(294) E agora?
Depois de meses de intensas buscas os EUA declaram que finalizaram a busca pelas Armas de Destruição em Massa sem, surpresa das surpresas, terem encontrado nada de substancial. E agora? Agora volta tudo ao normal porque a justiça não funciona da mesma maneira para todos...
Como justificar agora a guerra à luz destas conclusões associadas à falta de provas que havia ligações da Al-Qaeda com o regime Iraquiano? É difícil mas estará alguém preocupado com isto? Eu até estou mas duvido que alguém vá pagar pelas mentiras que andaram a espalhar com gigantesca convicção. Alguém ainda se lembra das provas irrefutáveis que, por exemplo, Durão viu quando esteve reunido com Bush? O problema é que todos já lavaram as suas mãos e pedem-nos para olhar para o futuro... não tenho nada contra isso, quero que corra tudo bem no Iraque, mas serei o único a achar que não podemos deixar isto passar em branco?
7 Comments:
At 1:35 da manhã, Unknown said…
Para já, Blair, Durão, Aznar e muitos outros deviam divulgar as provas irrefutáveis que viram e que, na altura, eram secretas e não podiam ser mostradas ao comum dos mortais. Mas agora, como já não são secretas, não vejo porque é que não são divulgadas.
Se o Parlamento Europeu quiser mostrar que serve para qualquer coisa além de animar quatro dias por mês a prostituição de Estrasburgo devia dirigir um pedido ao Senhor Presidente da Comissão Europeia, um tal Durão, para ele divulgar essas provas.
O que ele até teria intresse em fazer para mostrar a sua boa fé...
At 10:19 da manhã, Didas said…
Eu também acho que não pode ficar assim. Até porque se procurarem bem, pelo menos uns canivetes nos bolsos de uns putos devem achar. Irra que gente fraca!
At 12:03 da tarde, Ricardo said…
Raio e Didas... nem mais!
At 12:12 da tarde, Ricardo said…
Micróbio... o regime de Saddam caíu e ainda bem! Mas se aceitarmos o modo temos que aceitar as suas consequências! Fazer uma guerra justificada em falsos pressupostos vem dificultar acções futuras, impossibilitou uma coligação de países e, pior, foi feita sem planos de estabilização. Assim não!
Porque não gerar consensos baseados em questões humanitárias e diplomacia dura para ter feito uma verdadeira mudança no Iraque? Isto não excluía uma intervenção militar, apenas não se tinha feito esta intervenção desapoiada e baseada em mentiras embaraçosas!
Mais... e agora? Quem define as prioridades nas intervenções? Porque é que ninguém se lembra do Sudão? Ao agir como o mundo agiu no Iraque desviamos recursos de intervenções mais prioritárias e consensuais. E ao mesmo tempo em nada contribuímos para combater o terrorismo!
Eu acho que não é o Saddam que está aqui em causa, ele será julgado por razões bem distintas que a justificação da intervenção! O que está aqui em jogo é se vamos autorizar que os nossos representantes não obedeçam às nossas opiniões, permitindo que digam mentiras sempre que acharem necessário!
At 1:06 da tarde, pindérico said…
Há decisões que não podem ser tomadas levianamente.
Durão Barroso comprometeu o nome de Portugal numa acção que nada justificava. Durão Barroso, em nome de Portugal condenou à morte muitos milhares de iraquianos indefesos,e à destruição quase toda a rede de infraestruturas básicas de um país já tão martirizado pela acção sectária e despótica do ditador Saddam.
Durão Barroso assumiu,em nome de Portugal, a responsabilidade pela destruição de um riquíssimo património cultural.
E nem a desculpa da "libertação" aliviará a consciência dos responsáveis pela simples razão de que ninguém honesto pode alegar ter visto naquele povo a alegria da liberdade!
Que a História reconheça ao menos a oposição da grande maioria do Povo Português!
At 1:20 da tarde, Pedro F. Ferreira said…
O Iraque já não é prioridade... agora é o Irão. A fantochada vai recomeçar. A Paz tem as costas largas e os fantoches não têm pejo em matar.
At 4:02 da tarde, Unknown said…
Pois é Pedro Efe, agora é o Irão.
Hoje vem na Capital um artigo em que segundo algum americano importante não identificado é necessário, cedo ou tarde, invadir o Irão para acabar com as suas veleidades de terem uma bombinha atómica.
Se pensarmos que a Coreia do Norte tem a bomba atómica e que ninguém se mete com ela, podemos concluir que quem tinha razão era o Saddam, para se ter paz é necessário ter a bomba atómica.
Quanto ao Saddam é natural que a população não tenha mostrado grande entusiasmo pelos americanos.
Até à primeira guerra do golfo o Irão era uma ditadura mas uma ditadura com um dos níveis de vida mais invejáveis de toda a zona.
Além de que era um regime laico, a Sharia não tinha valor legal as mulheres eram independentes, havia liberdade de religião, etc. O número dois do regime, Tarik Azziz (a aguardar julgamento), por exemplo, é cristão.
Mais, era o país árabe com uma classe média mais forte e culta.
Dizia-se mesmo que os livros eram escritos no Egipto, impressos no Líbano e vendidos em Bagdad.
O Iraque consumia mais de metade de todos os livros escritos em árabe.
Em resumo, entre a ditadura cultural e religiosa de quase todos os países árabes e a ditadura política do Saddam era natural que as pessoas preferissem a ditadura política e virarem-se contra os americanos que destruiram o seu nível de vida e os vão conduzir para uma ditadura cultural e religiosa.
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