(192) (Marcelo) Ricardo (de Sousa) sem medo da censura
Continuo a criticar a agressividade que o Ministro dos Assuntos Parlamentares utilizou face aos comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI. Houve uma falta de cultura democrática na inaceitável interferência deste Governante no conteúdo e na forma do comentário do ex-líder do PSD numa televisão privada.
Mas a bola de neve que se criou à volta da inteligente saída de Marcelo da TVI parece-me claramente exagerada. Concluo que várias personalidades do PSD apenas aguardavam uma oportunidade para criticar Santana Lopes. Cavaco Silva, Pacheco Pereira e Marques Mendes juntam-se assim a Marcelo Rebelo de Sousa na clara oposição ao actual Secretário Geral do PSD, Santana Lopes. O apoio de Cavaco a Marcelo é ainda mais perspicaz que a atitude deste último, é um presente demasiado oportuno. Santana é que perdeu com a manobra dos dois ex-líderes do PSD ainda mais terreno na sua ambição de vir a ser Presidente da República.
Haver pluralidade num partido é sinal de vitalidade. Isso acontecer quando o partido está no poder e com esta agressividade parece-me mais um sinal de fim de ciclo. Porque será que este Governo sofre uma erosão tão rápida? Eu até acho que sei...
8 Comments:
At 11:08 da manhã, Politikus said…
Sabes cada vez menos percebo esta coisa do Marcelo, já não percebo nada...
At 11:20 da manhã, Unknown said…
Sabes mais do que eu...
Para já a ideia de desunião que o PS tinha dado com a sua eleição interna e com o Manuel Alegre (y sus muchachos(as)) a mostrar no Congresso que tinham dificuldade em digerir a vitória do Sócrates foi totalmente ultrapassada por esta peixerada no PSD/PPD.
Ao lado disto o PS parece um partido mais unido do que sei lá o quê.
O último prémio Nobel da física deu-me uma ideia para o que une o PS, é a força forte que, a curta distância não se manifesta deixando os militantes, lá dentro das sedes, às turras uns com os outros.
Mas o PSD/PPD não, é de faca na liga...
Só que a oposição, principalmente o PS, está a ir por mau caminho.
Vejamos este cenário:
O Sampaio dissolve a Assembleia e marca eleições, o PSD/PPD marca um CU (Congresso Urgente) e elege Marcelo como Presidente do Partido... teremos então eleições em que de um lado está o Sócrates e do outro o herói do momento, Marcelo Rebelo de Sousa, himself...
A vida não ficaria fácil para o Sócrates que, pelo menos, poderia dizer adeus à maioria absoluta.
At 11:25 da manhã, Ricardo said…
Parece que já estamos todos a ocupar o vazio deixado por Marcelo na TVI. Mas como acho que não é discutindo cenários que vamos chaegar a conclusões resta esperar e ver até onde vai esta erosão do PSD e do país.
At 11:58 da manhã, Anónimo said…
Todos os elementos sobre este assunto são de importância vital para a defesa da Democracia. Tenho mais umas achegas no http://fotoseimagens.blogs.sapo.pt Até breve
At 1:06 da tarde, Ruvasa said…
Viva, Ricardo!
O Governo não está a sofrer qualquer erosão rápida. Este governo nunca teve hipótese de se firmar sequer, para então, depois, poder ser erodido. É um caso nítido de antes de o ser o ser já.
Por outro lado, repara, Ricardo, que Marcelo não é um simples jornalista, nem tão pouco um mero comentador. É um político, que se servia do púlpito que lhe ofereceram, para fazer política pura e dura, em condições de excepção.
Serve isto para dizer que não é aplicável a Marcelo aquilo que se poderia dizer se o comentário de Rui Gomes da Silva tivesse sido dirigido a um jornalista ou comentador, tout court. Todas as coisas têm a sua dimensão própria. Esta tem-na também.
Neste assunto, contrariamente ao que parece generalizadamente pensar-se, quem mais vai perder é Marcelo Rebelo de Sousa. No PSD está já encostado às boxes e nunca mais de lá sairá. As pessoas assistiram a outros carnavais e, portanto, sabem como é.
Os poucos que vieram bater palmas, como Marques Mendes e Pacheco Pereira, representam-se a si próprios e a mais ninguém lá dentro e ambos têm pedras no sapato. O primeiro por culpa própria, já que o cargo de embaixador junto do Unesco o perdeu por sua própria iniciativa, depois de comentários completamente despropositados e sem ponta por onde se lhe pagasse; o outro ainda hoje se queixa das "dores" de certo congresso.
É isso. Marcelo ditou o seu próprio destino dentro do PSD. Não tem de que se queixar.
O caso de Cavaco é outro: quer agradar a uns e não desagradar a outros (e aqui falo no eleitorado em geral) o que, como é sabido, resulta sempre mal...
At 1:13 da tarde, Didas said…
Eu até começo a achar que o Jorgito não convocou eleições antecipadas a ver se mata o PSD de vez, tais são os bimbos que lá estão a representá-lo agora.
At 2:51 da tarde, Anónimo said…
rafapaim do filosofia barata: e será que alguém vai discutir a compensação que o Prof. Marcelo vai receber?! Nesta história ele parece o menos preocupado!!!
At 4:17 da tarde, Ricardo said…
Caro Ruvasa,
Sinceramente não sei se Marcelo vai ficar a perder porque o seu nome já não entusiasmava há muito tempo os militantes do PSD. Não sei se fez um erro mas acho que tem pouco a perder.
Aproveito para dar a mão à palmatória no comentário que fiz sobre o contraditório nioutro post. De facto o perigo deste ser exigido sempre é maior do que dar o destaque a um só comentador como a TVI tem feito. De qualquer maneira não gosto do modelo, mas tenho de concordar que não tenho que gostar.
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