as estrelas pelos buracos negros.
00000 Ridículo
Aqui está a minha classificação, Ridículo. Desde o princípio do filme fiquei com a sensação que ia ter das piores experiencias cinéfilas da minha vida. Enganei-me. Não conseguia parar de rir com tanta cena ridícula, com uma construção das personagens absurda, com a incoerência das motivações e situações.
O filme começa com o pé esquerdo. Um homem, ou melhor um poço de virtudes, chega aos EUA sem falar inglês e fica colocado uma situação inacreditável. Não pode sair do aeroporto nem para ir para Nova Iorque nem para regressar a casa. Começa um festival de situações supostamente cómicas mas que não deviam ter lugar num filme que não pretende ser série B. Todos escorregam, as moedas saltam das máquinas, os chineses correm, as batatas fritas são esmagadas por uma maçâ. Nem sabia se ria ou chorava. Fiz ambas. De desespero.
Estive várias vezes para sair a meio mas vi que estava perante uma obra rara no cinema. Um filme que de tão estúpido parecia feito para ser burlesco. Mas não, pretendia apenas ter piada. O surrealismo aumentava. Tom Hanks arranjava uma parede e era contratado para trabalhar nas obras do aeroporto, traduzia frases dum estrangeiro e virava o herói bode, tinha hipóteses de regressar mas não queria, tinha hipóteses de sair mas não saia.
Mas o pior estava ainda para vir. A personagem de Catherine Zeta Jones é tão caricatural que consegue enervar qualquer um. Uma assistente aérea que tinha sexo com meio mundo e que era bondosa para a mulher do amante. E porque é que Tom Hanks precisava de ir para Nova Iorque? Nem quero tentar perceber. Pelo meio outras pérolas como o casamento no aeroporto, o indiano assassino que pára aviões, as fontes inspiradas em Gaudí.
As críticas a este filme são até boas. Algo passou-me ao lado. Não consigo conceber que Spielberg tenha filmado isto. Não percebo como não se aperceberam como os gags estavam demasiado rebuscados, como as situações eram demaisiado caricaturais, como as personagens eram tão incoerentes que não podiam habitar este planeta. Um desastre completo para digerir devagar para eu não ganhar alergia a toda a obra deste realizador uma vez que começo a pensar se de facto o toque Spielberg acrescenta qualidade aos filmes. Como um amigo meu referiu Spielberg não pode tocar em histórias baseadas em factos reais e muito menos na realidade, mais vale ficar na fantasia das aventuras impossíveis. Para esquecer.
2 Comments:
At 8:17 da tarde, Anónimo said…
A sua crítica é muito estranha... Existe aí algum tipo de ódio pelo Spielberg? Só uma nota: ó filme é baseado em factos reais...
At 4:59 da manhã, Ricardo said…
Caro anónimo,
Não, não tenho nenhum ódio de estimação pelo Spielberg mas achei este filme mau demais para ser verdade.
O facto de ser "baseado" numa história real ainda joga mais contra o filme porque exigia mais credibilidade nas situações. Serei o único a ter achado TODAS as situações do filme demasiado forçadas e pouco naturais. E as motivações das personagens? Alguém achou credível?
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