(193) A Vida é um Milagre, de Emir Kusturica
Kusturica
Não diria que é Kusturica no seu melhor mas é Kusturica igual a si próprio. Não falta nada... tem música, festas, animais, explosões, guerra e tudo o que de mais estranho podemos imaginar e que habita no mundo deste realizador. Isto é cinema. Por causa de realizadores como este o cinema é uma arte e não só entretenimento.
Não conheço toda a filmografia de Kusturica. A minha introdução ao seu mundo foi com o filme Arizona Dream (1994). Na altura confesso que não compreendi o seu estilo como já o consigo fazer actualmente. Os peixes voavam, as personagens pairavam. A música e a alegria davam as mãos para as personagens viverem duma maneira simples mas intensa.
Depois vi Gato Preto, Gato Branco (1998) e Underground (1995), por esta ordem. Foi com estes filmes que passei a compreender o seu Universo. Nunca mais vi o cinema da mesma forma porque também passei a encarar a vida de outra forma. É tudo tão simples, mesmo no pior dos cenários. As personagens têm uma relação orgânica com o meio ambiente, com os animais, com a música.
A Vida é um Milagre é um filme mais intimista onde está presente tudo o que define Kusturica mas com menos personagens, com mais romance. A guerra continua sempre presente, a mudar mas não a travar a vida das pessoas. Mais cenas ficam para a história do cinema. A do jogo de futebol, a da cama e todas as cenas com animais envolvidos. Se só pudesse usar uma palavra para definir os filmes de Kusturica seria bem simples, utilizava a palavra Burlesco.
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