(292) Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...
Alberto Caeiro
1 Comments:
At 6:58 da tarde, Pedro F. Ferreira said…
Meu caro, parabéns pela escolha do mestre Caeiro. No entanto, atendendo ao estado do nosso país, que tal "O livro do desassossego", do Bernardo Soares.
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